A terapia metabólica cetogênica pode retardar a doença renal crônica? Explorando a ligação evolutiva entre dieta e ADPKD

Nos últimos anos, a doença renal crônica (DRC) aumentou em prevalência, especialmente nas sociedades modernas. Mas e se nossos ancestrais tiverem a chave para entender esse aumento? Da perspectiva da biologia evolutiva, a incompatibilidade entre nossos genes paleolíticos e as dietas ricas em carboidratos e processadas de hoje está contribuindo para essa tendência alarmante. A dieta americana padrão (SAD), rica em carboidratos refinados e alimentos processados, está associada a condições como diabetes tipo 2 (DT2), inflamação crônica e hipertensão — todos os principais contribuintes para a DRC.

Uma forma de DRC, a doença renal policística autossômica dominante (ADPKD), é frequentemente vista como puramente genética, com o desenvolvimento progressivo de cistos renais eventualmente levando à insuficiência renal. No entanto, novos insights desafiam essa visão, sugerindo que dieta, estilo de vida e fatores ambientais podem acelerar a progressão da ADPKD. Descobriu-se que a alta ingestão de carboidratos, a resistência à insulina e a hiperglicemia pioram a função renal, mudando o foco para gatilhos não genéticos.

Juntamente com essas preocupações alimentares, desidratação, desequilíbrios eletrolíticos, exposição a toxinas e até mesmo a saúde intestinal contribuem para a ADPKD. No entanto, há evidências promissoras de que a terapia metabólica cetogênica (KMT) e a restrição de carboidratos podem retardar a progressão da ADPKD. O principal participante aqui é o beta-hidroxibutirato (BHB), um corpo cetônico que se torna a principal fonte de combustível durante a cetose. O BHB não apenas fornece energia, mas também tem efeitos anti-inflamatórios e renoprotetores significativos, impactando importantes vias celulares como mTOR e GSK-3β.

Embora a pesquisa sobre a suplementação de BHB para DRC esteja em andamento, os primeiros resultados são promissores. A capacidade do BHB de influenciar a saúde metabólica, reduzir a inflamação e proteger a função renal oferece um avanço potencial no tratamento da ADPKD. O conselho tradicional de dieta rica em carboidratos para aqueles com DRC pode precisar ser repensado, pois restringir carboidratos e adotar uma abordagem cetogênica pode oferecer benefícios significativos.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/