O GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1) é um hormônio incretina secretado pelas células L do intestino em resposta à ingestão de alimentos. Ele desempenha várias funções importantes no metabolismo da glicose e na regulação do apetite.
Incretina é um termo usado para descrever um grupo de hormônios gastrointestinais que aumentam a secreção de insulina em resposta à ingestão de alimentos, particularmente carboidratos. As duas principais incretinas no corpo humano são o GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon) e o GIP (polipeptídeo inibidor gástrico).
Funções do GLP-1
Estimulação da Secreção de Insulina:
O GLP-1 aumenta a secreção de insulina pelas células beta do pâncreas de maneira dependente da glicose.
2. Regulação da Glicemia:
Além de estimular a secreção de insulina, o GLP-1 também inibe a secreção de glucagon, outro hormônio pancreático, que ajuda a reduzir os níveis de glicose no sangue após as refeições.
3. Retardo do Esvaziamento Gástrico:
O GLP-1 retarda o esvaziamento gástrico, o que contribui para uma absorção mais lenta de nutrientes e, consequentemente, para uma redução na resposta pós-prandial da glicose.
4. Regulação do Apetite:
O GLP-1 atua no cérebro para reduzir o apetite, promovendo uma sensação de saciedade após as refeições. Isso ocorre por meio da interação com receptores no hipotálamo, que controla a ingestão alimentar.
5. Modulação da Função das Células Beta:
Além de estimular a secreção de insulina agudamente, o GLP-1 também tem efeitos a longo prazo sobre as células beta, ajudando a preservar sua função e aumentando sua massa.
6. Efeitos Cardiovasculares e Neuroprotetores:
Existem evidências sugerindo que o GLP-1 pode ter efeitos benéficos no sistema cardiovascular, além de possíveis efeitos neuroprotetores no cérebro.
Analogos de GLP-1
Os análogos de GLP-1 são medicamentos que imitam a ação do GLP-1 endógeno, mas são mais estáveis e têm uma meia-vida mais longa no corpo. Eles são usados principalmente no tratamento do diabetes tipo 2 para ajudar a controlar os níveis de glicose no sangue. Exemplos comuns incluem exenatida, liraglutida e dulaglutida, que são administrados por injeção.
Esses medicamentos são particularmente eficazes em pacientes que não conseguem controlar sua glicose adequadamente com outros tratamentos, ajudando a melhorar o controle glicêmico, reduzir o risco de hipoglicemia e potencialmente ajudar na perda de peso devido aos seus efeitos sobre o apetite e o metabolismo.
Exemplos de Análogos de GLP-1
1. Exenatida (Byetta, Bydureon): primeiro análogo de GLP-1 aprovado. Pode ser administrado duas vezes ao dia (Byetta) ou uma vez por semana (Bydureon).
2. Liraglutida (Victoza, Saxenda): administrado uma vez ao dia. Victoza é usado para diabetes tipo 2 e Saxenda para perda de peso.
3. Dulaglutida (Trulicity): administrado uma vez por semana.
4. Semaglutida (Ozempic, Rybelsus): injetável e administrado uma vez por semana. Rybelsus é uma forma oral administrada uma vez por dia.
5. Lixisenatida (Adlyxin): administrado uma vez por dia.
Efeitos Colaterais Potenciais
- Náusea: É o efeito colateral mais comum, especialmente no início do tratamento.
- Vômito e Diarreia: Podem ocorrer, mas geralmente são temporários.
- Pancreatite: Embora raro, há relatos de pancreatite associada ao uso de análogos de GLP-1.
- Gastrite: o retardo do esvaziamento gástrico (gastroparesia) pode gerar gastrite secundária ao uso da medicação.
- Perda de 25% ou mais de músculo. Por isso, não é indicado o uso de análogos de GLP-1 para quem não faz musculação.
- Reações no Local da Injeção: Podem ocorrer com os análogos injetáveis.
Consulte sempre um médico!