A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa devastadora e fatal dos neurônios motores, com poucas opções de tratamento. Estudos na área de genética tentam excluir genes defeituosos que podem estar causando danos ao axônio, como MAP3K12 ou DLK.
Estes estudos são complexos pois genes podem ter efeitos contraditórios. O próprio DLK também está envolvido na regeneração do axônio. Durante o desenvolvimento, a DLK desempenha papéis críticos no estabelecimento de circuitos neuronais, incluindo poda neuronal seletiva, crescimento axonal e migração celular. No adulto, o DLK é sensor de uma ampla gama de lesões axonais que ocorrem em traumas, doenças neurodegenerativas e insultos metabólicos ou tóxicos e um regulador chave de neurônios lesionados.
Por outro lado, mutações em DLK podem levar à degeneração neuronal, incluindo perda de axônios e sinapses, além de morte neuronal. Consequentemente, a deleção de DLK pode promover a sobrevivência de neurônios, incluindo os motores, pelo menos em modelos de camundongo SOD1G93A de ELA.
Um novo estudo em camondongos mostrou que a deleção de DLK pode ser contrabalanceada pelo aumento da expressão de ATF3, um regulador mestre da regeneração em neurônios. A estratégia combinatória resultou em proteção significativa dos neurônios motores com menos morte celular, redução da degeneração do axônio e preservação da função motora e conectividade.
A maioria dos casos de ELA ocorre esporadicamente, apenas 5–10% dos casos de ELA são familiares (ELAf), causados por mutações genéticas específicas. Mutações no gene que codifica a superóxido dismutase tipo 1 de Cu/Zn (SOD1) são responsáveis por aproximadamente 20% dos casos de ELA familiar. A mutação G93A em SOD1 é uma das mutações de ELA mais bem estudadas.
Os estudos com terapias genéticas ainda estão em sua infância. Embora os resultados do estudo sejam promissores num modelo animal de ELA, traduzir estes resultados para pacientes humanos envolve desafios significativos. As diferenças na biologia entre modelos animais e humanos devem ser consideradas. Nem tudo que funciona em camundongos funciona em humanos. Ainda não existem ensaios clínicos para garantir que não causam efeitos adversos ou conduzem a consequências indesejadas.
A ELA é uma doença complexa com múltiplos fatores subjacentes que contribuem para a degeneração dos neurônios motores. Uma combinação de terapias pode ser necessária para abordar eficazmente a natureza multifacetada da doença. Medicamentos como o tofersen e outros vêm sendo estudados (Conitec, 2023).
Do ponto de vista da nutrição o que podemos fazer para compensar as mutações com maiores quantidades de glutationa e maior consumo de antioxidantes na dieta. Precisa de ajuda? Marque aqui sua consulta de nutrição.
Leia o artigo completo em doi: 10.1093/brain/awac415