Classificação de Alzheimer usando ressonância magnética

A classificação de Alzheimer usando ressonância magnética (RM) é um tema de crescente interesse em neurociência e inteligência artificial. Métodos avançados, como aprendizado de máquina (ML) e aprendizado profundo (DL), são frequentemente usados para analisar imagens de ressonância magnética e ajudar na detecção precoce, classificação e monitoramento do Alzheimer. Abaixo estão os principais conceitos relacionados à classificação de Alzheimer por ressonância magnética (RM):

1. Modalidades de Ressonância Magnética no Diagnóstico do Alzheimer

  • RM Estrutural (RM T1, T2):

    • Identifica atrofia cerebral, especialmente no hipocampo, córtex entorrinal e outras áreas do sistema límbico.

    • Perda de volume cerebral é um indicador importante do Alzheimer.

  • RM Funcional (fMRI):

    • Analisa a conectividade funcional do cérebro.

    • Permite estudar redes neurais associadas à memória e cognição.

  • RM por Tensor de Difusão (DTI):

    • Avalia a integridade das fibras da substância branca.

    • Utilizado para identificar disfunções na conectividade estrutural do cérebro.

2. Técnicas de Classificação Baseadas em Imagens de RM

  • Extração de Características Manuais:

    • Técnicas tradicionais, como análise volumétrica, medem a redução do volume hipocampal ou espessura cortical.

    • Ferramentas como FreeSurfer ou SPM (Statistical Parametric Mapping) são usadas.

  • Modelos Baseados em Machine Learning:

    • Métodos supervisionados como Support Vector Machines (SVM), Random Forests e redes neurais são treinados em características extraídas das imagens.

    • Necessitam de pré-processamento e seleção de características.

  • Deep Learning:

    • Redes neurais convolucionais (CNNs) são altamente eficazes na classificação de Alzheimer.

    • Modelos como ResNet, VGG ou redes personalizadas podem analisar diretamente os dados de RM bruta.

3. Classificação em Estágios da Doença

  • Controle Saudável (HC):

    • Nenhuma ou mínima perda estrutural e funcional observada no cérebro.

  • Comprometimento Cognitivo Leve (MCI):

    • Fase intermediária entre o envelhecimento normal e o Alzheimer.

    • Pode ser subdividido em MCI amnéstico e não amnéstico.

  • Alzheimer (AD):

    • Atrofia severa em áreas específicas, conectividade prejudicada e aumento da carga de amiloide.

4. Classificação MTA na ressonância magnética estrutural (RM estrutural)

Esta classificação avalia o grau de atrofia do lobo temporal medial, com foco no hipocampo, córtex entorrinal e áreas adjacentes.

https://radiologyassistant.nl/neuroradiology/dementia/role-of-mri

A escala MTA avalia as seguintes estruturas:

  1. Hipocampo

  2. Córtex entorrinal

  3. Sulco temporal superior

  4. Substância branca temporal adjacente

Pontuação da Escala MTA

  • 0: Sem atrofia

    • Volume hipocampal e estruturas temporais normais.

    • Sulco temporal superior não está visivelmente aumentado.

  • 1: Atrofia leve

    • Discreta perda de volume no hipocampo.

    • Sulco temporal superior pode estar levemente alargado.

    • Alterações leves, possivelmente compatíveis com envelhecimento normal.

  • 2: Atrofia moderada

    • Redução moderada no volume do hipocampo.

    • Sulco temporal superior alargado.

    • Espaços liquóricos visivelmente aumentados.

    • Pode sugerir comprometimento cognitivo leve (MCI).

  • 3: Atrofia grave

    • Redução acentuada no volume hipocampal.

    • Sulcos temporais muito alargados.

    • Forte perda de massa encefálica nas áreas adjacentes.

  • 4: Atrofia muito grave

    • Desaparecimento quase completo do hipocampo.

    • Sulcos e espaços liquóricos extremamente alargados.

    • Altamente sugestivo de Alzheimer em estágio avançado.

Aplicação Clínica

  • A escala MTA é usada em imagens ponderadas em T1 (RM estrutural).

  • Idade deve ser considerada, pois uma leve atrofia (MTA 1) pode ser normal em idosos.

    • Idade < 75 anos: MTA 0 ou 1 é geralmente normal.

    • Idade > 75 anos: MTA até 2 pode ser normal.

  • Níveis mais altos de atrofia (MTA 3 ou 4) são indicadores fortes de doença de Alzheimer ou outra forma de demência.

Vantagens da Escala MTA

  1. Facilidade de uso: Pode ser aplicada visualmente por radiologistas ou neurologistas sem software especializado.

  2. Correlaciona-se bem com alterações cognitivas: Ajuda a distinguir Alzheimer de outras condições, como demência vascular.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/