10 genes que influenciam o metabolismo da cafeína

O café, uma das principais fontes alimentares de cafeína, está entre as bebidas mais consumidas no mundo e tem recebido considerável atenção em relação aos riscos e benefícios à saúde.

As pessoas não metabolizam a cafeína da mesma forma. Muitos genes influenciam a farmacocinética (ABCG2, AHR, POR, CYP1A1, CYP1A2) e a farmacodinâmica (BDNF e SLC6A4) da cafeína.

Aqui estão dez genes que influenciam o metabolismo da cafeína, junto com alguns polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) associados e uma breve interpretação sobre o papel de cada gene:

1. CYP1A2 (rs762551)

Este é o gene mais conhecido para o metabolismo da cafeína. O alelo A está associado a um metabolismo rápido da cafeína, enquanto o alelo C está relacionado a um metabolismo mais lento, o que pode aumentar o risco de efeitos colaterais da cafeína em doses elevadas. Pessoas que são metabolizadoras lentas da cafeína devem evitar o consumo de café após o almoço.

2. AHR (Aryl Hydrocarbon Receptor) - rs6968865 (G/A)

AHR regula a expressão de CYP1A2, que metaboliza a cafeína. O alelo G pode aumentar a expressão de CYP1A2, acelerando o metabolismo da cafeína, enquanto o alelo A pode levar a um metabolismo mais lento.

3. CYP2A6 (rs1801272)

Este gene também participa no metabolismo da cafeína e pode impactar a velocidade de metabolização. Portadores do alelo T podem ter uma atividade enzimática reduzida, o que leva a um metabolismo mais lento da cafeína.

4. NAT2 (N-acetiltransferase 2) - rs1041983 (C/T)

NAT2 contribui para a eliminação de cafeína do organismo. O alelo C está associado a um metabolismo lento, o que pode levar a uma maior sensibilidade à cafeína.

5. ADORA2A (Adenosine A2A Receptor) - rs5751876 (C/T)

Este gene influencia a sensibilidade do organismo à cafeína. O alelo T está associado a uma maior sensibilidade à cafeína e ao aumento do risco de ansiedade em consumidores de café.

6. PDSS2 (Decaprenyl Diphosphate Synthase Subunit 2) - rs2018966 (C/T)

Este gene pode influenciar o consumo de cafeína. Indivíduos com o alelo T tendem a consumir menos cafeína, possivelmente devido a uma resposta mais forte ou duradoura à substância.

7. CYP2E1 (rs2031920)

CYP2E1 participa no metabolismo secundário da cafeína. O alelo T pode estar associado a uma metabolização mais lenta, influenciando a duração dos efeitos da cafeína.

8. UGT1A1 (UDP-glucuronosyltransferase 1A1) - rs8175347 (TA6/TA7)

UGT1A1 é responsável pela glucuronidação, um processo de eliminação da cafeína. O alelo TA7 está associado a uma atividade enzimática reduzida, levando a um metabolismo mais lento.

9. BCHE (Butyrylcholinesterase) - rs1803274 (G/A)

Este gene influencia a degradação de compostos relacionados à cafeína. O alelo A está associado a uma menor eficiência na quebra de cafeína e de outras xantinas, podendo influenciar o metabolismo.

10. POR (Cytochrome P450 Oxidoreductase) - rs1057868 (A/G)

POR é um gene que fornece suporte enzimático ao CYP1A2, impactando indiretamente o metabolismo da cafeína. O alelo A está associado a uma função reduzida, potencialmente diminuindo a velocidade de metabolização da cafeína.

Esses genes e SNPs são importantes para entender como o organismo processa a cafeína e por que algumas pessoas metabolizam a substância mais rapidamente ou lentamente do que outras.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/