Na distonia, uma condição caracterizada por movimentos musculares involuntários e contrações, a disfunção mitocondrial e a desregulação do equilíbrio entre os neurotransmissores GABA (ácido gama-aminobutírico) e glutamato desempenham papéis importantes. Ambas as condições contribuem para o desequilíbrio da atividade neuronal e podem amplificar os sintomas motores típicos da distonia.
1. Disfunção Mitocondrial
As mitocôndrias, conhecidas como "usinas de energia" das células, produzem a maior parte do ATP (adenosina trifosfato) necessário para as funções celulares, especialmente no cérebro, que é altamente dependente de energia. Na distonia, uma disfunção mitocondrial pode reduzir a produção de ATP, o que impacta negativamente a função neuronal, contribuindo para:
- Aumento do estresse oxidativo: A disfunção mitocondrial leva ao acúmulo de radicais livres, danificando células nervosas e podendo afetar áreas do cérebro que regulam o movimento, como os gânglios da base.
- Redução da sinalização neuronal: Menos energia mitocondrial pode diminuir a liberação e a recaptura de neurotransmissores, agravando desequilíbrios entre GABA e glutamato.
2. Desregulação GABA-Glutamato
O GABA e o glutamato são neurotransmissores fundamentais para o equilíbrio entre inibição e excitação no sistema nervoso:
- Glutamato: É o principal neurotransmissor excitatório no cérebro e facilita a comunicação neuronal. Níveis excessivos de glutamato podem hiperativar os neurônios, gerando atividade motora descontrolada, o que pode exacerbar os movimentos involuntários na distonia.
- GABA: Age como o principal neurotransmissor inibitório, ajudando a controlar a excitabilidade neural. Na distonia, há uma redução na ação do GABA em algumas regiões do cérebro, especialmente nos gânglios da base, o que diminui a capacidade do cérebro de regular movimentos, contribuindo para os espasmos musculares.
Interação entre Disfunção Mitocondrial e Desregulação GABA-Glutamato
A disfunção mitocondrial e a desregulação entre GABA e glutamato estão interligadas e podem gerar um ciclo de retroalimentação negativa:
- A disfunção mitocondrial prejudica a produção e a liberação de GABA, tornando mais difícil para o cérebro inibir os sinais motores excessivos.
- Com o aumento do glutamato e a falta de inibição adequada do GABA, ocorre uma hiperexcitação neuronal, agravando os sintomas da distonia.
Em resumo, o desequilíbrio energético devido à disfunção mitocondrial e a desregulação do GABA e glutamato criam um ambiente neural propenso à atividade motora irregular. Essas descobertas são pontos de interesse em estudos para novas abordagens terapêuticas, como o uso de antioxidantes e estratégias que busquem restaurar o equilíbrio neuronal.
Além disso, é importante corrigir a resistência insulínica, se houver. A distonia se relaciona com um desequilíbrio nos neurotransmissores (dopamina, GABA, entre outros), e, embora não afete diretamente o metabolismo da glicose, a saúde neurológica e o metabolismo podem influenciar-se mutuamente.
O hormônio insulina regula os níveis de glicose no sangue e desempenha um papel crucial no metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas. Na resistência insulínica, níveis desregulados de glicose podem afetar o sistema nervoso central e agravar transtornos neurológicos em geral, podendo, indiretamente, influenciar sintomas motores ou neurológicos.
Em pessoas com diabetes, o descontrole da glicose pode causar complicações neurológicas (neuropatia diabética), que alteram a função dos nervos, embora isso seja mais comum em formas de neuropatia periférica.
É importante que o tratamento da distonia ou do diabetes seja bem coordenado entre os especialistas, incluindo nutricionista pois a saúde metabólica e neurológica podem influenciar-se mutuamente em algumas situações específicas. Precisa de ajuda? Marque aqui sua consulta de nutrição online.