A urolitina é um composto bioativo que tem atraído atenção por seus potenciais benefícios à saúde. Ela é produzida pela ação da microbiota intestinal a partir de precursores presentes em alimentos ricos em polifenóis, como as elagitaninas e o ácido elágico, encontrados principalmente em frutas como romãs, nozes e frutas vermelhas (framboesas, morangos, amoras, cranberries, goji berries), castanha do Pará, amêndoas, uva roxa, chá verde, avelãs.
Quando ingerimos alimentos ricos em elagitaninas e ácido elágico, esses compostos não são diretamente absorvidos no intestino. Eles precisam ser metabolizados por bactérias específicas no intestino, que os convertem em diferentes formas de urolitina, como a urolitina A, que é a mais estudada e que parece ter efeitos benéficos à saúde. Essa conversão depende da composição da microbiota intestinal, ou seja, nem todas as pessoas conseguem produzir urolitinas da mesma forma, pois isso depende da presença de determinadas espécies bacterianas.
A urolitina A tem sido estudada por seus efeitos na biogênese mitocondrial — o processo pelo qual novas mitocôndrias (as "usinas de energia" das células) são geradas. A urolitina A promove a remoção de mitocôndrias danificadas através de um processo chamado mitofagia, o que pode melhorar a função mitocondrial e retardar processos associados ao envelhecimento celular. Isso sugere potenciais benefícios no combate a doenças relacionadas à idade, como sarcopenia (perda de massa muscular) e doenças neurodegenerativas.
Urolitinas, particularmente a urolitina A, possuem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. Isso pode ajudar a reduzir o risco de doenças inflamatórias crônicas, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e certos tipos de câncer. A inflamação crônica é um fator de risco para muitas doenças, e a regulação da microbiota intestinal, além da produção de urolitinas, pode contribuir para controlar essa inflamação.
Como a produção de urolitinas depende da microbiota intestinal, há uma variabilidade individual significativa na capacidade de gerar esses compostos. Isso significa que, embora algumas pessoas possam obter benefícios de alimentos ricos em elagitaninas, outras podem não metabolizá-los de maneira eficaz se não tiverem as bactérias intestinais apropriadas. Pesquisas estão explorando maneiras de melhorar a saúde intestinal e a produção de urolitinas, como o uso de probióticos ou a modulação da dieta.
Estudos sugerem que a urolitina A pode melhorar a função muscular, especialmente em populações idosas, ajudando a prevenir a perda de massa muscular e melhorar a resistência física.
Pesquisas preliminares indicam que a urolitina A pode ter um efeito protetor sobre o sistema nervoso, reduzindo o risco de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer.
Os efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios da urolitina também têm sido investigados na prevenção de certos tipos de câncer, especialmente o câncer de cólon, onde o papel da microbiota intestinal é crucial.
Suplementação de urolitina A
Um estudo determinou indivíduos produtores e não produtores de urolitina. Apenas 12% das pessoas analisadas tinham níveis detectáveis de urolitina A. A suplementação de urolitina A (500mg/dia) aumentou os níveis plasmaticos significativamente (em mais de 6 vezes)
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