A epilepsia é uma doença caracterizada pela ocorrência de convulsões. Estima-se que atinja 50 milhões de pessoas em todo o mundo. Medicamentos, manejo do estresse, dieta cetogênica são importantes no gerenciamento da doença.
A busca por possibilidades alternativas de tratamento tem direcionado alguma atenção para o magnésio. O magnésio é um elemento essencial envolvido em muitos processos corporais e é considerado deficiente na dieta ocidental moderna.
Como a atividade convulsiva tem sido fortemente associada à neurotransmissão glutamatérgica excessiva, o magnésio poderia modular potencialmente a excitotoxicidade ligada à epilepsia (mais sobre este tema aqui).
O magnésio extracelular reduz picos espontâneos na atividade convulsiva através do receptor NMDA, ao mesmo tempo que diminui a hiperexcitabilidade da superfície neuronal. Na verdade, é bem conhecido que a hipomagnesemia, por si só, pode causar atividade convulsiva com deficiência mais grave.
Níveis mais baixos de magnésio no cabelo são observados em pacientes epilépticos quando comparados com controles saudáveis. A relação entre a gravidade da doença e a concentração de magnésio não é uma área que tenha sido amplamente explorada e poderia resultar em informações valiosas se mais trabalhos se concentrassem nesta associação potencial.
No que diz respeito ao magnésio como tratamento, descobriu-se que a suplementação de magnésio é benéfica para a hipomagnesemia, um fator de risco conhecido para convulsões em crianças e adultos. Outras condições associadas a convulsões sintomáticas, como a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia, também demonstraram uma melhoria como resultado da suplementação de magnésio.
São necessários mais ensaios clínicos aleatorizados para compreender melhor o potencial do magnésio como opção de tratamento para a epilepsia. Tais ensaios, com medições mais precisas dos níveis de magnésio, forneceriam uma visão maior e mais específica sobre o papel potencial do magnésio como tratamento (ou tratamento adjuvante) para vários tipos de epilepsia.