O câncer de mama triplo negativo (CMTN) representa cerca de 10-15% de todos os cânceres de mama. O termo CMTN refere-se ao fato de que as células cancerígenas não possuem receptores de estrogênio ou progesterona (ER ou PR) e também não produzem nenhuma ou quase nada da proteína chamada HER2.
Uma vez feito o diagnóstico de câncer de mama usando exames de imagem e uma biópsia, as células cancerígenas serão verificadas quanto a certas proteínas. Se as células testarem negativas em três testes, ou seja, se não tiverem receptores de estrogênio ou progesterona (ER ou PR) e também não produzirem nenhuma ou muito da proteína HER2, o câncer é considerado um câncer de mama triplo negativo.
O CMTN difere de outros tipos de câncer de mama invasivo porque tende a crescer e se espalhar mais rapidamente, tem menos opções de tratamento e tende a ter um pior prognóstico. Esses cânceres tendem a ser mais comuns em mulheres com menos de 40 anos, que são negras ou que têm uma mutação BRCA1.
Tratamento do câncer de mama triplo negativo
O câncer de mama triplo negativo tem menos opções de tratamento do que outros tipos de câncer de mama invasivo. Isso ocorre porque as células cancerígenas não têm receptores de estrogênio ou progesterona ou proteína HER2 suficiente para fazer a terapia hormonal ou os medicamentos HER2 direcionados funcionarem.
As opções de tratamento são a quimioterapia, a suplementação de reguladores epigenéticos, hipertermia (sauna), câmera hiperbárica e dieta cetogênica. Estas associações reduzem significativamente o tamanho do tumor possibilitando a cirurgia (Jemal, Molla, & Denejie, 2021).
Além de seus efeitos diretos no crescimento do tumor, a dieta cetogênica terapêutica tem o potencial de melhorar o estado geral de saúde dos pacientes e sua qualidade de vida.
Suplementos contendo os fitoquímicos resveratrol, genisteína, curcumina, EGCG tem como alvos genes que regulam o metabolismo celular. O resveratrol (3,4',5-tri-hidroxiestilbeno) é um composto polifenólico que ocorre naturalmente na casca de frutas de cor escura como uvas e bagas, em amendoins e vegetais fortemente pigmentados. O composto pode reverter várias alterações epigenéticas em células de câncer de mama (Selmin et al., 2020).
Genisteína e daidzeína são as isoflavonas mais abundantes encontradas em vários legumes, grãos e vegetais, com a soja contribuindo para a maior quantidade de isoflavonas na dieta humana. A genisteína regulou positivamente a expressão de BRCA-1 levando à expressão de ERα, e esses efeitos foram ligados à sensibilidade adquirida das células CMTN.
A curcumina, extraída do rizoma da Curcuma longa e amplamente utilizada na medicina indiana, restaura a expressão de BRCA1 através da redução do nível de metilação de seu promotor.
A Epigalocatequina 3-galato (EGCG), é a catequina mais abundante encontrada no chá verde e apresenta forte atividade antioxidante. Reduz a recorrência e melhorara a sobrevida em pacientes com CMTN. Os efeitos antiproliferativos do EGCG têm sido atribuídos à inibição da ácido graxo sintase (Selmin et al., 2020).