O metabolismo do etanol (álcool etílico) é o conjunto de reações bioquímicas que o organismo utiliza para absorver, oxidar e eliminar o álcool do corpo. A maior parte desse processo ocorre no fígado, embora pequenas quantidades também sejam metabolizadas no estômago e eliminadas pelos pulmões e rins.
1. Absorção do etanol
O etanol é absorvido rapidamente pelo trato gastrointestinal, principalmente:
20% no estômago
80% no intestino delgado
Como é uma molécula pequena e solúvel em água e gordura, ele difunde-se facilmente pelas membranas celulares e entra na circulação sanguínea.
A concentração máxima no sangue ocorre cerca de 30 a 90 minutos após a ingestão.
2. Metabolismo hepático (principal via)
Cerca de 90–95% do etanol ingerido é metabolizado no fígado, em três etapas principais:
Etapa 1 – Oxidação do etanol a acetaldeído
O NADH produzido aumenta a razão NADH/NAD⁺, o que tem consequências metabólicas importantes (ver abaixo).
Etapa 2 – Conversão de acetaldeído em acetato
O acetaldeído é tóxico — é o principal responsável pela ressaca e danos hepáticos. O acetato formado é menos tóxico.
Etapa 3 – Conversão do acetato em CO₂ e H₂O
3. Outras vias metabólicas (quando o consumo é alto)
Quando a via da ADH satura, o organismo usa sistemas secundários:
a) Microssomal (MEOS – sistema oxidativo do etanol no retículo endoplasmático liso)
Enzima principal: CYP2E1 (citocromo P450)
Usa NADPH e oxigênio
Aumenta com o uso crônico de álcool → indução enzimática
Gera radicais livres, contribuindo para o estresse oxidativo hepático
b) Catalase (peroxissomos)
Menos importante (≈ 2%)
Oxida etanol utilizando peróxido de hidrogênio (H₂O₂)
4. Consequências metabólicas do álcool
O excesso de NADH gerado nas reações anteriores causa desequilíbrio redox no fígado: