Dieta e câncer de colon

O câncer colorretal (CCR) ocupa o terceiro lugar entre os cânceres em todo o mundo, mas é o segundo em termos de risco de mortalidade. Apesar do avanço da cirurgia e da quimioterapia, bem como da implementação de terapias direcionadas e imunoterápicas, muitos pacientes com CCR continuam apresentando prognóstico ruim e muitos buscam estratégias alternativas ou tratamentos complementares.

Uma dessas alternativas envolve a intervenção dietética para melhorar o tratamento e ajudar a controlar os efeitos colaterais do tratamento. Além disso, o risco de CRC foi positivamente correlacionado com padrões alimentares específicos e níveis elevados de índice de massa corporal (IMC). Por exemplo, a obesidade induzida pela dieta ocidental, demonstrou aumentar o potencial oncogênico de precursores de células intestinais e suprimir a imunidade contra células tumorais.

Além disso, dietas com alto teor de açúcar, levando a níveis anormais de insulina e glicose em jejum, também demonstraram aumentar o risco de CCR. A conexão entre carboidratos e câncer foi descrita por Otto Warburg e colegas em 1923, que encontraram um consumo acentuadamente aumentado de glicose por tumores em comparação com os tecidos normais não proliferativos.

Warburg observou que, ao contrário das células normais que diminuem a captação de glicose e inibem a produção de lactato em condições aeróbicas, as células tumorais convertem grandes quantidades de glicose em lactato.

Verificou-se que oncogenes ativados de forma aberrante e a perda de supressores de tumor desregulam a importação de glicose e aminoácidos para as células cancerígenas. Oncogenes são genes mutados e que podem aumentar o risco de câncer.

Além disso, a baixa massa muscular ou sarcopenia é outro fator de risco importante em pacientes com CCR que raramente é diagnosticado. Evidências mostraram uma associação entre sarcopenia e incidência de CCR independente da obesidade, bem como aumento de complicações pós-operatórias e diminuição da sobrevida.

Uma intervenção nutricional com maior probabilidade de corrigir o metabolismo alterado é a dieta cetogênica, caracterizada pelo alto teor de gordura, proteína normal e baixo teor de carboidratos. Estudos mostram que a dieta ajuda na redução do peso e manutenção da massa magra. Também diminui a quantidade de glicose disponível para tumores e muda para a produção de corpos cetônicos como fonte alternativa de energia para células saudáveis (Tamraz, Ghossaini, & Temraz, 2023). Outra opção é uso de ésteres de cetona, para aumento dos corpos cetônicos na corrente sanguínea, sem a necessidade de restrição de tanto carboidrato da dieta.

Aprenda mais sobre o tema nos vídeos da plataforma https://t21.video

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/