A microbiota de pacientes com doença renal crônica é bastante alterada.
Cetonas e Proteção Renal: Perspectivas Terapêuticas para a Doença Renal Crônica (DRC)
A Doença Renal Crônica (DRC) tem se tornado uma preocupação crescente em todo o mundo, com um número alarmante de pacientes, especialmente em países desenvolvidos. Embora o tratamento convencional, como o controle da hipertensão e diabetes, seja eficaz, não há terapias que restauram a função renal danificada. Nesse contexto, novas abordagens terapêuticas estão sendo exploradas, e uma delas é o impacto do jejum e da restrição calórica sobre a saúde renal, com destaque para o papel dos corpos cetônicos.
Jejum e Seus Efeitos no Metabolismo Renal
O jejum tem sido um estado fisiológico pelo qual os seres humanos passaram ao longo de sua história. Hoje, com a prevalência da saciedade, observamos uma relação entre a superalimentação e o aumento da incidência de DRC. Em resposta ao jejum, várias vias moleculares são ativadas, incluindo a proteína quinase ativada por AMP (AMPK), o alvo mecanicista do complexo 1 da rapamicina (mTORC1) e a autofagia. A ativação do mTORC1 em situações de sobrecarga de nutrientes promove a proliferação celular, enquanto o jejum induz a resposta de adaptação celular e a degradação de componentes intracelulares para garantir energia.
O Papel dos Corpos Cetônicos
Os corpos cetônicos, inicialmente vistos como prejudiciais, têm ganhado atenção por seu papel potencial como reguladores do mTORC1 durante o jejum. Durante esse estado, a produção de cetonas pelo fígado e pelos rins se intensifica, fornecendo uma fonte alternativa de energia. Esses corpos cetônicos podem exercer efeitos renoprotetores, inibindo a ativação excessiva de mTORC1 e promovendo a manutenção celular.
mTORC1 e Autofagia: Regulação da Função Renal
O mTORC1 é um regulador crucial das vias de sinalização nutricional e está associado à divisão celular e à proliferação. Sua ativação anormal pode contribuir para doenças renais, gerando estresse celular e apoptose. Além disso, a autofagia, um mecanismo intracelular de degradação de componentes danificados, também está relacionada à função renal. A ativação adequada da autofagia pode ser benéfica, ajudando na remoção de resíduos celulares, mas sua disfunção também pode ter efeitos adversos, especialmente em células renais, como os podócitos.
Perspectivas Terapêuticas
Embora o uso de medicamentos que regulam o mTORC1, como a rapamicina, tenha mostrado resultados promissores, efeitos colaterais significativos limitam sua utilização clínica. Alternativas como a manipulação dos corpos cetônicos, por meio de jejum controlado ou estratégias dietéticas, estão sendo investigadas para controlar o mTORC1 e proteger a função renal (Yamahara, Yasuda-Yamahara, & Kume, 2024).
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