O diabetes gestacional é um tipo de distúrbio metabólico, que ocorre pela primeira vez durante a gravidez, e é caracterizado por níveis elevados de açúcar no sangue (glicose), podendo afetar negativamente tanto a mãe quanto o bebê. Geralmente, o diabetes gestacional se desenvolve no segundo ou terceiro trimestre da gestação e geralmente desaparece após o parto. Contudo, mulheres que tiveram diabetes gestacional apresentam risco aumentado de desenvolverem diabetes tipo 2 ao longo da vida. Por isso, cuidar da saúde é muito importante.
Os sintomas do diabetes gestacional podem não ser óbvios, e muitas mulheres podem não apresentar sintomas perceptíveis. No entanto, alguns sinais e sintomas que podem estar associados ao diabetes gestacional incluem:
Polidipsia: é o aumento da sede, com um consumo de líquidos acima do habitual.
Poliúria: caracteriza-se por uma frequência urinária maior do que a normal.
Fadiga: a gestante sente-se, de repente, mais cansada do que o normal, mesmo após ter dormido ou descansado.
Polifagia: aumento da fome, com vontade de comer toda hora, mesmo após as refeições.
Ganho de peso excessivo: ganhar muito peso não é recomendado na gravidez. Se estiver ganhando peso rápido demais ou tendo qualquer um dos sintomas acima marque a sua consulta de nutrição.
Infecções urinárias recorrentes: alterações fisiológicas da gestação favorecem a colonização do trato urinário por microorganismos. O risco aumentam com o diabetes, afetando a qualidade de vida da mulher durante a gravidez e aumentando o risco de morbidade materna e mortalidade fetal no período.
Visão embaçada: se estiver com a visão turva ou embaçada temporariamente, repita seus exames de sangue. Concentrações altas de glicose afetam os vasos sanguíneos dos olhos, que se rompem, provocando o vazamento de fluido na retina.
É importante que algumas mulheres experimentam esses sintomas mesmo não sendo diabéticas. Por isso, o acompanhamento pelo período gestacional muito importante.
Fatores de risco para o diabetes gestacional
Recomenda-se o rastreamento para o diabetes gestacional no momento do diagnóstico da gravidez, para todas as grávidas, com ainda mais cuidado se existem fatores de risco, como:
Obesidade
História prévia ou familiar de diabetes gestacional ou tipo 2
Síndrome dos ovários policísticos (SOP)
Glicosúria (açúcar na urina)
História de má tolerância à glicose
Diagnóstico do diabetes gestacional
Para rastreamento do diabetes gestacional, o seu médico solicitará um teste de tolerância à glicose. As metas recomendadas de glicemia durante a gravidez são:
Glicemia em jejum: igual ou abaixo de 95 mg/dL
Glicemia 1 hora após as refeições: entre 130 e 140 mg/dL (ou abaixo)
Glicemia 2 horas após as refeições: abaixo de 120 mg/dL
Uma mulher tem diabetes gestacional se o nível de açúcar no sangue exceder dois dos seguintes limites antes e após a ingestão de 75 gramas de glicose:
Antes da ingestão: glicose em jejum superior a 92 mg/dL
Após 1 hora: glicose maior que 180 mg/dL
Após 2 horas: glicose maior que 153 mg/dL
Tratamento do diabetes gestacional
O tratamento envolve uma combinação de dieta saudável, exercícios físicos e, em alguns casos, medicação. O objetivo é controlar os níveis de açúcar no sangue para garantir uma gestação saudável e reduzir os riscos para a mãe e o bebê. O acompanhamento médico e nutricional regular é fundamental para o manejo adequado do diabetes gestacional durante a gravidez.
O principal objetivo terapêutico para o diabetes gestacional é manter a glicemia dentro de faixas saudáveis. Um objetivo secundário é evitar ganho de peso desnecessário.
Evidências sugerem que o "exercício moderado a vigoroso consistente durante a gravidez" pode ajudar a prevenir o diabetes gestacional. Por quê? Porque o exercício aumenta a sensibilidade à insulina (seu hormônio de regulação do açúcar no sangue), que por sua vez remove a glicose do sangue e a armazena com segurança nas células.
A dieta deve ter baixo índice glicêmico e alguma restrição da quantidade de carboidratos. Um bom plano nutricional para o diabetes gestacional deve fornecer calorias, proteínas e micronutrientes suficientes para apoiar o crescimento e desenvolvimento fetal.
A gravidez aumenta as necessidades diárias de energia em cerca de 300 calorias e as necessidades diárias de proteína em cerca de 15 gramas. A mulher deverá adotar uma dieta livre de açúcares, carboidratos refinados e alimentos ultraprocessados, optando por comida de verdade constituída de alimentos como carne de gado ou aves ou peixe, gorduras saudáveis (como azeite e abacate), nozes, frutas e verduras com baixo teor de carboidratos.
Lembre-se: é sempre importante consultar um profissional médico e um nutricionista antes de iniciar qualquer programa dietético ou de exercícios durante a gravidez. Siga as suas orientações destes profissionais e monitore a sua glicemia regularmente.
Como 50% das mulheres que tiveram diabetes gestacional desenvolvem o tipo 2 ao longo da vida, recomenda-se, após o parto, a adoção de uma dieta com baixo teor de carboidratos para prevenção do diabetes. Isso significa que frutas açucaradas, batatas, grãos, bolo, pizza, macarrão e outros alimentos ricos em amido ficarão praticamente fora do cardápio.