Evidências sugerem que a exposição precoce ao ômega-3 exerce efeitos de longo prazo nas crianças, reduzindo os problemas de comportamento antissocial e agressivo. Um estudo envolvendo 200 crianças em idade escolar (8 a 16 anos) forneceu às crianças 1 grama de ácidos graxos ômega-3 mistos ou um placebo todos os dias durante seis meses.
As crianças foram submetidas a avaliações de personalidade e seus pais forneceram relatórios sobre o comportamento das crianças, especialmente o comportamento de externalização (como brigar ou mentir) e o comportamento de internalização (como depressão, ansiedade e retraimento).
As crianças que tomaram os ácidos graxos ômega-3 mostraram reduções acentuadas nos comportamentos negativos que persistiram até o ponto de acompanhamento de 12 meses, com comportamentos de externalização reduzidos em quase 42% e comportamentos de internalização reduzidos em quase 69%. Esses efeitos foram atribuídos ao papel dos ácidos graxos ômega-3 na saúde neuronal e na produção e função de neurotransmissores (Raine et al., 2015).
O que é o ômega-3?
Os ômega-3 são uma família de ácidos graxos essenciais que desempenham papéis importantes em seu corpo e podem proporcionar uma série de benefícios à saúde. Como o corpo não pode produzi-los por conta própria, todos devem obtê-los por meio da dieta.
Os três tipos mais importantes são ALA (ácido alfa-linolênico), DHA (ácido docosahexaenóico) e EPA (ácido eicosapentaenóico). O ALA é encontrado principalmente em plantas, enquanto o DHA e o EPA ocorrem principalmente em alimentos de origem animal e algas.
Alimentos comuns ricos em ácidos graxos ômega-3 incluem peixes gordurosos, óleos de peixe, sementes de linhaça, sementes de chia, óleo de linhaça e nozes.
Para pessoas que não comem muitos desses alimentos, geralmente é recomendado um suplemento de ômega-3, como óleo de peixe ou óleo de algas.
Funções do ômega-3
Estes ácidos graxos são necessários para construir membranas celulares em todo o corpo. Afetam a função dos receptores celulares nessas membranas. Eles também fornecem o ponto de partida para a produção de hormônios e redução da inflamação, inclusive no cérebro.
Ômega-3 e ansiedade
O ômega-3 tem sido objeto de estudo no contexto do tratamento de ansiedade e depressão devido ao seu potencial impacto positivo no funcionamento cerebral e no sistema nervoso.
A inflamação é uma causa comum a muitas patologias e distúrbios patológicos. São conhecidos os mecanismos de ação dos ácidos gordos ômega-3 no processo inflamatório, pois levam a uma alternância do mecanismo de inflamação para um mecanismo de regulação. Um dos componentes dos problemas neurológicos e psiquiátricos é a neuroinflamação. Desta forma, um aporte adequado de ômega-3 é fundamental.
Os pesquisadores desta revisão sistemática com meta-análise descobriram que as pessoas que tomaram altas doses de ômega-3 (até 2.000 mg por dia) pareciam ter a maior redução nos sintomas de ansiedade. Como o EPA possui maior ação antiinflamatória recomenda-se o mínimo de 1g deste ácido graxo. Isto para adultos.
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