A vitamina C (ou ácido ascórbico) é um nutriente essencial e que desempenha várias funções no corpo. Este nutriente é solúvel em água e não só atua como um antioxidante, regulador de reações epigenéticas do DNA, mas também é fundamental para o cérebro. Seu status no plasma é determinado por diferentes fatores, tanto nutricionais quanto fisiológicos. Além disso, a vitamina C também tem um papel crescente como neuromodulador, o que significa que ela influencia a função do sistema nervoso, afetando vários processos cognitivos e emocionais.
Determinantes do status de vitamina C no plasma
Ingestão dietética:
A principal fonte de vitamina C é a alimentação, com alimentos como frutas cítricas, morangos, pimentões, brócolis e outros vegetais de folhas verdes. A ingestão insuficiente pode levar à deficiência. A quantidade de vitamina C começa aumentar com consumo de 30 mg até 100 mg.
Absorção intestinal:
A absorção da vitamina C ocorre principalmente no intestino delgado, e a eficiência desse processo pode ser influenciada por fatores como a presença de outros nutrientes (como ferro, que pode aumentar a absorção) e o pH intestinal.
O intestino delgado (especialmente duodeno e jejuno) possui transportadores específicos, como o SVCT1 e 2 (sodium-dependent vitamin C transporter 1 e 2). Esses transportadores têm uma capacidade limitada de transportar vitamina C.
Quando as concentrações de vitamina C no intestino estão muito altas, esses transportadores podem se tornar saturados, o que limita a quantidade que pode ser absorvida. Por isto, não recomenda-se a suplementação de doses acima de 400 mg por horário.
Distribuição no corpo:
A vitamina C é concentrada em tecidos como glândulas adrenais, cérebro, fígado e córnea, mas é rapidamente utilizada, principalmente no cérebro, devido à sua função antioxidante.
Excreção renal:
A vitamina C é excretada principalmente pelos rins. A quantidade excretada depende da quantidade disponível no corpo e da capacidade renal de reabsorver vitamina C. A excreção aumentada pode ser um indicador de status inadequado de vitamina C.
Fatores genéticos:
Diferenças genéticas podem influenciar a absorção, o metabolismo e a utilização da vitamina C. Por exemplo, algumas variações genéticas podem afetar a capacidade do corpo de manter níveis elevados de vitamina C no plasma.
Estado fisiológico:
Condições como doenças crônicas, estresse, gravidez e lactação podem afetar as necessidades de vitamina C e, portanto, seu status no plasma. Durante infecções ou doenças inflamatórias, a demanda por vitamina C pode aumentar.
Fatores ambientais:
O tabagismo e a exposição a poluentes ambientais aumentam o estresse oxidativo, o que pode consumir mais vitamina C e, portanto, reduzir seu status no plasma.
A vitamina C como neuromodulador
Além de suas funções antioxidantes e envolvimento na síntese de colágeno, a vitamina C tem um papel relevante como neuromodulador, ou seja, ela afeta a atividade de neurotransmissores no cérebro, influenciando processos cognitivos e emocionais.
Síntese de neurotransmissores:
A vitamina C está envolvida na síntese de neurotransmissores como dopamina, norepinefrina e serotonina, através de sua ação como cofator enzimático. A vitamina C facilita a conversão de dopamina em norepinefrina, o que é importante para a regulação do humor e da resposta ao estresse.
Proteção contra estresse oxidativo no cérebro:
O cérebro é altamente suscetível ao estresse oxidativo, que pode danificar neurônios. A vitamina C atua como um potente antioxidante no cérebro, ajudando a proteger as células nervosas do dano causado pelos radicais livres.
Modulação da plasticidade sináptica:
A vitamina C pode influenciar a plasticidade sináptica, que é a capacidade das conexões neuronais de se modificarem em resposta a estímulos, o que está relacionado à aprendizagem e à memória.
Regulação do humor e função cognitiva:
Há evidências de que a vitamina C pode influenciar o humor e a função cognitiva, com baixos níveis de vitamina C sendo associados a distúrbios emocionais como depressão e ansiedade. A relação entre vitamina C e neurotransmissores como a serotonina pode explicar seu papel na regulação do humor.
Um estudo mostrou que pacientes com transtorno de ansiedade generalizada (TAG) possuem níveis significativamente menores de vitaminas A,C e E. Após suplementação por 6 semanas há redução significativa no escore de ansiedade e depressão (Medhavi et al., 2012).
Interação com o sistema nervoso autônomo:
A vitamina C também pode influenciar o sistema nervoso autônomo, que regula funções involuntárias do corpo, como a frequência cardíaca e a pressão arterial. Em situações de estresse, a vitamina C pode ajudar a moderar a resposta do corpo, controlando a liberação de cortisol e outros hormônios relacionados ao estresse.
A relação entre vitamina C e funções neurológicas ainda está sendo amplamente investigada, mas as evidências sugerem que a vitamina C desempenha um papel crucial na manutenção da saúde do cérebro, na modulação de sinais neuronais e na proteção contra condições neurodegenerativas.
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