Envelhecemos de forma mais acelerada entre os 44 e 60 anos

O estudo intitulado “Nonlinear dynamics of multi-omics profiles during human aging”, publicado na revista Nature Aging, investigou como diferentes camadas moleculares do corpo humano mudam ao longo do envelhecimento. Utilizando uma abordagem de multi-ômica, os pesquisadores analisaram dados de 108 participantes, com idades entre 25 e 75 anos, ao longo de um período de acompanhamento que variou de 1,7 a 6,8 anos.

Principais Descobertas

  • Envelhecimento Não Linear: Apenas 6,6% dos marcadores moleculares apresentaram mudanças lineares com a idade. Em contraste, 81% mostraram padrões não lineares, indicando que o envelhecimento não ocorre de forma constante, mas sim com alterações abruptas em determinados períodos.

  • Transições Críticas aos 44 e 60 Anos: Foram identificados dois períodos de disfunção molecular significativa por volta dos 44 e 60 anos. Essas fases estão associadas a mudanças em vias metabólicas específicas:

    • Aos 44 anos: Alterações relacionadas ao metabolismo de lipídios e álcool, além de marcadores associados a doenças cardiovasculares.

    • Aos 60 anos: Disfunções em vias de regulação imunológica e metabolismo de carboidratos.

  • Análise de Clusters: Os pesquisadores identificaram três grupos distintos de trajetórias moleculares ao longo do envelhecimento. Um desses grupos manteve estabilidade até cerca de 60 anos, seguido por um declínio acentuado, enquanto os outros apresentaram flutuações ou aumentos abruptos em idades específicas.

Implicações para a Saúde

Essas descobertas sugerem que o risco de doenças relacionadas à idade, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e neurodegenerativas, pode aumentar significativamente durante essas transições críticas. Compreender esses padrões não lineares pode ser essencial para o desenvolvimento de intervenções terapêuticas mais eficazes e personalizadas, visando prolongar a saúde e prevenir doenças associadas ao envelhecimento.

Mas o envelhecimento não é idêntico par todos

Vários relógios de envelhecimento estão sendo desenvolvidos para medir sua idade biológica, como relógios epigenéticos, relógios transcriptômicos, relógios proteômicos, relógios ribossomais, relógios do microbioma e assim por diante. Atualmente, os melhores e mais precisos relógios de envelhecimento são os relógios epigenéticos, que observam os padrões de metilação em seu DNA para determinar sua idade biológica.

O epigenoma desempenha um papel muito importante na saúde e no envelhecimento. Simplificando, o epigenoma determina quais genes estão ativos e quais não estão. Quando o epigenoma se torna disfuncional, vários genes que deveriam ser desativados são ativados (como genes pró-câncer), enquanto outros genes que deveriam ser ativados são desativados (como genes responsáveis ​​pela manutenção e reparo celular adequados). Exames epigenéticos avaliam a idade real:

Há muitas maneiras de melhorar sua saúde epigenética, reduzir sua idade epigenética e, assim, ajudar seu relógio do envelhecimento a funcionar mais lentamente.

Suplementos, alimentos e outras intervenções de estilo de vida específicos podem retardar seu processo de envelhecimento epigenético.

Exemplos de suplementos epigenéticos para longevidade incluem:

1. Alfa-cetoglutarato de cálcio (AKG de cálcio): pequena molécula naturalmente presente em nossos corpos. O AKG auxilia na manutenção adequada do epigenoma. Durante o envelhecimento, os níveis de alfa-cetoglutarato diminuem. Foi demonstrado que o uso de alfa-cetoglutarato retarda o envelhecimento e prolonga a vida útil em diversas espécies.

2. Vitamina C: tem vários efeitos epigenéticos importantes. Por exemplo, ele atua sinergicamente com o alfa-cetoglutarato para auxiliar enzimas epigenéticas importantes (como as enzimas TET) a desempenharem sua função.

3. Mononucleotídeo de nicotinamida (NMN): aumenta a produção de NAD+, uma substância muito importante necessária às células para manter seu epigenoma, entre outras funções. O NMN demonstrou atenuar vários aspectos do envelhecimento em camundongos, como melhorar o metabolismo, a estabilidade epigenética, os danos ao DNA e a saúde das células-tronco, além de melhorar aspectos do envelhecimento em humanos, como a sensibilidade à insulina e a capacidade de exercício, e promover a função muscular saudável.

5. Fisetina: impacta o epigenoma de várias maneiras, por exemplo, influenciando enzimas específicas envolvidas na metilação que ajudam o corpo a lidar melhor com a inflamação. Também ativa as sirtuínas, enzimas importantes que ajudam a manter o epigenoma.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/