Se você receber uma herança, precisará decidir se vai gastar, se vai guardar na conta-corrente, em uma poupança, ou fazer um investimento de longo prazo. No corpo, a insulina desempenha um papel semelhante, direcionando a glicose que você consome para onde ela deve ir, conforme as necessidades atuais do seu corpo. Se você precisa de energia para correr, essa glicose será queimada para formar ATP. Se não, poderá ser estocada no fígado ou músculos como glicogênio. Esse estoque é facilmente mobilizado e utilizado. Mas se já estiverem cheios, você estocará o restante da glicose como gordura, para uso futuro.
Quando consumimos consistentemente uma dieta rica em glicose (presente em pães, bolos, macarrão, sucos adoçados, refrigerantes, doces, arroz e outros cereais) o pâncreas precisa produzir insulina de forma constante. Se você já tem muita gordura acumulada, as suas células adiposas agem para evitar que mais glicose entre. Isso pode acontecer em pessoas que estão acima do peso e pode acontecer em pessoas magras, mas que tem um alto percentual de gordura corporal.
Quando as células se tornam menos responsivas à insulina em termos de captação de glicose, o pâncreas começa a trabalhar em eficiência máxima, liberando cada vez mais insulina para fazer o mesmo trabalho.
A resistência à insulina (RI) é uma condição metabólica que, se não controlada, pode evoluir para pré-diabetes - situação em que os níveis de açúcar no sangue são mais elevados do que o normal - e depois para diabetes tipo 2, síndrome metabólica, doença hepática gordurosa não alcoólica e problemas cardiovasculares. A RI afeta, no ocidente, aproximadamente 4 em cada 10 adultos não diabéticos.
Fatores de risco para a resistência insulínica
dieta rica em alimentos processados e carboidratos simples;
estilo de vida sedentário;
excesso de gordura corporal;
genética;
inflamação;
estresse;
alterações hormonais.
Como saber se tenho resistência à insulina?
Algumas pessoas com resistência à insulina apresentam alguns sinais, como escurecimento da pele ao redor das axilas ou do pescoço (acantose nigricans), aumento da circunferência abdominal, fome constante, cansaço, sede excessiva. Contudo, a maioria das pessoas não apresenta nenhum sintoma. Isto é um problema, pois, silenciosamente, os danos vão sendo feitos. Assim, quatro testes são importantes:
Glicemia em jejum
Insulina em jejum
Teste oral de tolerância à glicose
Hemoglobina A1c (glicada ou glicosilada)
Como reverter a resistência à insulina?
A prevenção e reversão da resistência insulínica exige o gerenciamento do peso, atividade física, adoção de dieta com baixo teor de carboidratos (low carb) ou cetogênica, controle do estresse e da inflamação.
Perda de peso para correção da resistência à insulina
Pesquisadores que estudam mulheres com sobrepeso e obesas descobriram que manter uma redução de 15% no peso corporal por 12 meses melhora a sensibilidade à insulina. Para conseguir manter o peso perdido, a dieta precisa ser rica em fibras e a atividade física é fundamental. Estudos mostram que 2 a 3 sessões de treinamento de resistência (como musculação) conseguem melhorar a sensibilidade à insulina em até 48%.
Já dormir mal tem o efeito contrário. Uma única noite de sono ruim pode resultar em um aumento significativa nos níveis de glicose no sangue. Junto ao estresse, as noites mal dormidas contribuem para a elevação do hormônio cortisol, que pode dificultar a secreção de insulina.
Monitorar os seus níveis de açúcar no sangue em tempo real pode fornecer uma ampla gama de informações que ajudam a informar mudanças específicas e de longo prazo no estilo de vida, muitas das quais podem melhorar a sua sensibilidade à insulina. Eu aprendi bastante usando o monitor LibreLink associado ao app Veri:
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