Modulação intestinal na obesidade

A obesidade é um importante problema de saúde pública. A sua prevalência aumentou recentemente em muitos países em todo o mundo, particularmente naqueles onde uma dieta rica em alimentos processados e ultraprocessados predomina. Um indivíduo obeso é mais inflamado. O tecido adiposo é vivo e produz citocinas inflamatórias, como interleucina 6 (IL-6) e fator de necrose tumoral (TNF-alfa), além de hormônios e outras substâncias que atuam em tecidos como o cérebro, regulando a queima de gordura, a compulsão e o consumo calórico.

RISCOS DA INFLAMAÇÃO CRÔNICA

Quanto maior a quantidade de gordura corporal, maior a inflamação e a predisposição a várias doenças como diabetes, dislipidemias e suas consequências cardíacas, hipertensão, esteatose hepática, ansiedade, depressão, artrose, câncer de intestino.

COMO REDUZIR A INFLAMAÇÃO?

Além da obesidade, contribuem para a inflamação: infecção por bactérias, vírus ou fungos, fraturas, exposição ao sol, calor ou radiação, alergias alimentares, questões autoimunes. Este estado gera além de dor (nas articulações, costas, pescoço, pernas, intestino…), uma neuroinflamação.

A variedade de doenças e processos de doenças nos quais a microbiota está envolvida, incluindo transtornos psiquiátricos e neurodegenerativos, dor, ansiedade, estresse, síndrome do intestino irritável (SII), derrame, compulsão e obesidade (Cryan et al., 2019)

COMO CONTROLAR A INFLAMAÇÃO?

O primeiro passo é emagrecer. A atividade física ajuda a melhorar a composição corporal reduzindo os estoques de gordura. Uma dieta com menos calorias e de característica antiinflamatória é muito importante. Frutas cítricas, por exemplo, são um tesouro, atuando no controle da inflamação e do controle de radicais livres. Um estudo mostrou que o consumo de suco de laranja reduz marcadores inflamatórios, mesmo em pessoas seguindo dietas ricas em gordura. Também reduz a concentração de endotoxinas no sangue e melhora a sensibilidade à insulina (Ghanin et al., 2020).

Para o controle da inflamação podemos usar suplementos com curcuvail, morasil, nac, zinco, selênio, ômega-3… O morosil, por exemplo, é um extrato do suco de laranja Moro, cultivado em torno do vulcão Etna, no leste da Sicília, na Itália. A cor da polpa desta laranja é de um vermelho intenso, devido ao alto teor de antocianinas, com ação antioxidante. Também é conhecido como Citrus sinensis, L. Osbeck e Citrus aurantium dulcis. Estudos mostram que ele é capaz de reduzir gordura corporal, neutralizar ganho de peso, especialmente na região abdominal, que tanta gente acha difícil de perder. Geralmente é usado na quantidade de 400 a 500 mg ao dia.

Outra forma de modular a inflamação é tratar o “leaky gut” (intestino gotejante ou hiperpermeável). Quando o intestino deixa de se comportar como uma barreira, acaba deixando passar para a corrente sanguínea substâncias que inflamam e ativam a autoimunidade. Com isso, há uma grande produção de citocinas pró-inflamatórias. Uma das questões é a disbiose intestinal (um desequilíbrio entre microorganismos mais ou menos inflamatórios). Alguns estudos demonstraram que indivíduos obesos possuem uma maior abundância relativa de Firmicutes e uma diminuição em Bacteroidetes em comparação com controles magros. O protocolo 6Rs é uma das formas de tratar o intestino:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/