O aumento da expectativa de vida está associado ao envelhecimento gradual da população. A capacidade de memória diminui com a idade e os déficits de memória são considerados um sinal de alarme porque são um sintoma precoce da Doença de Alzheimer (DA) que é um dos transtornos cognitivos mais prevalentes em idosos.
Estimativas de prevalência indicam que muitos idosos (22,2%) apresentam declínio cognitivo sem demência e que anualmente cerca de 12% deles desenvolverão demência. Pesquisadores do MIT realizaram análise abrangente dos genes que são expressos em células cerebrais individuais de pacientes com doença de Alzheimer. Os resultados permitiram à equipe identificar vias celulares distintas que são afetadas em neurônios e outros tipos de células cerebrais (Mathys et al., 2019).
Os pesquisadores analisaram amostras de cérebro post mortem de 24 pessoas que apresentavam doença de Alzheimer em estágio avançado e 24 pessoas de idade semelhante que não apresentavam os sinais da doença. Todos os sujeitos fizeram parte do Religious Orders Study, um estudo longitudinal sobre envelhecimento e doença de Alzheimer. Os pesquisadores também tinham dados sobre o desempenho dos sujeitos em testes cognitivos.
Usando a abordagem de sequenciamento de célula única, os pesquisadores foram capazes de analisar não apenas os tipos de células mais abundantes, que incluem neurônios excitatórios e inibitórios, mas também em oligodendrócitos, astrócitos e microglia. Os pesquisadores descobriram que cada um desses tipos de células mostrou diferenças distintas de expressão gênica em pacientes com Alzheimer.
Algumas das mudanças mais significativas ocorreram em genes relacionados à regeneração de axônios e mielinização. A mielina é uma bainha gordurosa que isola os axônios, ajudando-os a transmitir sinais elétricos. Os pesquisadores descobriram que nos indivíduos com Alzheimer, os genes relacionados à mielinização foram afetados tanto nos neurônios quanto nos oligodendrócitos, as células que produzem mielina.
Mas o mais surpreendente foi a descoberta de uma diferença dramática entre as células cerebrais de pacientes de Alzheimer masculinos e femininos. Os neurônios excitatórios e outras células cerebrais de pacientes do sexo masculino mostraram alterações de expressão gênica menos pronunciadas na doença de Alzheimer do que as células de indivíduos do sexo feminino, mesmo que esses pacientes apresentassem sintomas semelhantes, incluindo placas amilóides e deficiências cognitivas. Por outro lado, as células cerebrais de pacientes do sexo feminino mostraram alterações de expressão genética dramaticamente mais graves na doença de Alzheimer e um conjunto expandido de vias alteradas.
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Huperzine A e curcumina para a proteção do cérebro
Huperzine A é um alcaloide sesquiterpênico, isolado do musgo Huperzia serrata, tradicionalmente utilizado na medicina chinesa para tratamento de inflamação e demência.
Mecanismos de Ação da Huperzine A
1. Bloqueia a enzima responsável pelo catabolismo da acetilcolina, a acetilcolinesterase (AchE) em nível cerebral, reduzindo dessa forma a perda de memória em pacientes com a doença de Alzheimer.
2. Reduz a morte neuronal induzida pelo glutamato.
3. Reduz as mudanças patológicas induzidas pelos radicais livres.
4. Diminui significativamente a fragmentação da proteína beta-amiloide na sequência de 25-35, que por sua vez reduz a apoptose das células, aumentando a viabilidade celular.
Associação da Huperzina A com a curcumina
A curcumina do açafrão inibe a agregação da proteína beta-amiloide e reduz a sua quantidade no cérebro. Também altera a sinalização inflamatória e reduz a síntese de citocinas pró-inflamatórias. Além disso, há diminuição do estresse oxidativo e dos radicais livres.
Tabira e colaboradores (2018) conduziram esse estudo clínico para avaliar os efeitos da suplementação, duas vezes ao dia, de 150mcg de Huperzine A + 180 mg de curcumina em pacientes com comprometimento cognitivo associado a Doença de Alzheimer. Os pacientes foram submetidos aos seguntes testes: Mini-Mental State Examination (MMSE), Assessment Scale-Cognitive Subscale Japanese Version (ADAS-Jog) e Magnetic Resonance Imaging (MRI).
Os pacientes apresentaram melhoras significativas nas funções cognitivas após o tratamento com Huperzine A e curcumina avaliados pelos escores do ADAS-jog. Os escores foram significativamente melhorados entre as semanas 6 e 12 comparados com a linha base (p=0,007).
Os polifenóis são atuantes nas células cerebrais, impedindo a ação dos radicais livres, promovendo-as proteção, de modo que os danos degenerativos que geralmente são causados por estresse oxidativo sejam amenizados.
Vitis vinifera na proteção do cérebro
Calapai et at. (2017) conduziram um estudo que teve como objetivo avaliar os efeitos da administração de Vitis vinifera na função cognitiva de 111 pacientes idosos com Alzheimer. Metade dos idosos receberem por 12 semanas a seguinte posologia 250 mg de Vitis vinifera e o restante recebeu um placebo. Aqueles que receberam a Vitis vinifera tiveram melhorias nos scores de memória, atenção e linguagem e redução dos sintomas depressivos. Não foram observados efeitos adversos no decorrer do estudo.