Comer em excesso não é bom para saúde, mas ficar magro demais também não. A deficiência energética traz vários efeitos negativos à saúde, incluindo:
disfunção menstrual em mulheres
redução da massa óssea
alterações endócrinas com redução na produção hormonal
distúrbios metabólicos
problemas hematológicos com maior risco de anemia
redução do crescimento e desenvolvimento
efeitos psicológicos negativos
disbiose intestinal
piora da imunidade
queda do desempenho esportivo e mental
Cálculo da disponibilidade energética para desportistas e atletas
Exemplo: paciente de 70 kg, com percentual de gordura de 15%, exercício karatê (60 minutos de treino), gasto calórico do exercício físico: 600 kcal/hora, recordatório alimentar; 2.200 kcal.
Cálculo da disponibilidade energética:
(ingestão calórica diária - gasto calórico do exercício físico)/ massa livre de gordura (Kg)
A ingestão calórica foi de 2.200 kcal
O gasto no exercício foi de 600 kcal
A massa livre de gordura é o peso 70 kg - 15% = 70-10,5 = 59,5 kg
Disponibilidade energética = (2.200 - 600)/59,5 = 26,89 kcal/kg de massa livre de gordura
Referencial para disponibilidade energética (DE):
DE < 20/Kg - alto risco de sofrer as consequências da baixa disponibilidade energética
DE < 30 - risco médio de sofrer as consequências da baixa disponibilidade energética
DE aproximadamente 45 kcal/kg - baixo risco de sofrer as consequências da baixa disponibilidade energética
No esporte, especificamente a baixa disponibilidade energética gera efeitos negativos: redução da força muscular, aumento do risco de danos musculares, melhore resposta ao treinamento, piora da tomada de decisões, redução da coordenação e concentração, aumento da irritabilidade e maior risco de depressão, queda nos estoques de glicogênio, redução na performance tanto em exercícios de endurance e força (Mountjoy et al., 2018).