Um instestino desregulado pode ser causa de manifestações psiquiátricas. E um cérebro estressado desregula o intestino ainda mais. O trato gastrointestinal é o maior órgão imunológico do corpo humano e também a maior superfície de contato com o ambiente externo. Suas funções e permeabilidade são altamente influenciadas pelo estresse psicológico, que muitas vezes é um fator precipitante no primeiro episódio, recorrência e/ou agravamento dos sintomas dos transtornos psiquiátricos.
Na literatura recente, há evidências crescentes de que o aumento da permeabilidade intestinal com subsequente ativação imune tem um papel importante na fisiopatologia de vários transtornos psiquiátricos. Numerosos parâmetros medidos neste contexto parecem ser consequências desses mecanismos, mas ao mesmo tempo podem ser fatores contribuintes para a psicopatologia imunomediada. Por exemplo, a ativação imune relacionada a lipopolissacarídeos bacterianos derivados do intestino (LPS) ou vários antígenos alimentares e exorfinas foram relatados na depressão maior, esquizofrenia, transtorno bipolar, alcoolismo e autismo.
Tudo começa com o aumento da permeabilidade intestinal (1) Vários fatores prejudiciais comprometem a barreira intestinal e levam ao aumento da permeabilidade e passagem de substâncias estranhas para a corrente sanguínea. Dentre estes fatores estão estresse, citocinas inflamatórias, disbiose, SIBO, infecção bacteriana, viral ou fúngica, estresse oxidativo ou nitrosativo, sedentarismo ou atividade física excessiva, consumo de álcool, drogas ou medicamentos, incluindo antiinflamatórios e antibióticos.
Para avaliar o aumento da permeabilidade e o efeito disso no organismo (2) podem ser testados produtos de translocação como lipopolissacarídeos bacterianos (LPS), aumento de IgA, IgM ou IgG. Para avaliar alergias pode-se avaliar IGG, IgM e IgA específicas para glúten, gliadina, lactoglobulina, ovalmbumina etc. Para avaliação de autoimunidade são solicitadas imunoglobulinas específicas. Outros marcadores de permeabilidade intestinal aumentada incluem zonulina e razão lactulose/manitol.
As consequências imunológicas prejudiciais para o cérebro de antígenos derivados do intestino modulam a sintomatologia neuropsiquiátrica por ativação de resposta inflamatória prejudicial ao sistema nervoso (3 e 4). Isto pode ser agravado se a barreira hematoencefálica também estiver comprometida. Alguns fatores que perturbam essa barreira são o estresse, a inflamação, o estresse oxidativo e nitrosativo.
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