DE GRÃO EM GRÃO PREVINE-SE O ALZHEIMER

Existem muitas evidências de que a homocisteína aumentada não só aumentam a incidência de doenças cardiovasculares mas também de doenças do sistema nervoso central. Em um estudo muito bem feito os idosos com homocisteína elevada foram divididos em 2 grupos: um recebeu um placebo (cápsula sem composto ativo) e outro recebeu suplementação de 500mcg de metilB12 e 400mcg metilB9 diariamente por 2 anos.

No grupo que recebeu placebo a homocisteína começou em 13,8 e terminou em 14. Já no grupo suplementado a homocisteína caiu de 13,8 para 9,3 (menor que 10 é bom mas não excelente para grupo de risco, como veremos abaixo).

Uma boa proporção destes pacientes também eram diabéticos (30%) e hipertensos (60%) outras questões que aumentam risco cardiovascular e de prejuízo cognitivo. O que aconteceu com o grupo suplementado 12 meses e após 24 meses da suplementação? Foram estudas atividade cognitiva (3 primeiras escalas) e comportamento depressivo (HDRS). A suplementação com aquela dose de metilcobalamina e metilfolato foi signifivo apenas para melhorar apenas algumas escalas executivas e de depressão. Não foi um resultado maravilhoso mas justamente por isso. Temos que mexer em tudo. Reduzir carga glicêmica da refeição, adotar um padrão cetogênico e antiinflamatório, reduzir inflamação e pressão arterial, pois tudo isso junto afeta cognição. A abordagem precisa ser multifatorial em relação ao tratamento, dieta e suplementação.

Foi isso que discutiu um trabalho publicado em 12 de março de 2015, um artigo de pesquisa foi publicado no The Lancet que descreveu os efeitos de uma abordagem de múltiplos domínios para prevenir o declínio cognitivo em idosos em risco da população em geral na Finlândia (estudo FINGER). As descobertas deste grande ensaio clínico randomizado e de longo prazo sugerem que a intervenção em múltiplos domínios pode melhorar ou manter o funcionamento cognitivo (Ngandu et al., 2015).

A principal hipótese deste ensaio era que mudanças simultâneas em vários fatores de risco (mesmo de pequena magnitude) levariam a um efeito protetor sobre a cognição em idosos em risco (60-77 anos). O grupo de controle (n = 565) recebeu aconselhamento regular sobre saúde. O grupo de intervenção (n = 554) recebeu também aconselhamento nutricional, um programa de treinamento físico, um programa de treinamento cognitivo e atividades sociais que foram estimuladas por meio de várias reuniões de grupo. O monitoramento do risco vascular também foi realizado para o grupo de intervenção. Os pesquisadores observaram efeitos positivos significativos no resultado primário, que foi a cognição geral, e nos resultados cognitivos secundários (funcionamento executivo e velocidade de processamento).

Se prestarmos atenção e abordarmos rapidamente os primeiros sinais de declínio cognitivo em nós mesmos e nos entes queridos, não apenas nos daremos a chance de implementar intervenções personalizadas para interromper e talvez até reverter os danos no estágio de comprometimento cognitivo leve, mas também teremos um tremendo impacto sobre o ônus econômico. Se você conhece alguém que tenha problemas de memória, por favor, não os ignore e atribua isso ao envelhecimento - consulte um neurologista e mude seu estilo de vida imediatamente.

Mas dieta não é mágica!! Para obter o máximo benefício, você precisa consumir uma variedade de alimentos anti-inflamatórios, idealmente ao longo de vários anos. Com isso, você modula positivamente a expressão de genes e processos como a metilação. E, além de B9 e B12 para controle da homocisteína, podem ser necessários outros suplementos.

Para evitar doenças tente manter os marcadores bioquímicos abaixo dentro dos valores recomendados (principalmente se seu risco familiar e genético de Alzheimer é maior):

- Insulina (< 7 microUI/mL)

- Ácido úrico (< 6 mg/dL) - PCR (< 0,1 mg/L)

- Ferritina (70 a 150 ng/mL)

- VHS (< 5 mm/h)

- 25-OH-D (> 50 ng/ml)

- GGT (< 20 U/L)

- Homocisteína (< 7 µmol/L)

- B12 (300 a 700 pmol/L)

- B9 (> 10 a 30 ng/mL)

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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