A agenda do cérebro saudável

Existe um grupo de pessoas que os pesquisadores da longevidade chamam de “SuperAgers”, que estão na casa dos 80 anos ou mais, mas têm a função cognitiva de pessoas décadas mais jovens.

Por outro lado, muitas pessoa possuem cérebros compatíveis com o de pessoas décadas mais velhas. É o que queremos evitar. O neurocientista e autor do livro "The Age-Proof Brain", Dr. Marc Milstein, mostra estudo em que pessoas acima de 80 anos, com super cérebros foram acompanhadas ao longo de 18 meses. O diferencial destas pessoas é que continuaram aprendendo coisas novas ao longo da vida.

Pense no cérebro como uma conta bancária. Fazemos “depósitos” – ou novas conexões entre nossas células cerebrais – aprendendo. Nossas memórias estão alojadas nessas conexões. À medida que envelhecemos, naturalmente perdemos algumas dessas conexões. É como fazer uma retirada todos os anos, empobrecendo sua conta. Porém, quanto mais depósitos fizermos ao longo de nossas vidas, menos nosso patrimônio líquido será afetado por esses saques.

Um estudo descobriu que adultos com mais anos de escolaridade tinham lobos frontais mais ativos quando faziam testes de memória. A atividade no lobo frontal está associada a uma melhor memória. Mas o ensino superior não é a única maneira de manter a memória. Em outro estudo, mesmo que os indivíduos tivessem níveis de escolaridade mais baixos, se assistissem a palestras, lessem, escrevessem com frequência, eles apresentavam escores de memória equivalentes aos daqueles com mais escolaridade.

Quais tipos de aprendizagem são melhores para a saúde do cérebro?

Manter seu cérebro saudável vai além de fazer Sudoku e palavras cruzadas. Isso pode trazer benefícios cognitivos, mas você está se exercitando principalmente com o conhecimento e as habilidades que já possui.

O que faz conexões significativamente novas no cérebro é aprender novas habilidades e informações. E o processo deve ser desafiador: os SuperAgers abraçam - e às vezes desejam - esse sentimento de frustração quando aprendem algo que vai além de sua especialidade.

Aborde o aprendizado da mesma forma que faria com o treinamento físico. Você não iria para a academia e malharia apenas os antebraços. Eventualmente, você se pareceria com Popeye.

O mesmo vale para o cérebro. Aprender um novo idioma, por exemplo, trabalha diferentes partes do cérebro do que um novo esporte ou instrumento.

Você pode treinar seu cérebro misturando atividades de aprendizado físico e mental. Pegue seu calendário e planeje diferentes tipos de atividades usando uma agenda de treinamento cerebral, como esta:

Dia 1: Aprenda algo mentalmente estimulante, como ouvir um podcast ou fazer um curso online.

Dia 2: Faça algo que exija aprendizado por meio do movimento, como um novo esporte, dança ou pose de yoga.

Dia 3: Seja social. Tome um café com um amigo ou vá a um jantar. A interação social é uma forma de aprendizado que tem sido associada a evitar a demência.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/