A característica central das doenças cardiometabólicas relacionadas à obesidade é a capacidade prejudicada de fazer a transição entre o metabolismo dos ácidos graxos e da glicose. Esse comprometimento, conhecido como "inflexibilidade metabólica", ocorre em vários tecidos, incluindo o coração e o cérebro.
Embora o coração normalmente prefira metabolizar ácidos graxos em vez de glicose, a incapacidade de regular positivamente o metabolismo da glicose sob condições energeticamente exigentes contribui para um estado patológico envolvendo desequilíbrio energético, contratilidade prejudicada e modificações pós-translacionais de proteínas.
O cérebro tem capacidade limitada para catabolismo de gordura e, portanto, depende fortemente de um suprimento contínuo de glicose. Se este uso não é possível devido à alteração do metabolismo glicolítico cerebral a cognição é afetada. Conforme envelhecemos, há maior neuroinflamação e estresse oxidativo cerebral, agravando a resistência insulínica no órgão. Por isso, ensinar o cérebro a utilizar corpos cetônicos é muito importante, reduzindo a dependência por açúcares.
Flexibilidade x inflexibilidade metabólica
Imagine um carro que consegue andar com 2 combustíveis. Se não há um usa-se o outro. É um carro flex, flexível. Em outro carro que só utiliza gasolina, faltando este combustível, o carro para. O nosso corpo precisa de muita energia. As nossas mitocôndrias precisam conseguir produzir energia a partir do que chegar a ela: glicose, gordura, proteína. Isto reduz o risco de esteatose, de diabetes e outras doenças.
O consumo de carboidratos é gigante. Pão pela manhã, bolo no lanche, arroz no almoço, barrinha de cereal à tarde, macarrão no jantar, sucos e refrigerantes às refeições. Com isso, as mitocôndrias vão ficando mimadas. Se a pessoa pula uma refeição, vêm dor de cabeça, tontura. Por que as mitocôndrias não estão usando os nossos estoques de gordura? Justamente por estarem inflexíveis.
Como fazer as mitocôndrias se tornarem novamente flexíveis?
O corpo precisa reaprender a utilizar outros combustíveis com facilidade. Quando reduzimos o consumo de carboidratos e aumentamos o consumo de lipídios, são produzidos corpos cetônicos para alimentar as células. Os corpos cetônicos forçam as células a produzirem enzimas, transportadores, receptores, acordando o metabolismo que estava alterado. Com, isso, ganha-se novamente flexibilidade metabólica. A maior parte das pessoas não vão fazer a dieta cetogênica pra sempre. Após reganhar a flexibilidade vão fazer ciclos de estratégias para a manutenção de corpo e mente saudáveis por toda a vida.
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