Inflamação e obesidade na síndrome de Down

A obesidade entre os jovens com síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21 ou T21) apresenta alta prevalência de 23 a 70%. As taxas de obesidade nesta população aumentam após os 2 anos de idade. Por outro lado, apesar do ganho de peso, são comuns carências de vários micronutrientes, o que afeta o metabolismo e compromete o desenvolvimento. As carências também agravam a situação inflamatória, já mais comum em pacientes obesos (Abualsamh et al., 2019).

O acúmulo de gordura, especialmente na região abdominal gera aumento de substâncias inflamatórias como proteína C reativa e outros marcadores inflamatórios (Gutierrez‐Hervas et al., 2019). A inflamação associa-se à piora da qualidade de vida e deterioração cognitiva, devendo ser investigada e combatida. Uma ferramenta extremamente útil é o painel genético:

DIETA ANTIINFLAMATÓRIA NA SÍNDROME DE DOWN

A dieta antiinflamatória tem sido estudada por suas características antiobesogênicas. com síndrome de Down (SD) apresentam maiores taxas de obesidade. Além da dieta compostos bioativos como o EGCG podem ser prescritos pois possuem efeito no controle de peso e no perfil lipídico. Contudo, sem a dieta adequada os efeitos são bastante modestos (Xicota et al., 2020).

As mudanças devem ser para a família toda. Quando os pais engajam-se também na dieta saudável, a perda de peso em adolescentes e adultos jovens com síndrome de Down é maior (Curtin et al., 2013). Outro componente básico do estilo de vida saudável é a atividade física. Mais uma vez, família que exercita-se unida permanece unida. Pessoas com síndrome de Down têm uma alta incidência de síndrome metabólica, que tem sido relacionada a perfis de risco cardiometabólico aumentados (diabetes mellitus, alta resistência à insulina, obesidade, aterosclerose, dislipidemia e baixa capacidade aeróbia). Além disso, o alto estresse oxidativo tem sido relacionado à elevada resistência à insulina, baixa sensibilidade à insulina, aterosclerose e hipertensão. A atividade física regular melhora todo o metabolismo, o sono e é uma estratégia importante e preventiva para toda a família (Paul et al., 2019).

Controle do estresse oxidativo e da disfunção mitocondrial

As mitocôndrias produzem energia e também radicais livres. Quando os mecanismos antioxidantes falham a disfunção mitocondrial agrava-se o risco de doenças aumenta (não só diabetes e problemas cardiovasculares, mas também a doença de Alzheimer). Por isso, uma alimentação com alto potencial antioxidante é fundamental. A tabela abaixa mostra o potencial antioxidante de vários alimentos. Veja que não fazem da tabela alimentos de origem animal e alimentos industrializados, que são insignificantes ou, ao contrário, estremamente inflamatórios e aceleradores do processo oxidativo.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/