O câncer é o resultado de eventos genéticos e epigenéticos aberrantes. O termo epigenética refere-se a como e quando os genes são ativados e desativados. Engloba os processos que regulam a expressão dos genes. Você pode possuir uma mutação genética que aumenta significativamente o risco de uma doença, sem que isso se expresse durante a vida. Por outro lado, outra pessoa com a mesma mutação pode desenvolver uma doença grave caso não consiga silenciar o gene defeituoso. Um dos mecanismos epigenéticos mais importantes é a metilação.
O que é metilação?
O processo de metilação do DNA inclui a adição de grupos metil (-CH3) aos resíduos de citosina (uma das bases nitrogenadas presentes no material genético). Este processo biológico depende da disponibilidade de nutrientes como vitaminas B2, B3, B6, B9, colina, betaína e B12. Portanto, o estado nutricional de uma pessoa influencia a capacidade de metilação do DNA. Quanto mais metilado está o DNA mais difícil é a leitura dos genes. Assim, se na região de mutação o material genético encontra-se metilado (unido ao -CH3) o gene não será expresso.
A metilação do DNA é um processo dinâmico e sujeito a modificações em resposta ao desenvolvimento e envelhecimento normais, fatores ambientais e condições patológicas. Por exemplo, o DNA sofre hipometilação de muitos genes e hipermetilação de alguns outros conforme vamos envelhecendo, levando à instabilidade genômica. Um padrão semelhante é observado no câncer, onde o DNA é globalmente hipometilado, enquanto alguns outros genes do tumor estão muito expressos.
O processo de metilação do DNA é catalisado por um grupo de enzimas chamadas DNA metiltransferases (DNMTs). Em condições normais, as células possuem perfis de metilação padrão, mantendo um equilíbrio entre os processos de metilação e desmetilação do DNA. Este equilíbrio é perturbado em condições patológicas como inflamação, estresse oxidativo e câncer. A metilação do DNA responde a fatores ambientais, principalmente a dieta seguida, que deve ser rica em vitaminas do complexo B e betaína.
Além de vitaminas, muitos compostos bioativos dos alimentos atuam regulando processos como a metilação e outros processos epigenéticos, tendo ação quimiopreventiva (Carlos-Reyes et al., 2019):
Apigenina: aipo, salsa
Luteolina: cebola, couve-flor, brócolis
EGCG: chá verde
Quercetina: cebola, hortaliças verde-escuras
Resveratrol: uva, vinho tinto
Estes compostos também possuem ação antiinflamatória, antioxidante e reguladora do metabolismo. Aprenda mais:
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