Depressão e inflamação

Muitas pessoas que sofrem de depressão também apresentam dores crônicas. Em comum? A inflamação. Quando as pessoas estão submetidas ao estresse crônico ou a depressão, o corpo produz mais substâncias pró-inflamatórias, assim como acontece em pessoas com doenças crônicas inflamatórias como artrite e artrose.

Várias causas de inflamação crônica sistêmica (ICS) de baixo grau e suas consequências foram identificadas. Conforme mostrado à esquerda (clique na figura para ampliar), os gatilhos mais comuns de ICS (no sentido anti-horário) incluem infecções crônicas, inatividade física, obesidade (visceral), disbiose intestinal, dieta, isolamento social, estresse psicológico, sono perturbado e ritmo circadiano perturbado e exposição a xenobióticos, como poluentes atmosféricos, resíduos orgânicos, produtos químicos industriais e tabagismo. Conforme mostrado à direita, as consequências da ICS (no sentido horário) incluem síndrome metabólica, diabetes tipo 2, doença hepática gordurosa não alcoólica (NAFLD), doença cardiovascular, câncer, depressão, doenças autoimunes, doenças neurodegenerativas, sarcopenia, osteoporose e imunosenescência (Furman et al., 2019).

Os marcadores inflamatórios produzidos são responsáveis pela liberação dos neurotransmissores cortisol e noradrenalina. O excesso dessas substâncias faz com que a pessoa durma pior – o que pode estar ligado ao ganho de peso. O cortisol também suprime o sistema imunológico, deixando a pessoa mais vulnerável para qualquer outra doença. Além disso, há uma redução de serotonina, substância ligada ao controle do humor.

DEPRESSÃO E CARGA ÁCIDA

Os alimentos inflamatórios também tendem a ser mais acidificantes. Grãos refinados, carnes vermelhas e processadas e bebidas doces têm sido associados ao aumento de distúrbios psicológicos. Um analisou a dieta de 447 mulheres na faixa etária entre 20 e 50 anos. A carga de ácida da dieta foi calculada por meio de diferentes índices, incluindo o potencial de carga ácida renal (PRAL), produção líquida de ácido endógeno (NEAP) e carga de ácido da dieta (DAL). Para avaliar distúrbios psicológicos, uma versão validada da escala de depressão, ansiedade e estresse (DASS-21) foi usada. Foi averiguado que mulheres com dieta com maior escore de carga ácido-base tinham maior chance de depressão, ansiedade e sofrimento psicológico (Mozaffari et al., 2020). Assim, seguir uma dieta alcalinizante é uma medida importante para a saúde mental.

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Todas as estratégias de tratamento mental e metabólico estão interligadas. Entenda a melhoria da sua saúde mental e metabólica como uma jornada. Tenha paciência, seja bondoso consigo mesmo, cerque-se de profissionais competentes.

Uma maneira simples de manter seu estilo de vida saudável é estabelecer uma rotina. As rotinas podem ser úteis para reduzir o estresse, melhorar o gerenciamento do tempo e criar um senso de estrutura e previsibilidade na vida diária. Uma rotina que amo é a prática de yoga. Estudos mostram que o yoga contribui para o gerenciamento do estresse e a redução da ansiedade. A prática também contribui para redução dos sintomas depressivos (Bridges, & Sharma, 2017).

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Lembre: mesmo com todas estas estratégias, mantenha seus medicamentos. Não faça ajustes por conta própria, sem a supervisão do seu médico. Profissionais de saúde interessados em nutrição e cérebro podem aprender muito mais na plataforma https://t21.video.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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