Pacientes em uso de lítio precisam de suplementação adequada para prevenir problemas na tireóide

O lítio é um dos medicamentos mais prescritos para o tratamento da depressão unipolar, bipolar, da mania aguda e profilaxia de transtornos bipolares. Mas não dá para ir um dia ao médico pegar a receita e não voltar mais. O acompanhamento é necessário e a dosagem de lítio no sangue imprescindível. Isto porque doses baixas (<0,6 mmol/L) não fazem efeito. E doses muito altas são tóxicas (>1,2 mmol/L). O ideal é ficar ali entre 0,6 e 0,8 mmol/L.

Fora isso, outras questões precisam ser acompanhadas. Não temos apenas cérebro. Tudo funciona junto no nosso organismo. Se o intestino vai mal, o cérebro vai mal, se a tireóide vai mal, o cérebro também. E o lítio tem efeitos colaterais, podendo afetar órgãos como tireoide, paratireoide, rins.

Lítio altera o funcionamento da tireóide

Anormalidades da tireoide foram associadas ao tratamento da depressão com lítio. As ações antitireoidianas do lítio foram investigadas em detalhes pela primeira vez quando se observou que os pacientes com doença psiquiátrica tratados com carbonato de lítio desenvolveram hipotireoidismo e bócio. Estudos em animais e humanos subsequentemente revelaram que o lítio aumenta o conteúdo de iodo intratireoidiano, inibe o acoplamento de resíduos de iodotirosina para formar iodotironinas (tiroxina [T4] e triiodotironina [T3]) e inibe a liberação de T4 e T3.

Devido à alta incidência de disfunção tireoidiana durante o tratamento com lítio, os pacientes devem passar por um exame físico cuidadoso da tireoide e determinar os valores séricos do hormônio estimulador da tireoide (TSH) e dos anticorpos antitireoperoxidase antes do início do tratamento com lítio. Pacientes com função tireoidiana normal inicialmente devem ser reavaliados a cada 6 a 12 meses por vários anos, e a disfunção tireoidiana deve ser tratada se diagnosticada. Se a função tireoidiana estiver anormal o paciente precisará receber hormônio tioreoidiano. Além disso, em todos os casos recomendam-se modificações na dieta, que deverá ter características antiinflamatórias e ser suplementada com nutrientes chave.

Nutrientes importantes para tireóide e cérebro

Um estudo investigou o papel potencial do zinco na glândula tireóide após a administração de lítio. Foi observado que o zinco tem a capacidade de quase normalizar a captação alterada de iodo em 2 horas, além de normalizar os níveis circulantes de T3 e T4, em camundongos (Pathak & Pathak, 2021). Outros nutrientes essenciais para a tireóide são selênio e ferro. Estes nutrientes também são fundamentais para um cérebro saudável.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/