Impacto do envelhecimento no corpo e cérebro

O envelhecimento é um processo lento de deterioração de várias funções homeostáticas acompanhadas por um aumento da prevalência de doenças. As Nações Unidas definem 'idosos' como aqueles com mais de 60 anos de idade.

O envelhecimento muda o corpo desde o nível genético (instabilidade genômica, alterações epigenéticas, atrito dos telômeros) até o nível celular (disfunção mitocondrial, senescência celular, exaustão de células-tronco, estresse oxidativo, atividade proteassomal alterada e autofagia), incluindo um desequilíbrio de mensageiros principais (declínio nos fatores de crescimento, desequilíbrio de neurotransmissores, imunidade desregulada) e detecção de receptor alterada (atividade do eixo de estresse alterada, detecção de nutrientes desregulada), finalmente interrompendo a homeostase do organismo em envelhecimento.

O envelhecimento também está associado a mudanças na fisiologia intestinal, incluindo hipocloridria, distúrbios da motilidade gástrica e alterações degenerativas no sistema nervoso entérico produzindo efeitos dramáticos na composição e função do microbioma intestinal.

Embora a composição da microbiota intestinal humana adulta seja geralmente estável, se não perturbada, sua estabilidade se deteriora na velhice. Dieta e atividade física, dois fatores que geralmente diminuem na vida adulta, podem afetar dramaticamente o bem-estar, o desempenho cognitivo e a microbiota em qualquer fase da vida, mas seus efeitos parecem ser exagerados em indivíduos mais velhos.

Uma microbiota alterada contribui para mais inflamação, que associa-se à maior incidência de doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, síndrome metabólica, obesidade, etc. Assim, como estratégias antienvelhecimento, os estudos sugerem:

1) Cuide dos seus telômeros dormindo bem, exercitando-se, reduzindo o consumo de açúcar,  adotando uma dieta rica em ômega-3, parando de fumar, controlando o estresse com yoga e meditação.

2) Dê gargalhadas. Um estudo publicado na Psychology and Aging, mostrou que pessoas que viram mais de 1.000 fotos de pessoas com uma variedade de expressões faciais tenderam a subestimar a idade das que sorriam - em dois anos ou mais. Sorrir não só você parecer mais jovem mas também reduz sintomas de depressão, os quais estão associados à neurodegeneração.

3) Aprenda outra língua. Um estudo apresentado à American Academy of Neurology mostrou que entre 230 homens e mulheres com uma idade média de 73 anos, aqueles que falavam mais de duas línguas tinham quase quatro vezes menos probabilidade de sofrer deficiências cognitivas do que pessoas que eram bilíngues.

4) Caminhe dez quilômetros por semana e você poderá interromper o declínio da memória. Um estudo de 13 anos financiado em parte pelo National Institute on Aging descobriu que os participantes com idade média de 78 anos que caminhavam mais tinham um risco 50 por cento menor de desenvolver problemas de memória. O cérebro encolhe com a idade, mas passeios longos parecem preservar o volume da massa cinzenta em regiões cruciais para o funcionamento da memória.

5) Cuide da saúde. Pessoas que sentem mais dores têm a memória piorada. Faça seus exames anuais e adote uma dieta antiinflamatória.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/