A FAMÍLIA DA VITAMINA E - CONHEÇA O COMPLEXO E

Uma vitamina é um composto que o corpo não produz ou que produz muito pouco, mas que é necessária para apoiar o crescimento, o desenvolvimento, a manutenção da saúde e a prevenção de doenças. Se a vitamina não for obtida em quantidades adequadas, podem surgir deficiências como escorbuto (pela falta de vitamina C), raquitismo (pela falta de vitamina D), cegueira noturna (pela falta de vitamina A), esterilidade (pela falta de vitamina E).

Um dos tipos de vitamina E mais estudados é o alfa-tocoferol, isolado do germe de trigo em 1936. Contudo, esta não é a única forma de vitamina E disponível. Na verdade existem um complexo E, que inclui alfa-, beta-, gama- e delta-tocoferol e alfa-, beta-, gama- e delta-tocotrienol. Esses compostos são semelhantes na composição molecular, mas ligeiras nuances permitem uma variedade de diferenças funcionais entre o grupo.

Uma característica que une todos os membros do complexo E é a capacidade de oferecer proteção contra a oxidação, doando elétrons para radicais livres, particularmente presentes em membranas e lipoproteínas (por exemplo, colesterol LDL).

Mais de 90% dos antioxidantes nas membrana celulares de mais de 38 milhões de células presentes no corpo humano estão na forma de vitamina E. Tocoferóis e tocotrienóis funcionam de forma diferente. Isto acontece pois tocotrienóis possuem uma cadeia lateral insaturada (contendo ligações duplas), enquanto o tocoferol tem uma cadeia lateral saturada (sem ligações duplas). As ligações duplas na região da cauda do tocotrienol encurtam a molécula. Isto faz com que os tocotrienóis tenham mais flexibilidade e consigam mover-se 40 a 60 vezes mais rápido nas membranas celulares do que o tocoferol. É por isso que tocotrienóis são aproximadamente 50 vezes mais ativos como antioxidantes do que tocoferóis.

Entre os quatro membros (alfa-, beta-, gama-, delta-) de tocoferóis e tocotrienóis, também existem diferenças de forma, e estas são encontradas na região da cabeça da molécula. As formas alfa têm as maiores cabeças, enquanto as delta-formas têm as menores; beta- e gama- são intermediárias. Uma vez que é mais difícil para moléculas maiores obter acesso à membrana celular, acredita-se que as moléculas menores sejam mais ativas. Isso torna o delta-tocotrienol - a menor das oito moléculas de vitamina E e a mais eficaz enquanto antiioxidante.

A maior parte dos suplementos dietéticos contém a vitamina E na forma de alfa tocoferol. O problema é que em altas doses esta vitamina faz o oposto do esperado: gera mais oxidação e aumenta o risco de certos tipos de câncer, como o de próstata.

A maioria dos tocoferóis dos suplementos é derivada da soja. Só que a soja é naturalmente rica em gama-tocoferol, portanto, quando o alfa-tocoferol é necessário, os fabricantes convertem o gama-tocoferol derivado da soja em alfa-tocoferol. Isso significa que a maioria dos suplementos de alfa-tocoferol não são naturais, mas, semissintéticos. A vantagem para a indústria é que a vitamina E da soja possui um custo mais baixo.

Na natureza o urucum possui alta quantidade de tocotrienol que pode ser usado também em suplementos. Os benefícios do tocotrienol para a saúde cardíaca são conhecidos há algum tempo. Tocotrienóis ajudam a reduzir colesterol, proteína C reativa (um marcador inflamatório) e a proteger o fígado contra a esteatose hepática. Também parecem reduzir o risco de câncer de ovário.

Os alimentos contém uma mistura de diferentes tipos de vitamina E. O consumo de castanhas, sementes, nozes, amêndoas, avelãs, azeite de dendê, azeite de oliva extra virgem, abacate contribuem para um aporte adequado de complexo E.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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