Muitas desordens e condições de saúde estão associadas à alterações na microbiota e presença de hiperpermeabilidade intestinal, incluindo envelhecimento acelerado, alergias alimentares, esofagite, esteato hepatite, cirrose, colangite esclerosante, Alzheimer, Parkinson, esclerose lateral amiotrófica, depressão, ansiedade, tireoidite de Hashimoto, diabetes, doenças autoimunes, autismo (Camilleri, 2019)
Bactérias como E. Coli, lipopolissacarídeos bacterianos (LPS), dieta rica em gordura processada, gliadina do glúten, alérgenos alimentares podem desestabilizar a mucosa intestinal. A figura abaixo mostra um intestino íntegro mas os fatores anteriores, assim como inflamação, dislipidemia, hiperglicemia, obesidade, doenças (diabetes, doenças renais, doenças hepáticas, doenças intestinais, síndrome do ovário policístico), consumo elevado de álcool, carências nutricionais, dieta inadequada aumentam o risco de rompimento da integridade intestinal e aumento da permeabilidade (Leech et al., 2019). Com isso, tudo o que não deveria cair na corrente sanguínea acaba caindo, inflamando e aumentando o risco das doenças citadas no primeiro parágrafo.
Uma microbiota saudável é fundamental para regulação da glicemia e prevenção da diabetes. Uma microbiota disbiótica é frequentemente associada a um tempo de trânsito colônico prolongado, resultando em uma mudança no metabolismo do cólon levando ao aumento da proteólise microbiana e de LPS no intestino. Em comparação com mulheres grávidas com normoglicemia no mesmo trimestre, as mulheres com diabetes gestacional têm alteração da composição da microbiota intestinal, com redução da abundância de bactérias probióticas, importantes para a saúde.
O uso de medicamentos antidiabéticos como a metformina parece alterar mais a microbiota intestinal, com efeitos sobre a abundância relativa de vários gêneros e espécies, como Escherichia e Intestinibacter. O tratamento com metformina também é conhecido por causar desconforto intestinal transitório ou persistente em cerca de um terço dos indivíduos, o que em parte pode ser atribuído ao aumento da produção de gases por bactérias do tipo Escherichia spp.
Muitos indivíduos diabéticos estão acima do peso e isto também afeta a colonização intestinal. Além disso, o uso de outros medicamentos para controle da pressão, colesterol ou emagrecimento também podem afetar a microbiota, de forma negativa, contribuindo para a perpetuação de problemas de saúde.