O uso de qualquer tipo de tabaco a qualquer momento é ruim. Causa danos não apenas aos usuários, mas àqueles que os rodeiam. Com o novo coronavírus atacando os pulmões, alguns dizem que pode ser uma ameaça séria para quem fuma tabaco através de cigarros e narguilé, maconha, tabaco mascado ou vaporizado.
Além dos riscos associados ao novo coronavírus, parar de fumar melhora sua saúde e reduz o risco de doenças cardíacas, câncer, doenças pulmonares e outras doenças relacionadas ao fumo. Se você tem uma doença pulmonar relacionada ao tabagismo, pode estar em maior risco de complicações ao contrair o novo coronavírus. O tabagismo impacta tanto o sistema imune inato quanto o adaptativo, causando disfunções na produção de células de defesa.
Está em isolamento social? Agora é um bom momento para parar de fumar. Quando você não está perto de outros fumantes, parar de fumar torna-se mais fácil. Faça atividade física em casa, beba bastante água, ligue para os amigos, leia, mantenha-se ocupado, medite. Se precisar comece uma terapia online para conseguir lidar melhor com a ansiedade.
Como a vaporização também pode danificar seus pulmões, o vaping não é uma alternativa mais segura ao fumo e também pode afetar as complicações relacionadas ao novo coronavírus. Mascar tabaco também não é uma alternativa segura. O novo coronavírus se espalha através de gotículas da boca e do nariz; portanto, o cuspir que geralmente acompanha o tabaco mascado também pode representar um risco de disseminação do novo coronavírus. Parar é bom para a sua saúde, melhora a higiene ao redor e também ajuda sua família e amigos.
Depois de parar de fumar seu paladar irá melhorar consideravelmente, os alimentos ficarão mais saborosos e melhorar a dieta também será mais fácil. Fumar também afeta as passagens nasais e causam inflamação, comprometendo a capacidade de sentir aromas. Quem pára de fumar passa a achar os alimentos saudáveis mais cheirosos e apetitosos.
O fumo afeta a capacidade do corpo de absorver e utilizar nutrientes como cálcio, vitamina D e vitamina C. Também afeta a circulação sanguínea e aumenta o risco de aterosclerose. As três primeiras semanas são as mais difíceis já que substâncias como a nicotina causam vício. Mas vale a pena. A partir de 48 de cessação do tabagismo os pulmões já estarão capitando mais oxigênio. A inflamação começará a diminuir e a circulação volta a melhorar.
Benzeno, formaldeído, cianeto, monóxido de carbono, arsênico entram no corpo do fumante, aumentam a geração de radicais livres e a velocidade e envelhecimento. Ex-fumantes vivem mais, apresentam menos doentes, melhores níveis de condicionamento do que pessoas que se mantém fumando. Este é um bom momento para parar. Existem produtos que podem ajudar no processo como medicamentos (vareniclicina e bupropiom) mas o mais importante é manter a mente focada nos benefícios que terá:
após 20 minutos: a pressão arterial e a frequência cardíaca começam a voltar ao normal
após 12 horas: os níveis de monóxido carbono no sangue voltam ao normal
após 2 semanas a 3 meses: começa a respirar melhor e a sentir mais energia, a circulação sanguínea melhora, o risco de enfarte do miocárdio diminui, o olfato e o paladar melhoram e os doentes diabéticos passam a controlar melhor a sua doença
após 1 a 9 meses: aumento gradual do bem-estar geral, acompanhado de mais vitalidade, a tosse e a falta diminuem e a respiração torna-se mais fácil
após 1 ano: o risco de ataque cardíaco diminui para cerca de metade do observado nas pessoas que continuam a fumar
após 2 a 5 anos: o risco de acidente vascular cerebral diminui, ficando semelhante ao das pessoas que não fumam, o risco de cancro da boca, da garganta, do esófago e da bexiga reduz-se para metade, decorridos 5 anos
após 10 anos: corre 50% menos risco de ter um cancro do pulmão do que as pessoas que continuam a fumar, o risco de cancro do pâncreas e do rim diminuem
após 15 anos: o risco de doença coronária é semelhante ao de uma pessoa não fumadora, do seu sexo e idade
Passo a passo para parar de fumar
Faça uma lista dos motivos que justificam a decisão de deixar de fumar.
Identifique as situações em que habitualmente fuma, em que sente mais vontade de fumar e como poderá lidar com elas.
Marque uma data para deixar de fumar, o dia “D”.
Espalhe a notícia de que vai parar de fumar, comprometa-se com a decisão e envolva os outros na sua decisão.
Até ao dia “D”:
releia a sua lista de motivos para deixar de fumar
procure atrasar o primeiro cigarro da manhã
vá eliminando cigarros ao longo do dia e aumentando o intervalo entre eles
não fume o cigarro até ao fim
altere hábitos, evite situações em que sente vontade de fumar
mude de marca de tabaco para outra que lhe agrade menos
No dia “D” pare mesmo de fumar:
Remova os cinzeiros de casa.
Quando sentir uma forte vontade de fumar, respire profundamente, controle a respiração, aprenda a relaxar. Pense que esse desejo dura apenas alguns minutos e que é capaz de resistir, porque à medida que o tempo passa esse desejo vai diminuir.
Não pense que nunca mais fumará, mas que hoje não vai fumar. Mantenha pensamentos positivos e objetivos diários.
Faça atividade física, caminhadas ou yoga.
Parar de fumar pode aumentar o seu apetite nas primeiras semanas. Compense com alimentos nutritivos de mais baixas calorias. Procure um nutricionista se precisar de ajuda.
Diminua a ingestão de café e álcool até se sentir mais liberto do desejo de fumar. Substitua por chá ou infusões sem açúcar.
Guarde em um local visível o dinheiro que diariamente poupa por não comprar tabaco e utilize-o em algo que lhe dê prazer.
Recaídas não significam falhas. Aprenda com a experiência. Entenda as causas da recaída e volte ao início do processo.
Pessoas que fumam produzem mais radicais livres e metabólitos oxidantes com alta afinidade pela hemoglobina presente nas hemácias (células vermelhas do sangue, cuja função é transportar gases). O próprio monóxido de carbono (CO2) gerado na queima do cigarro tem maior afinidade pela hemoglobina que o oxigênio, gerando uma situação de hipóxia (baixa oxigenação). O organismo tenta compensar o fato aumentando a produção de hemácias (também chamados eritrócitos), numa tentativa de aumentar a disponibilidade de locais para ligação com o oxigênio. O problema é que o sangue torna-se mais viscoso, comprometendo a circulação e a própria oxigenação de tecidos. A velocidade de hemossedimentação (VHS) cai severamente (de 11 para 5, em média), dificultando a detecção de inflamações e o tratamento de doenças.