O uso de plantas como medicamentos foi descrito na China pelo emperador Cho Chin Ken, 3.000 anos antes de Cristo. Existem referências nos papiros egípcios sobre as propriedades medicinais de aproximadamente 1.700 plantas. O Brasil é um país com enorme biodiversidade, possuindo pelo menos 60.000 variedades de plantas, o que representa 15 a 20% do total do mundo inteiro. Mesmo assim, as pesquisas na área andam a passos lentos. De todas estas plantas, apenas cerca de 1.500 estão adequadamente documentadas (Lopes et al., 2018).
A legislação do Brasil é rigorosa, tanto para a pesquisa, quanto para a comercialização de fitoterápicos. O rigor evita efeitos adversos similares aos dos medicamentos alopáticos, como reações alérgicas, dermatite, diarreia, cansaço, tontura, dor de cabeça, boca seca, fraqueza muscular, desordens do sono, vômito, sedação. Podem também causar efeitos severos como psicose, hemorragia cerebral, taquicardia, convulsões, dano hepático, nefrotoxicidade, infarto, derrame, câncer, epilepsia (Posadzki e Ernst, 2013).
Por outro lado, o rigor excessivo atrasa o desenvolvimento de novos tratamentos e mantém o país dependente de tecnologia estrangeira. Atualmente, a maior parte dos suplementos vendidos no Brasil é caro pois contém matéria-prima importada. Além disso, cada país possui uma legislação diferente e sem suplementos nacionais muitas pessoas compram no exterior ou importam suplementos sem o mesmo padrão de qualidade. Muitos estudos mostram um número bem maior de intoxicação por fitoterápicos, do que por alimentos feitos com as mesmas plantas.
Fitoterápicos são produtos que contém um conjunto de princípios ativos obtidos a partir de partes de plantas (folhas, sementes, raízes, ceras, oleos, caules). Como qualquer medicamento devem fornecer garantia de qualidade, ter efeitos terapêuticos comprovados e composição padronizada, para que possa ser prescrito em quantidades adequadas e não causem efeitos tóxicos. Os principais motivos para os fitoterápicos causarem mais reações adversas do que os alimento incluem: suplemento ou medicamento fitoterápico adulterado, misturas de plantas com efeitos aditivos, interação com medicamentos, superdosagem, uso por longo período de tempo. A severidade dos sintomas, depende da planta, da sensibilidade individual, forma, quantidade e tempo de uso.
Muitos profissionais de saúde, incluindo nutricionistas, médicos, dentistas, fisioterapeutas e veterinários dizem que prescreveriam mais fitoterápicos em suas diversas formas (extrato, óleo essencial, infusão, tintura etc) se houvessem mais pesquisas, garantia de segurança e eficácia. Esta área continuará em franco desenvolvimento nos próximos anos. Profissionais de saúde devem buscar capacitação constante e pessoas interessadas no uso devem orientar-se com aqueles habilitados para tanto.