As pessoas vivem de dieta. Mesmo assim, mais e mais pessoas encontram-se acima do peso no mundo. Por que as pessoas vivem a emagrecer e engordar? Por que as dietas não funcionam a longo prazo?
Infelizmente, 5 anos após uma dieta, a maioria das pessoas já recuperou todo o peso perdido. Aliás, 40% dos que fizeram dieta na verdade acabam ganhando mais peso do que tinham antes.
Existem diversas teorias para explicar o fenômeno. As teorias psicológicas atribuem os problemas para o controle do excesso de peso a duas causas: (1) capacidade reduzida de resposta aos controles internos de fome e saciedade e (2) aumento da capacidade de resposta a estímulos, principalmente emocionais, não relacionados à fome e a saciedade. É o famoso comer emocional, quando se está alegre, triste, ansioso, entediado, irritado...
Outra teoria é a do “set-point”. De acordo com a mesma o peso de uma pessoa é regulado por um ajuste interno que difere de indivíduo para indivíduo. Os centros de fome e saciedade do hipotálamo parecem ajustar o consumo alimentar de modo a manter as reservas de gordura no nível habitual, mesmo que este seja considerado elevado. Para esta teoria seu corpo vai defender o seu peso, reagindo à dieta com pensamentos obsessivos em relação à comida, o que desencadeia a compulsão alimentar.
Ainda de acordo com esta teoria este mecanismo é um mecanismo evolutivo. Em épocas de escassez nossos ancestrais gastavam muita energia e emagreciam demasiadamente. Contudo, em momentos de abundância comiam tudo o que podiam e guardavam calorias na forma de gordura para que pudessem enfrentar novos momentos de escassez sem adoecer ou morrer. A modernidade livrou a maior parte das pessoas de momentos de escassez. Mas quando alguém resolve restringir voluntariamente a alimentação a resposta do organismo é a mesma dos nossos antepassados. O corpo se protege, gasta menos calorias e daqui a pouco a compulsão chega para que você reponha tudo o que foi perdido.
A terceira teoria é a dos estímulos ambientais. Vivemos em um mundo obesogênico. Temos todo o tipo de alimento a nosso dispor. Somos bombardeados com propagandas de alimentos ultraprocessados e quando saímos à rua vemos um monte de coisa gostosa, colorida, cheirosa. Os sentidos da visão, paladar, olfato são estimulados tornando a resistência ao alimento muito difícil, especialmente se a pessoa estiver passando fome com uma dieta restritiva.
A última teoria é a do hedonismo alimentar, que levanta a hipótese da importância da palatabilidade dos alimentos e das recompensas psíquicas e fisiológicas que os alimentos proporcionam. Ou seja, comemos porque gostamos, nos sentimos bem, associamos comida à prazer, à conforto. Somos atraídos pelos alimentos, não é?
É por isso que estudos no mundo todo mostram que as estratégias para o emagrecimento não podem envolver apenas restrições. É o estilo de vida que precisa mudar. Atividade física, relaxamento, terapia, aconselhamento nutricional, apoio. Tudo isso faz parte do pacote de quem precisa ou quer emagrecer e se manter magro.