Demi Lovato é linda, talentosa, rica, popular. Tem a vida sonhada por muita gente mas está internada novamente. No documentário lançado no ano passado contou sua luta com álcool, drogas e com a bulimia.
A cantora do hit "Give your heart a break" já falou diversas vezes sobre o tanto que sofre. Mesmo assim, vive sendo atacada nas redes sociais toda vez que engorda. Por que uma cantora precisa ser atacada por seu peso? Por que qualquer pessoa precisa ouvir constantemente comentários sobre o peso? Quando as pessoas vão parar de comentar sobre a aparência dos outros? Se não temos nada de bom a dizer porque precisamos abrir a boca? Sim, palavras ferem - e muito.
Para acabar com o bullying quem sofre, quem é mais sensível ou mais perfeccionista vai tentar se moldar, vai tentar agradar emagrecendo mais uma vez, privando-se, vomitando, tentando aparentar o que não se é...
O que é a bulimia?
A bulimia nervosa é um distúrbio alimentar grave que se caracteriza pela ingestão às escondidas de grandes quantidades de comida, seguida de alguma estratégia compensatória como a indução do vômito. Noutros casos, procura-se compensar a ingestão excessiva de calorias com laxantes, diuréticos ou muita atividade física (por horas).
A incidência de bulimia é maior em mulheres entre os 15 e 24 anos, principalmente entre as perfeccionistas ou nas que sofrem de ansiedade extrema ou depressão. Porém, outros fatores contribuem para o aparecimento do transtorno como genética e pressão social.
A bulimia manifesta-se como uma preocupação excessiva com o corpo e com o peso, um medo constante de ganhar peso, uma sensação de incapacidade de controlar o comportamento alimentar. A ingestão de alimentos em alguns momentos é excessiva, causando desconforto, dor e vergonha. Com as práticas compensatórias podem surgir complicações, como desidratação, insuficiência renal, problemas cardíacos, irregularidades menstruais, deterioração dos dentes e gengivas, problemas digestivos, agravamento da ansiedade ou depressão e abuso de álcool e/ ou drogas.
O diagnóstico é feito pelo médico psiquiatra ou psicólogo, a partir de conversas com o paciente e seus familiares, de exames físicos, clínicos e bioquímicos. Fique atento, se alguém ao seu redor apresentar:
- episódios repetidos de ingestão excessiva de alimentos;
- comportamentos estranhos (a pessoa some após a refeição);
- prática de atividade física excessiva;
- jejum ou uso de diuréticos ou laxantes;
- baixa autoestima, irritabilidade;
- sintomas depressivos (angústia, tristeza, cansaço extremo, sentimentos de culpa, perturbações do sono, alterações na capacidade de concentração, preocupações recorrentes, apatia, dores).
Bulimia é algo sério. Em primeiro lugar podemos ajudar parando de julgar as pessoas pela sua aparência. O ser humano é diverso em cor, estatura, peso, gênero. Não temos que ser tão severos! Demi Lovato acredita que sua história com a bulimia começou com o bullying na escola. À medida que a ansiedade e o estresse aumentava o comer tornava-se mais e mais disfuncional.
Como se trata a Bulimia nervosa?
O diagnóstico já foi feito? Apoie, leve às consultas, esteja presente. Muitas pessoas resistem ao tratamento o que pode agravar a situação. De um modo geral, o tratamento da bulimia requer uma combinação de medicamentos e de psicoterapia. Além destes elementos clínicos, o apoio familiar é um aspecto fundamental durante o tratamento. Medicamentos podem também ser necessários, dependendo do diagnóstico. Por exemplo, antidepressivos, como a fluoxetina, podem ser prescritos.
Um adequado acompanhamento nutricional é importante. Em geral, pessoas com transtornos alimentares já fizeram muitas dietas diferentes e possuem dúvidas sobre o que é certo e errado. Um bom profissional pode ajudar o paciente a navegar melhor por conceitos e práticas. Além disso, dependendo das complicações clínicas, ajustes precisarão ser feitos à dieta.
Dentre as complicações observadas estão: deficiência de sódio, potássio, ferro, zinco e magnésio, acidose metabólica, amenorreia, diminuição da libido, osteopenia ou osteoporose, esofagite, prisão de ventre, alterações no funcionamento do fígado, cálculo renal, ressecamento cutâneo, perda de cabelo, perda extrema de massa magra.
Em alguns casos, pode ser necessária a hospitalização. Embora os sintomas melhorem com o tratamento, por vezes, a recuperação não é completa podendo ocorrer períodos de relapso, muitas vezes desencadeados por acontecimentos estressantes.