O Alzheimer é uma doença degenerativa do cérebro e a principal causa de demência. Os sintomas característicos da demência incluem dificuldades na memória, linguagem, capacidade de resolução de problemas e menor capacidade de realizar as atividades de vida diárias. Isto se dá pois neurônios são danificados ou destruídos. O Alzheimer foi descrito pela primeira vez em 1906 mas pesquisas sérias a respeito da doença só começaram por volta de 1970 e ainda há muito a ser descoberto.
Não existe um exame que detecte o Alzheimer, aumentando o desafio para neurologistas e geriatras. Estes profissionais utilizam-se de achados como os descritos abaixo para chegar a um diagnóstico:
História familiar e individual de mudanças cognitivas, comportamentais e psiquiátricas;
Mudanças na memória e nas habilidades básicas de vida (usar o banheiro, preparar um sanduíche etc);
Exames de sangue e de imagem.
O cérebro de um adulto possui tipicamente 100 bilhões de neurônios e mais de 100 trilhões de sinapses. O acúmulo de placas de beta-amilóide fora dos neurônios e proteínas tau dentro dos mesmos parece contribuir para morte destas células ou para a interferência na comunicação entre elas.
O cérebro de pessoas com a doença em estágio avançado mostra maior inflamação e redução de massa (peso). As alterações podem se iniciar 20 anos antes dos primeiros sintomas aparecerem. Como não existe um tratamento eficaz para a doença a prevenção é de fundamental importância.
Na síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21) o acúmulo de beta-amilóide no cérebro é ainda maior já que o gene que codifica a proteína precursora do amilóide localiza-se justamente no cromossomo 21. Aos 40 anos a maior parte das pessoas com Síndrome de Down (SD) possuem quantidades significativas de placas amilóide e emaranhados de proteína tau no cérebro. E quanto mais cedo isso acontecer, quanto mais cedo ocorrer o envelhecimento do cérebro, maior e mais precoce também é o declínio cognitivo (Cole et al., 2017).
De acordo com a Sociedade Nacional para a Síndrome de Down (dos Estados Unidos) aos 50 anos cerca de 30% das pessoas com SD apresentam Alzheimer, e destes, 50% desenvolverão demência. Apesar de fatores de risco genéticos não poderem ser modificados existem fatores de risco ambientais modificáveis que devem ser avaliados na tentativa de se minimizar o impacto da doença. Sabe-se, por exemplo, que diabetes, obesidade, hipertensão, sedentarismo, alto consumo de carnes processadas e carências nutricionais aumentam o risco de Alzheimer.
Lembre que ao considerarmos a natureza multifatorial da doença de Alzheimer, precisamos pensar em estratégias integrativas que mantenham estresse baixo, peso adequado, glicemia normal e inflamação sob controle. Uma das dietas preconizadas é a ketoflex, associada à atividade física, yoga e meditação para o combate ao estresse, sono de qualidade e exercícios cognitivos.
Exames para detecção da doença de Alzheimer
Tau é um marcador relativamente tardio da fisiopatologia de Alzheimer (muitas vezes precedido por anos pelo acúmulo de amilóide). Quanto mais emaranhados de proteína Tau no cérebro, maior costuma ser o declínio cognitivo. Assim, tecnologias de imagem da Tau PET são considerados um marcador de dano neuronal e retração de dentritos. O tau PET pode ser usado para acompanhar a taxa de declínio cognitivo em pacientes com Alzheimer já diagnosticado.
Para a prevenção, existem marcadores anteriores para vigiarmos, incluindo zinco sérico baixo, proporção alterada de cobre para zinco, glicose em jejum, insulina em jejum, hemoglobina glicada, homocisteína, concentração de beta amilóide no fluido cerebroespinhal, evidências de depósitos de amilóide no cérebro (exames de imagem). Todos com casos de Alzheimer na família devem ser avaliados já aos 45 anos e acompanhados por neurologista e nutricionista, especialistas em protocolos de prevenção e tratamento da doença de Alzheimer, como o Recode.