Por quê emagrecer lentamente?

Reduzir o percentual de gordura não é fácil para muita gente. Na verdade é um tormento. No consultório é comum as pessoas falarem que gostariam mesmo é de perder 10 kg em 1 mês. Ha, se fosse fácil... Mas além de não ser fácil o emagrecimento rápido pode ser prejudicial por alguns motivos:

1) Grande perda de massa magra

Quando poucas calorias são ingeridas a perda de musculatura é grande, desacelerando o metabolismo. A alimentação inadequada também reduz a produção de hormônios anabólicos como a testosterona, o que acelera ainda mais o catabolismo. Para minimizar a perda de massa magra a alimentação deve ser balanceada e associada à atividade física adequada para este momento. Profissionais de educação física indicam exercícios com peso para estimular a síntese protéica.

2) Desequilíbrios da tireóide

Dietas restritivas interferem na produção do hormônio ativo T3 (triiodotironina). Este hormônio é fundamental para a queima de gordura e para o emagrecimento. Quanto maior é a restrição de calorias e carboidratos na dieta menos T3 é produzido. Leia mais aqui.

3) Intoxicação

Figura: La Merrill et al. 2013 - http://ehp.niehs.nih.gov/1205485/

Figura: La Merrill et al. 2013 - http://ehp.niehs.nih.gov/1205485/

Muitas toxinas entram em contato com nosso organismo diariamente. Várias delas vem pela alimentação, cheia de corantes, conservantes, adoçantes e pesticidas. Para que não façam mal a órgãos vitais como cérebro, coração e rins o tecido adiposo e o fígado sequestram tais toxinas.

Indivíduos com maior percentual de gordura corporal tem provavelmente mais toxinas acumuladas. A quebra rápida da gordura libera estes poluentes (POPs) no sangue. Transportados pela corrente sanguínea inflamam cérebro, fígado e o próprio tecido adiposo. Quando as células de gordura se inflamam voltam a inchar e a acumular gordura. Cérebro inflamado significa mais ansiedade e compulsão alimentar. E o fígado inflamado pode evoluir para a esteatose hepática ou hepatite. Assim, dietas restritivas podem promover uma grande perda de peso inicial, mas o ganho posterior de todo o peso perdido (ou até mais) é comum.

O ideal é então que o emagrecimento seja lento, acompanhado de atividade física e com uma dieta rica em substâncias antiinflamatórias e antioxidantes que protejam o organismo durante todo o percurso e facilitam a destoxificação de poluentes.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/