Estou aqui preparando a aula de disbiose que darei no curso de pós graduação em obesidade. O ganho de peso acontece por diversos motivos, tanto genéticos quanto ambientais. Dentre os últimos os mais comuns são excessivo consumo calórico e redução dos níveis de atividade física. Porém, apenas isto parece insuficiente para explicar o tamanho aumento de peso na população. Uma das hipóteses é que o desequilíbrio entre bactérias boas e ruins no intestino possa ser um dos responsáveis pela adiposidade. De acordo com inúmeros estudos obesos possuem mais bactérias inapropriadas no intestino e estas extraem mais energia dos alimentos.
A composição da flora bacteriana intestinal varia de pessoa para pessoa e depende da microbiota ainda ao nascimento e das práticas de aleitamento (crianças que nasem de parto normal e são amamentadas possuem flora mais saudável e esta persiste por muitos anos), depende de como a introdução de alimentos foi feita (com mais ou menos alérgenos e alimentos que modificam o pH intestinal), da disponibilidade de material fermentável (as bactérias precisam de alimento para sua manutenção, no caso fibras prebióticas), status nutricional (células do intestino necessitam de diversas vitaminas afim de permanecerem saudáveis e produzirem os diversos peptídios que enviam informações de saciedade ao cérebro).
As bactérias boas do intestino são bastante sensíveis, sua colonização não é permanente e por isto merecem atenção. Fatores como estresse, uso de medicamentos (antibióticos, antiácidos, antiinflamatórios, anticoncepcionais etc), radiação, atividade física extenuante, dieta inadequada (pobre em fibras, vitaminas e minerais ou com um consumo excessivo de proteínas animais) podem desequilibrar a flora intestinal.
A flora intestinal de indivíduos obesos parece ser diferente daquela de indivíduos que estão dentro do peso considerado adequado (Anhê et al., 2015, Fei, & Zhao, 2013, Parekh et al., 2015, Schulz et al., 2014). O tratamento da disbiose passa a ser então necessário. Dentre os tipos de probióticos (bactérias boas) disponíveis no mercado para a reposição da flora destacam-se o Lactobacillus rhamnosus (eficaz na inibição de infecções do trato urinário, vaginal, na prevenção da diarréia e da intolerância à lactose), o Lactobacillus acidophilus (combate bactérias ruins como a salmonela além de produzir lactase), lactobacillus casei (encontrado também no yakult - tem efeitos imunomoduladores reforçando as defesas naturais do organismo), Bifidobacterium longum (expulsa bactérias nocivas e fungos do intestino grosso e reduz a frequencia de desordens gastrintestinais durante o tratamento com antibiótico), bifidobacterium bifidum (diminui o pH intestinal melhorando a absorção de minerais como cálcio e magnésio), bifidobacterium animalis (aquela do Activia - diminui a inflamação intestinal e acelera o peristaltismo). O ideal é o uso de produtos que contenham mais de um tipo de probiótico, assim a colonização é mais eficaz e o tratamento mais rápido. Para saber sobre marcas de produtos tanto em cápsulas quanto em pó (sachês) converse com seu nutricionista!
Abaixo cito algumas marcas de fibras prebióticas. Antes do uso converse com seu nutricionista ou médico sobre a melhor opção par seu caso:
- Muke: inulina e frutooligossacarídeos (fos) e galactooligossacarídeos (gos) e goma guar (cyamoposis tetragonolobus)
- FiberFor - Fibra de Trigo, Frutooligossacaríos (FOS) e Inulina.
- FiberMais - Goma Guar Parcialmente Hidrolisada e Inulina.
- Fiber Balance - gomar guar parcialmente hidrolisada SUNFIBER e inulina
- Mix de fibras catarinense - inulina e polidextrose
- FOS maxinutri - frutooligossacarídeos (fos)
- Nesh fibras - inulina e goma guar