Queda de dopamina na menopausa

Qual é a sua reação instintiva quando pensa na menopausa? Medo? Confusão? Impotência... ? Todos estes sentimentos são normais. Afinal, a menopausa nos é apresentada como uma fase terrível da vida.

Com isso, muitas mulheres procuram por “soluções mágicas”, medicamentos, hormônios ou suplementos que as tornaram jovens e energéticas novamente. Mas não acontece desta forma. Sim, a mulher pode ser bonita e sentir-se bem em qualquer fase. Mas isto depende de uma mudança no estilo de vida.

Com a mentalidade e as rotinas adequadas, a menopausa pode ser mais uma fase de crescimento, força, saúde, bem-estar e capacitação. É a pausa apenas da menstruação, mas não tem que ser uma pausa da vida feliz.

Para tanto, precisará conhecer mais sobre seu corpo e seu metabolismo. Uma coisa que pouco se discute é a queda da dopamina, que traz como consequências maior fadiga, queda da libido, menos energia e maior compulsão alimentar. Mas não somos reféns! A dopamina não aumenta apenas com a secreção do hormônio feminino estradiol.

Formas de aumentar a dopamina

  • Faça qualquer coisa que te dê medo. Pode ser viajar sozinha, ir ao cinema sozinha, fazer um esporte radical, voltar a namorar…

  • Coma apenas quando tiver fome. O jejum matinal ajuda a regular hormônios. Mas não exagere. A ideia não é passar fome, nem compensar depois com alimentos hipercalóricos e pouco saudáveis.

  • Tome banhos gelados, entre no mar, na cachoeira ou em um tanque de água fria.

  • Ouça diariamente as músicas que você ama. Dance ou cante junto.

  • Reduza o consumo de carboidratos e aumente o consumo de proteínas. Ovos, salmão, atum, sardinha, frango orgânico, iogurte rico em proteínas, nozes ou sementes são boas opções.

  • Consuma leguminosas, que além de serem fontes de proteínas e fibras, ajudam a regular a função intestinal. Cerca de 50% de toda a dopamina em nosso corpo são produzidos no intestino, ajudando a regular o nervo vago e o humor na menopausa. Consuma, portanto lentilha, ervilha, feijão e grão-de-bico.

  • Escolha gorduras saudáveis, encontradas em alimentos como azeite de oliva, açafrão, gergelim, canola, nozes, linhaça, peixes oleosos como atum, arenque, atum e truta.

  • Pratique yoga. Estudos mostram que a prática desta filosofia milenar ajuda a equilibrar neurotransmissores, como dopamina e GABA.

  • Sexo aumenta dopamina. Não fuja dele.

  • Se necessário, suplemente tirosina, aminoácido importante para a formação de L-DOPA. Outros suplementos úteis incluem forskolin, mucuna pruriens, complexo B, cafeína, gingko biloba. Marque uma consulta para conversarmos sobre dosagens.

A queda de dopamina é ainda maior em mulheres com alterações da COMT

O gene catecol-O-metiltransferase (COMT) está relacionado ao funcionamento do sistema dopaminérgico. O polimorfismo de nucleotídeo único (SNP rs4680) no exon 4 G > A ou Val108 > 158Met ou rs4680 G > A influencia a atividade da enzima COMT. Mulheres com alteração do Met/Met (A/A) possuem mais dopamina do que mulheres Val/Val (G/G), que possuem menos dopamina (Dumas et al., 2018).

Eu sou um misto (A/G)

Nenhuma menopausa é igual a outra e as mulheres com um genótipo Met/Met provalvemente terão mais queda de energia do que as Val/Val, precisando cuidar-se com ainda mais carinho.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/