Dieta mediterrânea verde reduz risco de Alzheimer

Numerosos estudos mostraram os benefícios da dieta mediterrânea para a saúde do corpo e do cérebro. A dieta é rica em vegetais, frutas, grãos integrais, peixes, aves, legumes, nozes e gorduras monoinsaturadas (especialmente do azeite).

Mas um novo estudo mostrou que até a dieta mediterrânea pode ser aprimorada para melhores resultados. Apelidada dieta mediterrânea verde, possui níveis ainda mais altos de polifenóis com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias e redução ainda maior de carnes vermelhas e processadas.

A pesquisa publicada em 2022 mostrou que as pessoas que seguiram a dieta mediterrânea verde, tiveram redução do declínio no volume do hipocampo, uma região do cérebro importante para funções de memória, em comparação com pessoas designadas para um grupo de controle.

Mankai

Os participantes tinham obesidade ou dislipidemia (níveis sanguíneos anormais de colesterol e triglicerídeos). Metade do grupo fez a dieta mediterrânea tradicional de baixa caloria, rica em vegetais, com aves e peixes e 28 gramas por dia de nozes, que contêm altos níveis de polifenóis. A outra metade seguiu a dieta mediterrânea verde, que seguiu a mesma dieta adicionada ainda de 3-4 xícaras por dia de chá verde e um shake verde para o jantar, composto por 100 gramas de Mankai (Wolffia globosa), uma planta aquática rica em polifenóis.

Ambos os grupos foram instruídos a evitar carnes processadas e vermelhas completamente e consumir mais alimentos à base de plantas. A intervenção teve 18 meses de duração. Dos 284 participantes, 224 completaram o estudo, incluindo imagens de todo o cérebro com ressonância magnética (MRI).

Após o período, houve um declínio geral no volume do hipocampo devido às mudanças normais que ocorrem com o envelhecimento, e esse declínio foi mais pronunciado em participantes com mais de 50 anos, consistente com achados anteriores que mostram que a atrofia do hipocampo acelera a partir dos 55 anos (Kaplan et al., 2022).

No entanto, em participantes com mais de 50 anos, houve menor declínio no volume do hipocampo nos que consumiram a dieta mediterrânea verde. Além disso, perda de peso, melhor sensibilidade à insulina (medida por HOMA-IR) e níveis mais baixos de triglicerídeos foram associados a um declínio mais lento no hipocampo. A maior ingestão de Mankai, chá verde e nozes e uma redução na ingestão de carne vermelha e processada foram associadas a um declínio mais lento no tamanho do hipocampo.

Uma das razões para os melhores resultados da dieta mediterrânea verde é que os polifenóis à base de plantas exercem efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios, aumentam o número de neurônios no hipocampo e diminuem os níveis de proteínas tóxicas associadas à doença de Alzheimer.

Não tem mankai por perto? Não há problema, aumente o consumo de polifenóis a partir de chá verde, café, nozes, cacau, linhaça, gergelim, brócolis, cebola, maçã, amora, mirtilo, salsa, espinafre, orégano, hortelã, romã, manjericão,

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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