Diagnóstico do Alzheimer com uma biopsia de pele

Um novo teste chamado DISCERN, da empresa SYNAPS Dx, procura tornar mais fácil para médicos e pacientes o diagnóstico da doença de Alzheimer, mesmo em seus estágios iniciais.Atualmente, o diagnóstico depende de avaliação clínica, neuropsicológica e uma variedade de exames de imagem do cérebro. Este processo costuma ser demorado, caro e estressante.

Durante o teste batizado DISCERN são colectadas, por meio de biopsia, pequenas amostras de pele. O tecido é incubado e avaliado em 3 diferentes ensaios na tentativa de encontrar biomarcadores que ajudam a diferenciar a doença de Alzheimer de comprometimento cognitivo leve e outras demências.

As biopsias não procuram um acúmulo de placas amilóides (proteínas que se formam nos espaços entre as células nervosas e desempenham papéis centrais na DA) e proteínas tau (que ajudam a estabilizar os neurônios no cérebro) como outros testes, incluindo exames cerebrais. O teste DISCERN analisa marcadores de sinalização proteína kinase C (PKC) coletados de uma biópsia de pele.

Numerosos estudos têm sido realizados e mostram que a PKC tem um papel importante na fisiopatologia da doença de Alzheimer. A alteração da atividade da PKC estimula a produção de peptídeos beta-amilóides e a hiperfosforilação da proteína tau. As alterações de PKC são observadas no cérebro e também em células periféricas do sangue e pele.

Os resultados do exame DISCERN levam cerca de sete a oito semanas e são enviados de volta ao médico solicitante, que então comunica ao paciente. Como os marcadores Pkc ainda não foram validados em grandes ensaios clínicos controlados para apoiar seu uso como diagnóstico da doença de Alzheimer, devem ser utilizados como um critério a mais e não a única ferramenta para o laudo médico.

Atualmente os estudos feitos e publicados em 2015, 2017 e 2022 apresentaram acurácia superior a 95% tanto para sensibilidade quanto para especificidade. Mesmo assim, nos EUA os testes ainda não têm autorização da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, nem no Brasil pela ANVISA.

Enquanto isso você pode adotar algumas medidas para melhoria da sua memória:

  • Alimentação com características antiinflamatórias

  • Atividade física - aumenta endorfinas que reduzem o estresse, estimula BDNF protegendo a memória, melhora a circulação para todo o corpo e cérebro

  • Treinamento cognitivo - aprender algo novo estimula atenção, concentração, lógica, tomada de decisões…

  • Dormir bem - o sono profunda auxilia no reparo celular e reduz a neuroinflamação

  • Cuidar do intestino - reduz neuroinflamação e o risco de Alzheimer. Adote uma dieta rica em fibras e polifenóis.

  • Leia. Quanto mais você aprende mais aumenta sua reserva cognitiva.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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