Epigenética e apneia do sono na síndrome de Down

Pessoas com síndrome de Down são mais suscetíveis à apneia obstrutiva do sono do que o restante da população. Enquanto na população típica a frequência de apneia é de 2%, na síndrome de Down pode atingir entre 50% e 80% das pessoas.

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Isso pode ocorrer por diferentes motivos como maior adiposidade visceral, síndrome metabólica, inflamação, frouxidão dos músculos da garganta; aumento do tamanho das amígdalas e adenoides; e menor passagem de ar pelas vias aéreas superiores.

Outra hipótese é que mulheres grávidas que estão inflamadas ou que tenham uma quantidade grande de radicais livres circulantes prejudiquem a regulação epigenética da criança. Com isso, o risco de apneia também pode aumentar, principalmente se falta oxigênio para o feto em alguns momentos. A inflamação pode ocorrer por infecção, por disbiose intestinal. O estresse oxidativo aumentado também, além de ser frequentemente resultado de uma dieta pobre em substâncias antioxidantes, contato com toxinas, estresse. Com isso, a metilação de genes críticos para o bom funcionamento da faringe, músculos da garganta e controle ventilatório pode ser modificada, causando prejuízos à respiração (Chen et al., 2019).

Por isso, a prevenção é o primeiro passo e começa antes da mulher engravidar, preparando-se bem para a gestação, não deixando nutrientes faltarem. O acompanhamento pré-natal adequado também é fundamental, tanto com médico, quanto com nutricionista.

Para quem já sofre com a apneia

Se a passagem de ar na parte de trás da garganta é deficiente ou está bloqueada durante algum momento da noite, a criança ronca e acorda pela dificuldade de respirar. O processo perpetua a inflamação, está associado à maior disfunção cognitiva e risco aumentado de diabetes.

O tratamento é importante pois crianças que não dormem ficam mais sonolentas durante o dia, apresentam mais dificuldades escolares, mudanças de comportamento e prejuízos na memória. Se a criança tem o sono agitado é aconselhável colocar uma grade protetora ao lado da cama para que ela não caia no chão.

O médico do paciente indicará tratamentos que podem incluir uso de aparelhos para melhorar o fluxo de oxigênio durante o sono, cirurgia de amígdalas e/ou adenóides, reposicionamento corporal na hora de dormir, elevação da cabeceira da cama. O excesso de peso agrava a apneia do sono. Por isto, modificações na dieta também podem ser necessárias.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/