Vale a pena tentar a dieta cetogênica para o emagrecimento?

Não existe uma estratégia única para o emagrecimento. Existe pessoas que emagrecem com dietas restritas em carboidratos e elevadas em proteínas (como Paleo, South Beach, Atkins) e pessoas que emagrecem sem qualquer restrição de carboidratos, fazendo contagem de macros, dieta da pirâmide, mediterrânea ou vegetariana. O importante é encontrar o que funciona para você, algo que dê para ser seguido por um longo período de tempo, preferencialmente sem grande sofrimento.

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Dentre as dietas restritas em carboidratos encontra-se a dieta cetogênica. A mesma diferencia-se por ser rica em gorduras (até 90% das calorias) e pobre não só em carboidratos, mas também em proteínas. Pode restringir carboidratos a não mais que 20g ao dia (lembre que uma única banana fornece cerca de 27g de carboidratos).

Originalmente, a dieta cetogênica foi proposta para o tratamento da epilepsia em crianças. O objetivo é forçar o corpo a utilizar a gordura como fonte de energia e promover a cetose (elevação de corpos cetônicos na corrente sanguínea). A dieta é eficiente na redução dos ataques epilépticos em 50% dos casos. Cerca de 10 a 15% das crianças curam-se com a dieta.

Contudo, a mesma precisa de grande acompanhamento pois a redução de carboidratos e proteínas não é fácil e pode gerar problemas de saúde como pedras nos rins, elevação do colesterol, redução do crescimento e fraturas ósseas. O consumo de proteínas interfere no alcance do estado de cetose e na redução dos ataques epilépticos.

Para o emagrecimento o que se faz na verdade é uma adaptação da dieta cetogênica clássica. Em um cardápio com 2.000 kcal, podem ser fornecidos 165g de gordura (1.485 kcal), 40g de carboidratos (160 kcal) e 75g de proteínas (300 kcal). Este valor proteico seria suficiente para uma pessoa com 50 kg. Porém, seria muito baixo para pessoas acima deste peso. Por isto, o ideal é trabalhar com um nutricionista para uma melhor adaptação.

A dificuldade da dieta é a manutenção. A mesma baseia-se em fontes de gordura como nozes, sementes, abacate, azeite, manteiga e óleo de coco. Frutas e verduras são praticamente eliminados por serem ricos em carboidratos. Porém, como alimentos de origem vegetal são as principais fontes de vitaminas, minerais, substâncias antioxidantes e antiinflamatórias e fibras, carências nutricionais podem ser desenvolvidas caso não sejam feitas as reposições adequadas.

Você poderá aprender mais sobre dieta cetogênica no curso online, clicando na imagem abaixo. Agora, uma nova dieta vale a pena para quem deseja emagrecer? Depende da pessoa. Algumas pessoas emagrecem e depois mantém o peso ideal. Porém, a realidade da maioria da população é a de emagrecer e depois voltar a engordar. Um estudo publicado na revista Lancet em 2014 mostrou que nenhum país conseguiu reduzir as taxas de obesidade nas últimas décadas (Robinson et al., 2014). Vivemos em um ambiente obesogênico, cheio de alimentos hipercalóricos, baratos e de péssima qualidade nutricional.

Para quem está cansado de dieta outra opção seria simplesmente aprender a distinguir as sensações de fome e saciedade. Aprender também os fatores que influenciam a ingestão de alimentos como aspectos financeiros, biológicos, sociais, culturais, cognitivos, sensoriais, emocionais. Neste sentido recomendo outra abordagem: a alimentação consciente. Em meu site você também encontra um cupom de desconto para este curso online.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/