Como saber se tenho alergia ao leite?

Para determinar se você tem alergia ao leite, é recomendado procurar um médico especialista, como um alergologista ou imunologista. Eles poderão realizar uma avaliação completa e solicitar exames específicos para diagnosticar a alergia ao leite. Aqui estão alguns dos métodos de diagnóstico comuns:

  1. História clínica detalhada: O médico fará perguntas sobre seus sintomas e histórico médico, incluindo quaisquer reações adversas após consumir leite ou produtos lácteos.

  2. Testes cutâneos: São realizados testes cutâneos, nos quais pequenas quantidades de extrato de leite são aplicadas na pele, geralmente no antebraço. Se você for alérgico ao leite, pode ocorrer uma reação na forma de inchaço, vermelhidão ou coceira no local.

  3. Testes de sangue: O médico pode solicitar exames de sangue para detectar a presença de anticorpos específicos, como IgE, que são produzidos em resposta à alergia ao leite.

  4. Teste de provocação oral: Em alguns casos, um teste de provocação oral supervisionado pode ser realizado em um ambiente médico. Pequenas quantidades de leite ou produtos lácteos são administradas para observar se ocorre uma reação alérgica.

Muco e rinite sempre são alergia à leite?

Muco, rinite e dermatite são sintomas inespecíficos. Sozinhos, não diagnosticam alergia à proteína do leite (APLV). Entre os sinais que podem levantar suspeita estão:

1️⃣ Sintomas respiratórios, como rinite;

2️⃣ Sintomas gastrointestinais, como muco nas fezes, cólicas ou constipação;

3️⃣ Infecções respiratórias recorrentes;

4️⃣ Exames de sangue com IgE sérica específica;

5️⃣ Dermatite.

Lembre: nem todo muco, rinite ou dermatite é APLV.

Outras causas comuns incluem:

  • Rinite alérgica, sinusite ou asma;

  • Infecções virais respiratórias recorrentes;

  • Refluxo gastroesofágico ou intolerâncias alimentares;

  • Dermatite atópica, de contato ou infecções de pele;

  • Imunodeficiências leves ou polipose nasal.

Transformar suspeita em diagnóstico sem critérios claros traz riscos:

❌ Desnutrição pela retirada do leite de crianças que não tem um bom consumo de outros alimentos;

❌ Perda de confiança da família quando a criança não melhora.

Evitar esse erro exige raciocínio clínico baseado em evidências: ouvir a história completa, analisar exames com criticidade, correlacionar sintomas e entender se o quadro é IgE mediado ou não (APLV é IgE-mediada e sintomas são imediatos, entre minutos a 2 horas). Testes cutâneos (prick test), marcadores inflamatórios plasmáticos e até exames genéticos podem ajudar no diagnóstico correto. Fale com um bom profissional, consulte o pediatra.

E se for preciso tirar o leite? Em geral é feito um teste de exclusão (2 a 4 semanas) com reintrodução controlada (provocação oral) para fechar de vez o diagnóstico. Ajustes da dieta são importantes para evitar desnutrição calórica, proteica ou deficiências de micronutrientes. Marque sua consulta de nutrição para os ajustes necessários.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

CBD pode melhorar vida sexual?

O CBD está cada vez mais presente em óleos, cremes, lubrificantes e até bebidas, e muitas pessoas têm explorado seu uso para melhorar a vida sexual. Pesquisas preliminares indicam que ele pode ajudar a reduzir ansiedade, aumentar a lubrificação natural e relaxar os músculos, tornando a experiência sexual mais confortável e prazerosa.

Alguns usuários relatam menos dor e inflamação durante o sexo ao usar um lubrificante com CBD, pelo relaxamento muscular e maior foco no momento de intimidade. Especialistas explicam que o CBD pode aumentar o fluxo sanguíneo e estimular neurotransmissores ligados à felicidade e ao prazer, como a anandamida e a ocitocina.

No entanto, a ciência ainda é limitada. Alguns profissionais são céticos sobre os efeitos diretos do CBD no sexo, apontando que grande parte das evidências é anedótica, e que compostos como o THC têm dados mais robustos sobre libido e satisfação sexual.

Dicas para quem quer experimentar o CBD no quarto:

  • Escolha produtos de qualidade, de marcas confiáveis e, se possível, verificados por laboratórios independentes.

  • Comece com doses baixas e aumente gradualmente.

  • Use o CBD 30 a 60 minutos antes da relação para dar tempo de fazer efeito.

  • Opções incluem óleos, tinturas, lubrificantes, cremes e comestíveis, cada um com efeitos e formas de aplicação diferentes.

Importante: o CBD não substitui medicamentos como o Viagra para disfunção erétil. Ele atua mais no relaxamento, no humor e na redução da ansiedade, podendo indiretamente melhorar o desempenho sexual.

Legalidade: produtos de CBD derivados do cânhamo com menos de 0,2-0,3% de THC são legais em alguns países, mas não em outros.

Observações:

  • Óleos, tinturas, comestíveis, pomadas, géis e loções seguem o mesmo limite de THC, porque o limite legal se refere ao conteúdo total do produto, independentemente da forma de aplicação.

  • A legalidade pode variar dentro de regiões de um mesmo país. Por exemplo, nos Estados Unidos, a legalidade do CBD pode depender do estado específico.

  • É fundamental verificar as regulamentações locais atualizadas antes de adquirir ou transportar produtos de CBD.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Estratégias terapêuticas na endometriose

A endometriose é uma doença ginecológica inflamatória crônica caracterizada pela presença de tecido semelhante ao endométrio fora da cavidade uterina, causando dor pélvica, dismenorreia, dispareunia e, em muitos casos, infertilidade. Além dos sintomas ginecológicos, há forte associação com distúrbios gastrointestinais, frequentemente confundidos com síndrome do intestino irritável (SII) (Gonçalves et al., 2020).
Estudos recentes indicam um elo entre sensibilidade ao níquel (Ni) e endometriose, sugerindo que uma dieta pobre neste metal pode trazer benefícios significativos.

O Níquel na Alimentação e Seus Efeitos

O níquel é um metal amplamente distribuído no meio ambiente, cuja principal via de exposição em humanos é a dieta. Entre os alimentos ricos em níquel estão: tomate, cacau, alcaçuz, feijão, cogumelos, trigo integral, soja, cebola, alho, mariscos, nozes e alimentos enlatados (Borgi et al., 2015; Willers et al., 2013). Também está presente em muitas bijuterias.

O níquel exerce atividade estrogênica e pode afetar a mucosa intestinal, contribuindo para disbiose — um desequilíbrio da flora intestinal que prejudica a absorção de nutrientes e provoca sintomas gastrointestinais, como náuseas, gases, diarreia ou constipação (Gupta et al., 2015).

Evidências Científicas da Dieta Pobre em Níquel

Em estudo de intervenção publicado na Nutrients, 84 mulheres com endometriose e sintomas gastrointestinais foram submetidas a uma dieta pobre em níquel por três meses. Após o período, houve melhora significativa nos sintomas gastrointestinais, extra-intestinais e ginecológicos, incluindo dor pélvica crônica, dismenorreia e dispareunia (Gonçalves et al., 2020).

Outros estudos reforçam a associação entre alergia ao níquel e endometriose, com impacto direto na qualidade de vida e fertilidade (Borgi et al., 2015; Willers et al., 2013).

Dieta, Endometriose e Fertilidade

A exposição ao níquel pode reduzir a taxa de implantação embrionária, dificultando a gravidez em mulheres sensíveis ou intoxicadas pelo metal. Muitas vezes, essa condição é assintomática e detectada apenas por exames laboratoriais ou testes de alergia (Gupta et al., 2015).

Perspectivas Clínicas e Recomendações

  • Supervisão profissional: Dietas pobres em níquel reduzem a ingestão de alimentos ricos em nutrientes importantes (leguminosas, cereais integrais), portanto devem ser realizadas com acompanhamento médico e nutricional.

  • Abordagem integrativa: A dieta low-Ni pode ser combinada com outras estratégias alimentares estudadas na endometriose, como dieta anti-inflamatória, low-FODMAP e suplementação de ômega-3 (Lemos et al., 2023; Mazza et al., 2023).

Apesar da necessidade de mais evidências, os dados disponíveis sugerem que a avaliação e o controle da ingestão de níquel podem ser um avanço significativo no tratamento integrativo da doença.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/