Ansiedade e Alimentação: Como a Nutrição Pode Reduzir Sintomas e Melhorar Sua Saúde Mental

A ansiedade é hoje um dos transtornos mentais mais comuns no mundo. Estima-se que mais de 280 milhões de pessoas convivam com sintomas como preocupação constante, insônia, taquicardia, irritabilidade e dificuldade de concentração.

O que muitos ainda não sabem é que a alimentação pode ser uma aliada poderosa no controle da ansiedade. A psiquiatria nutricional, área que une ciência da nutrição com neurociência, tem mostrado que o que você come influencia diretamente seus neurotransmissores, sua resposta ao estresse e até sua percepção emocional.

O que a ciência já sabe sobre alimentação e ansiedade

Estudos demonstram que dietas ricas em alimentos ultraprocessados, açúcares refinados e gorduras trans estão associadas a maior risco de ansiedade e depressão. Por outro lado, padrões alimentares ricos em fibras, vegetais, peixes e gorduras boas (como a dieta mediterrânea) têm efeito protetor sobre o cérebro.

Além disso, nutrientes como:

  • Magnésio: regula a função do sistema nervoso e ajuda a modular a resposta ao estresse

  • Triptofano: aminoácido precursor da serotonina, que influencia diretamente o humor

  • Vitaminas do complexo B: essenciais para a saúde do cérebro e equilíbrio emocional

  • Ômega-3: possui ação anti-inflamatória e efeito antidepressivo comprovado

...têm sido associados à melhora dos sintomas de ansiedade em diversos estudos clínicos. Aprenda mais no curso psiconutrição.

O papel do intestino nas emoções

Você já ouviu falar em “segundo cérebro”? O intestino produz cerca de 90% da serotonina do corpo — neurotransmissor ligado ao prazer, calma e bem-estar. Ou seja, uma microbiota intestinal desequilibrada pode afetar diretamente o seu estado emocional.

Por isso, a saúde intestinal também é foco central no tratamento nutricional da ansiedade. Aprenda mais sobre modulação intestinal.

Consultas de nutrição

Diferente de uma “dieta padrão”, minha abordagem individualiza o atendimento com base nos seguintes pilares:

  • Avaliação detalhada do histórico emocional e alimentar

  • Identificação de deficiências nutricionais (como magnésio, vitamina D, B12, ferro)

  • Regulação do cortisol com alimentos, fitoterápicos e suplementação quando necessário

  • Estratégias para restaurar a saúde intestinal

  • Educação alimentar com foco em autonomia, não em culpa

🧑‍⚕️ Por que trabalhar comigo?

Sou nutricionista com mais de 20 anos de experiência, mestrado, doutorado e pós-doutorado na área de saúde. Além de ter formado alguns dos melhores nutricionistas do país em meus cursos online e em cursos de graduação e pós-graduação.

📆 Agende sua consulta

Se você deseja controlar a ansiedade sem depender apenas de medicamentos, com suporte técnico e afetivo, agende sua consulta online. Vamos construir um plano alimentar que respeita sua história, seus sintomas e sua rotina.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

As 32 doenças associadas ao consumo de alimentos ultraprocessados

O artigo intitulado "Premature Mortality Attributable to Ultraprocessed Food Consumption in 8 Countries", publicado em 2025 no American Journal of Preventive Medicine, apresenta uma análise abrangente sobre o impacto do consumo de alimentos ultraprocessados (AUPs) na mortalidade prematura em oito países: Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália, Brasil, México, Chile e Colômbia.

Os AUPs são produtos industrializados, muitas vezes ricos em açúcares adicionados, gorduras saturadas, sódio e aditivos artificiais, com baixo teor de fibras e nutrientes essenciais.

Metodologia

Os pesquisadores realizaram uma meta-análise dose-resposta de estudos de coorte observacionais, utilizando a classificação NOVA para identificar AUPs. Com base em dados de 239.982 participantes com idades entre 30 e 69 anos, provenientes de pesquisas dietéticas nacionais e registros de mortalidade, foi estimado o risco relativo (RR) de mortalidade por todas as causas associado ao aumento percentual de AUPs na dieta.

Principais Resultados

  • Risco Relativo: Cada aumento de 10% na proporção de AUPs na ingestão calórica total foi associado a um aumento de 2,7% no risco de mortalidade por todas as causas.

  • Consumo por País:

    • Colômbia: AUPs representavam cerca de 15% da ingestão calórica, com 3,9% das mortes prematuras atribuídas a esse consumo.

    • Brasil: 17,4% de AUPs na dieta, com aproximadamente 25.000 mortes prematuras atribuídas em 2017.

    • México e Chile: Consumo intermediário, com cerca de 20-30% de AUPs na dieta.

    • Reino Unido e Estados Unidos: Mais de 50% da ingestão calórica proveniente de AUPs, com até 14% das mortes prematuras atribuídas a esse consumo.

  • Impacto Absoluto:

    • Estados Unidos: Estima-se que 124.000 mortes prematuras em 2018 foram atribuídas ao consumo de AUPs.

    • Reino Unido: Cerca de 17.781 mortes prematuras atribuídas anualmente.

Implicações para a Saúde Pública

O estudo destaca que o consumo elevado desses alimentos está associado a 32 doenças diferentes:

🫀 Doenças Cardiovasculares

  1. Hipertensão arterial

  2. Doença arterial coronariana

  3. Infarto do miocárdio

  4. Acidente vascular cerebral (AVC)

  5. Insuficiência cardíaca

🍬 Distúrbios Metabólicos

  1. Obesidade

  2. Diabetes tipo 2

  3. Dislipidemia (colesterol/triglicerídeos alterados)

  4. Síndrome metabólica

  5. Resistência à insulina

🧠 Doenças Neurológicas e Psiquiátricas

  1. Depressão

  2. Ansiedade

  3. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)

  4. Doença de Alzheimer

  5. Declínio cognitivo precoce

🧬 Cânceres

  1. Câncer colorretal

  2. Câncer de mama

  3. Câncer de próstata

  4. Câncer de pâncreas

  5. Câncer de esôfago

💩 Doenças Gastrointestinais

  1. Doença inflamatória intestinal (Crohn, retocolite ulcerativa)

  2. Síndrome do intestino irritável (SII)

  3. Esteatose hepática não alcoólica (fígado gorduroso)

🦴 Doenças Osteomusculares

  1. Osteoporose

  2. Artrite reumatoide (em menor grau de associação)

🛌 Doenças do Sono e Qualidade de Vida

  1. Apneia do sono

  2. Insônia

  3. Fadiga crônica

🤰 Saúde Reprodutiva e Infantil

  1. Infertilidade

  2. Síndrome do ovário policístico (SOP)

  3. Problemas de crescimento e desenvolvimento em crianças

  4. Maior risco de parto prematuro ou complicações gestacionais

Os autores enfatizam a necessidade urgente de políticas públicas que desencorajem o consumo de AUPs, como:

  • Revisão das diretrizes alimentares nacionais para incluir a redução de AUPs.

  • Implementação de impostos sobre produtos ultraprocessados.

  • Restrições à publicidade desses alimentos, especialmente para crianças.

  • Promoção de dietas baseadas em alimentos frescos e minimamente processados.

Embora o estudo seja observacional e não estabeleça causalidade direta, a consistência dos dados entre diferentes países e culturas reforça a associação entre o consumo de AUPs e o aumento da mortalidade prematura. Os autores alertam que, mesmo em países de alta renda onde o consumo de AUPs é elevado, a tendência de aumento em países de baixa e média renda é preocupante, exigindo ações globais coordenadas para mitigar esse problema de saúde pública.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Leite materno para ganho de massa magra de fisiculturistas?

Fisiculturista tomando leite materno? Mais um dia na vida de nutri...

O leite materno é uma substância biológica produzida especificamente para suprir as necessidades nutricionais e imunológicas de bebês humanos. Que pesa muito menos que um adulto! Utilizá-lo para fins estéticos ou de performance esportiva em adultos não é só nutricionalmente inadequado, mas também eticamente problemático, especialmente considerando a escassez para mães que não conseguem amamentar e dependem de bancos de leite.

Fora isso, comprar leite materno de qualquer pessoa pode ser perigoso! O consumo de leite materno obtido fora de contextos hospitalares ou de bancos regulamentados envolve riscos reais de transmissão de doenças, como HIV, hepatites e sífilis. A pasteurização adequada é essencial, e isso não ocorre em compras informais ou online.

Embora o leite materno seja altamente nutritivo para bebês, não há qualquer comprovação científica de que ele traga benefícios especiais para o ganho muscular em adultos além do que já é oferecido por dietas balanceadas e suplementos regulamentados, como whey protein.

Promover o leite materno como “o suplemento mais completo” ou “volta às origens” para adultos pode induzir à desinformação, especialmente nas redes sociais. Isso banaliza um alimento com enorme valor médico e social, transformando-o em moda fitness passageira.

Comparar o leite materno a suplementos pode ser visto como fetichização ou desrespeito à maternidade e ao processo biológico do aleitamento, que envolve carga emocional, hormonal e social profunda para muitas mulheres. Me poupem!

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/