As 32 doenças associadas ao consumo de alimentos ultraprocessados

O artigo intitulado "Premature Mortality Attributable to Ultraprocessed Food Consumption in 8 Countries", publicado em 2025 no American Journal of Preventive Medicine, apresenta uma análise abrangente sobre o impacto do consumo de alimentos ultraprocessados (AUPs) na mortalidade prematura em oito países: Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália, Brasil, México, Chile e Colômbia.

Os AUPs são produtos industrializados, muitas vezes ricos em açúcares adicionados, gorduras saturadas, sódio e aditivos artificiais, com baixo teor de fibras e nutrientes essenciais.

Metodologia

Os pesquisadores realizaram uma meta-análise dose-resposta de estudos de coorte observacionais, utilizando a classificação NOVA para identificar AUPs. Com base em dados de 239.982 participantes com idades entre 30 e 69 anos, provenientes de pesquisas dietéticas nacionais e registros de mortalidade, foi estimado o risco relativo (RR) de mortalidade por todas as causas associado ao aumento percentual de AUPs na dieta.

Principais Resultados

  • Risco Relativo: Cada aumento de 10% na proporção de AUPs na ingestão calórica total foi associado a um aumento de 2,7% no risco de mortalidade por todas as causas.

  • Consumo por País:

    • Colômbia: AUPs representavam cerca de 15% da ingestão calórica, com 3,9% das mortes prematuras atribuídas a esse consumo.

    • Brasil: 17,4% de AUPs na dieta, com aproximadamente 25.000 mortes prematuras atribuídas em 2017.

    • México e Chile: Consumo intermediário, com cerca de 20-30% de AUPs na dieta.

    • Reino Unido e Estados Unidos: Mais de 50% da ingestão calórica proveniente de AUPs, com até 14% das mortes prematuras atribuídas a esse consumo.

  • Impacto Absoluto:

    • Estados Unidos: Estima-se que 124.000 mortes prematuras em 2018 foram atribuídas ao consumo de AUPs.

    • Reino Unido: Cerca de 17.781 mortes prematuras atribuídas anualmente.

Implicações para a Saúde Pública

O estudo destaca que o consumo elevado desses alimentos está associado a 32 doenças diferentes:

🫀 Doenças Cardiovasculares

  1. Hipertensão arterial

  2. Doença arterial coronariana

  3. Infarto do miocárdio

  4. Acidente vascular cerebral (AVC)

  5. Insuficiência cardíaca

🍬 Distúrbios Metabólicos

  1. Obesidade

  2. Diabetes tipo 2

  3. Dislipidemia (colesterol/triglicerídeos alterados)

  4. Síndrome metabólica

  5. Resistência à insulina

🧠 Doenças Neurológicas e Psiquiátricas

  1. Depressão

  2. Ansiedade

  3. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)

  4. Doença de Alzheimer

  5. Declínio cognitivo precoce

🧬 Cânceres

  1. Câncer colorretal

  2. Câncer de mama

  3. Câncer de próstata

  4. Câncer de pâncreas

  5. Câncer de esôfago

💩 Doenças Gastrointestinais

  1. Doença inflamatória intestinal (Crohn, retocolite ulcerativa)

  2. Síndrome do intestino irritável (SII)

  3. Esteatose hepática não alcoólica (fígado gorduroso)

🦴 Doenças Osteomusculares

  1. Osteoporose

  2. Artrite reumatoide (em menor grau de associação)

🛌 Doenças do Sono e Qualidade de Vida

  1. Apneia do sono

  2. Insônia

  3. Fadiga crônica

🤰 Saúde Reprodutiva e Infantil

  1. Infertilidade

  2. Síndrome do ovário policístico (SOP)

  3. Problemas de crescimento e desenvolvimento em crianças

  4. Maior risco de parto prematuro ou complicações gestacionais

Os autores enfatizam a necessidade urgente de políticas públicas que desencorajem o consumo de AUPs, como:

  • Revisão das diretrizes alimentares nacionais para incluir a redução de AUPs.

  • Implementação de impostos sobre produtos ultraprocessados.

  • Restrições à publicidade desses alimentos, especialmente para crianças.

  • Promoção de dietas baseadas em alimentos frescos e minimamente processados.

Embora o estudo seja observacional e não estabeleça causalidade direta, a consistência dos dados entre diferentes países e culturas reforça a associação entre o consumo de AUPs e o aumento da mortalidade prematura. Os autores alertam que, mesmo em países de alta renda onde o consumo de AUPs é elevado, a tendência de aumento em países de baixa e média renda é preocupante, exigindo ações globais coordenadas para mitigar esse problema de saúde pública.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Leite materno para ganho de massa magra de fisiculturistas?

Fisiculturista tomando leite materno? Mais um dia na vida de nutri...

O leite materno é uma substância biológica produzida especificamente para suprir as necessidades nutricionais e imunológicas de bebês humanos. Que pesa muito menos que um adulto! Utilizá-lo para fins estéticos ou de performance esportiva em adultos não é só nutricionalmente inadequado, mas também eticamente problemático, especialmente considerando a escassez para mães que não conseguem amamentar e dependem de bancos de leite.

Fora isso, comprar leite materno de qualquer pessoa pode ser perigoso! O consumo de leite materno obtido fora de contextos hospitalares ou de bancos regulamentados envolve riscos reais de transmissão de doenças, como HIV, hepatites e sífilis. A pasteurização adequada é essencial, e isso não ocorre em compras informais ou online.

Embora o leite materno seja altamente nutritivo para bebês, não há qualquer comprovação científica de que ele traga benefícios especiais para o ganho muscular em adultos além do que já é oferecido por dietas balanceadas e suplementos regulamentados, como whey protein.

Promover o leite materno como “o suplemento mais completo” ou “volta às origens” para adultos pode induzir à desinformação, especialmente nas redes sociais. Isso banaliza um alimento com enorme valor médico e social, transformando-o em moda fitness passageira.

Comparar o leite materno a suplementos pode ser visto como fetichização ou desrespeito à maternidade e ao processo biológico do aleitamento, que envolve carga emocional, hormonal e social profunda para muitas mulheres. Me poupem!

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Nutrição para Nômades Digitais: Como Manter Sua Saúde em Alta Viajando Pelo Mundo

Se você é um nômade digital, provavelmente já descobriu que liberdade geográfica não significa liberdade alimentar. Horários bagunçados, fusos trocados, cafés tentadores, alimentação por delivery e rotina caótica acabam virando parte do pacote — e o corpo sente.

Mas a boa notícia é: é possível manter energia, foco e saúde mesmo sem uma “cozinha fixa”. A nutrição para nômades digitais é estratégica, flexível e personalizada.

Os Desafios Reais de Quem Trabalha Pelo Mundo

Você pode se identificar com alguns desses pontos:

  • Pular refeições por causa de reuniões ou voos

  • Comer demais à noite e dormir mal

  • Dificuldade em encontrar opções saudáveis em alguns países

  • Sensação constante de inchaço, cansaço ou desregulação intestinal

  • Falta de rotina para treinar, hidratar ou até cozinhar

Esses hábitos, quando acumulados, cobram um preço: baixa performance mental, imunidade fraca, sono ruim e até ganho de peso indesejado.

Nutrição Inteligente para um Estilo de Vida Nômade

A chave está em uma alimentação adaptável, estratégica e sem culpa. Veja alguns princípios que uso com meus pacientes nômades:

1. Planejamento que cabe na mala

Um bom plano alimentar não exige geladeira, nem 3 horas na cozinha. Ele prevê snacks inteligentes, refeições baratas e escolhas rápidas — mesmo no aeroporto.

2. Foco em energia e produtividade

Para quem vive de criatividade, foco e entrega, a nutrição precisa priorizar estabilidade de energia, evitando picos e quedas de açúcar, que causam cansaço mental.

3. Uso de tecnologia e wearables

Acompanhar sono, hidratação e micronutrientes com apps e dispositivos torna tudo mais preciso. Eu uso ferramentas que se conectam ao seu estilo de vida digital para facilitar o processo.

4. Liberdade com responsabilidade

A ideia não é viver de salada. É saber equilibrar uma pizza em Nápoles ou um curry na Tailândia sem sair do seu eixo.

Como posso te ajudar como nutricionista?

Eu ofereço um atendimento 100% online, ideal para quem está sempre em movimento. Nosso trabalho inclui:

  • Avaliação personalizada do seu estilo de vida atual

  • Plano alimentar adaptável ao país onde você está

  • Dicas práticas de mercado local, delivery saudável e suplementação

📍Sua saúde não precisa entrar em modo avião.

Vamos ajustar sua nutrição à sua liberdade?

Tenho certeza que quer viver como nômade digital sem sacrificar sua saúde, então clique aqui para agendar sua consulta. Vamos criar um plano realista e sob medida pra você.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/