A Qualidade dos Menus Infantis em Restaurantes de Centros Comerciais Portugueses

O consumo de refeições fora de casa tem crescido nos últimos anos, e os centros comerciais tornaram-se um dos principais locais escolhidos pelas famílias para comer fora. Mas será que os menus infantis disponíveis nesses espaços são realmente saudáveis para as crianças?

Um estudo realizado em restaurantes de centros comerciais de seis cidades portuguesas analisou a composição e qualidade dos menus infantis. Os resultados foram preocupantes:

  • Apenas 24% dos restaurantes oferecem menus infantis.

  • As opções mais comuns incluem frango frito, hambúrgueres, nuggets e pizza, muitas vezes acompanhados por batatas fritas.

  • Apenas 6 restaurantes oferecem sopa ou hortícolas como parte do menu.

  • Embora a água esteja disponível, refrigerantes e sumos açucarados ainda são amplamente oferecidos.

  • Sobremesas doces são comuns, enquanto a fruta é uma opção rara.

  • Alguns restaurantes ainda oferecem brindes e brinquedos para incentivar o consumo desses menus.

O Impacto na Alimentação Infantil

A pesquisa destaca que os menus infantis encontrados nesses estabelecimentos não cumprem as recomendações nutricionais, promovendo uma alimentação rica em gorduras saturadas, açúcares e sal. A baixa oferta de frutas, vegetais e alimentos integrais compromete a qualidade da alimentação infantil e pode influenciar negativamente os hábitos alimentares das crianças a longo prazo.

O Que Pode Ser Feito?

Para melhorar essa realidade, seria essencial que os restaurantes reformulassem seus menus, oferecendo mais opções saudáveis, como grelhados, vegetais e frutas. Além disso, políticas públicas e incentivos poderiam estimular a adoção de cardápios mais equilibrados para as crianças.

Se você costuma frequentar restaurantes com crianças, procure fazer escolhas mais saudáveis e incentive mudanças nos estabelecimentos, valorizando aqueles que oferecem opções nutritivas!

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

QUERCETINA E CÉREBRO

A quercetina é um flavonoide com uma série de benefícios para a saúde, incluindo efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios e neuroprotetores. Quando se trata do cérebro, a quercetina pode oferecer proteção contra danos oxidativos e inflamação, além de promover a saúde cerebral de várias maneiras. Aqui estão alguns dos principais efeitos da quercetina no cérebro:

1. Propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias

A quercetina combate o estresse oxidativo, que está relacionado ao envelhecimento cerebral e a doenças neurodegenerativas como o Alzheimer e o Parkinson. Ela neutraliza os radicais livres, que podem danificar as células cerebrais, e reduz a inflamação, que é um fator contribuinte para o desenvolvimento dessas condições.

2. Neuroproteção contra danos cerebrais

A quercetina tem mostrado potencial neuroprotetor em vários estudos. Ela pode ajudar a prevenir a morte neuronal induzida por agentes tóxicos, como o glutamato e o peróxido de hidrogênio, e protege as células nervosas contra o estresse oxidativo.

3. Melhora da função cognitiva

Em modelos experimentais, a quercetina demonstrou melhorar a memória e as funções cognitivas, possivelmente devido aos seus efeitos na modulação de processos inflamatórios no cérebro e na proteção contra o acúmulo de proteínas tóxicas, como a β-amiloide, associada ao Alzheimer.

4. Efeito na modulação do ferro no cérebro

A quercetina tem a capacidade de quelar o ferro, o que pode ser benéfico para condições associadas ao acúmulo de ferro no cérebro, como a ferroptose. O excesso de ferro pode contribuir para o estresse oxidativo e a neurodegeneração, e a quercetina pode ajudar a reduzir esse risco.

5. Efeitos sobre a função mitocondrial

A quercetina tem mostrado promover a saúde mitocondrial, o que é crucial para o funcionamento adequado das células cerebrais. A mitocôndria é responsável pela produção de energia nas células, e a disfunção mitocondrial está associada a várias doenças neurodegenerativas.

6. Regulação do sistema nervoso central (SNC)

Ela também pode influenciar o equilíbrio de neurotransmissores no cérebro, como a dopamina, o que pode ser útil em condições como Parkinson. Além disso, a quercetina pode melhorar a plasticidade neuronal e a sinaptogênese (formação de novas conexões neurais).

Fontes de Quercetina para o Cérebro

A quercetina pode ser obtida a partir de alimentos como:

  • Cebola

  • Maçãs

  • Frutas vermelhas (morangos, amoras, mirtilos)

  • Chá verde

  • Uvas e vinho tinto

  • Cítricos

  • Couve, espinafre e brócolis

Com seu potencial antioxidante e anti-inflamatório, a quercetina é um aliado promissor para a saúde cerebral e a prevenção de doenças neurodegenerativas, além de melhorar a função cognitiva geral. Também podemos suplementar a quercetina. Precisa de ajude? Marque aqui sua consulta de nutrição online.

Aprenda mais sobre nutrição e cérebro na plataforma https://t21.video

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

NUTRIENTES E ESTRATÉGIAS PARA PROTEÇÃO DO CÉREBRO

O estudo COSMOS-Mind investigou os efeitos do extrato de cacau e de um suplemento multivitamínico-mineral (MVM) na cognição de adultos mais velhos ao longo de três anos. O COSMOS-Mind testou se a administração diária de extrato de cacau (contendo 500 mg/dia de flavanóis) versus placebo e um multivitamínico-mineral comercial (MVM) versus placebo melhorou a cognição em mulheres e homens mais velhos após 3 anos de uso.

Um total de 2.262 participantes foram inscritos (idade média = 73 anos; 60% mulheres; 89% brancos não hispânicos) e 92% completaram a linha de base e pelo menos uma avaliação anual. Enquanto o extrato de cacau não apresentou impacto significativo na função cognitiva, a suplementação diária com MVM resultou em melhorias na cognição global, memória episódica e função executiva. Esses benefícios foram mais evidentes em participantes com histórico de doenças cardiovasculares. Os resultados sugerem que o uso diário de MVM pode ser uma estratégia eficaz para proteger a função cognitiva em idosos, embora sejam necessários estudos adicionais para confirmar essas descobertas em populações mais diversificadas e para entender os mecanismos subjacentes aos efeitos observados.

A suplementação diária de multivitamínico-mineral (MVM) por 3 anos melhorou a cognição global, a memória episódica e a função executiva em idosos (Baker et al., 2022).

Uma revisão avaliou o uso da curcumina em pacientes com Alzheimer. Os estudos revisados mostraram que a curcumina tem potencial para reduzir a formação de placas β-amiloides, diminuir a neuroinflamação e o estresse oxidativo, além de melhorar déficits cognitivos em modelos animais de DA. Em modelos animais, a curcumina ajudou a mitigar os efeitos negativos da privação de sono, como déficits de memória e alterações estruturais no córtex pré-frontal medial (Akkol et al., 2022).

Outras intervenções para o Alzheimer incluem dieta mediterrânea, atividade física, restrição calórica, jejum intermitente e sono adequado. O uso da melatonina é uma possibilidade interessante.

Plascencia_Villa, & Perry, 2021

A melatonina desempenha um papel significativo no tratamento e gerenciamento da doença de Alzheimer (DA) por meio de vários mecanismos:

  • Efeitos neuroprotetores: Foi demonstrado que a melatonina protege as células neuronais da toxicidade mediada por beta-amiloide (Aβ), que é um fator-chave na patologia da DA. Ela inibe a geração de Aβ e interrompe a formação de fibrilas amiloides, contribuindo para suas propriedades neuroprotetoras (Lin et al., 2013).

  • Regulação da produção e depuração de Aβ: A melatonina modula o equilíbrio da produção e depuração de Aβ no cérebro, reduzindo potencialmente a deposição de Aβ e a neurotoxicidade. Ela afeta a expressão e a função da secretase, inibindo o processamento amiloidogênico da proteína precursora de amiloide (APP) (Li et al., 2020).

  • Melhoria da função cognitiva: Ensaios clínicos indicam que a suplementação de melatonina pode melhorar a qualidade do sono e a função cognitiva em pacientes com DA, abordando sintomas como o pôr do sol e o declínio cognitivo (Li et al., 2020).

  • Atenuação da hiperfosforilação de Tau: descobriu-se que a melatonina reduz a hiperfosforilação de tau, outro aspecto crítico da patologia da DA, regulando vias de sinalização específicas [3].

  • Regulação do ritmo circadiano: como reguladora dos ritmos circadianos, a melatonina ajuda a mitigar as interrupções circadianas que são frequentemente associadas a doenças neurodegenerativas, apoiando assim a saúde geral do cérebro (Hossain et al, 2019).

  • Propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes: a melatonina exibe efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes, que são benéficos na redução do estresse oxidativo e da inflamação associados à progressão da DA (Shen et al., 2022).

Minerais e o cérebro

Plascencia_Villa, & Perry, 2021

Pessoas anêmicas possuem muita dificuldade de raciocínio. Mas não dá para sair suplementando sem acompanhamento dos exames de sangue. Afinal, ferro em excesso também é prejudicial. O mesmo raciocínio vale para outros minerais. Tanto a falta quanto o excesso destes elementos aceleram o processo de lesão neuronal.

Cobre e ferro em excesso aumentam a produção de radicais livres. Cálcio em excesso nos neurônio contribuem para a toxicidade glutamatérgica e morte neuronal.

A ferroptose é um tipo de morte celular programada dependente de ferro e caracterizada pelo acúmulo de peroxidação lipídica. Evidências sugerem que essa via está envolvida na patogênese da doença de Alzheimer (DA), pois o cérebro dos pacientes apresenta desregulação do metabolismo do ferro, estresse oxidativo exacerbado e dano lipídico.

Estratégias para combater a ferroptose na doença de Alzheimer:

  1. Quelantes de ferro: Reduzem o excesso de ferro livre, limitando a peroxidação lipídica. Exemplo:

    • Deferoxamina: já testada em modelos de Alzheimer com efeitos neuroprotetores.

  2. Antioxidantes e inibidores da peroxidação lipídica: Protegem contra o estresse oxidativo. Exemplos:

    • Vitamina E (α-tocoferol): antioxidante natural que reduz a oxidação lipídica.

    • Liproxstatina-1: inibidor específico da ferroptose.

  3. Ativação da via do glutationa peroxidase 4 (GPX4): Esta enzima neutraliza os lipídios oxidados e protege contra a ferroptose. Estratégias incluem:

    • Reposição de glutationa (GSH) por precursores como N-acetilcisteína (NAC).

    • Selenoproteínas, como a própria GPX4, podem ser estimuladas com suplementação de selênio.

  4. Modulação da homeostase do ferro: Controle dos transportadores e proteínas reguladoras do ferro:

    • Regulação da transferrina e da ferroportina para equilibrar a captação e exportação de ferro no cérebro.

    • Redução da ferritina excessiva, que pode liberar ferro catalítico tóxico.

  5. Flavonoides:

    • Baicalina: flavonoide com propriedades antioxidantes e ferroptose-inibitórias. Fontes:

      • Scutellaria baicalensis (Raiz de Escutelária chinesa) → Fonte mais rica, usada na medicina tradicional chinesa.

      • Scutellaria lateriflora (Escutelária americana) → Contém baicalina, mas em menor quantidade.

      • Oroxylum indicum (Árvore Trombeta-da-Índia) → Rica em baicalina e outros flavonoides.

      • Scutellaria barbata (Ban Zhi Lian) → Usada na medicina herbal chinesa por suas propriedades antioxidantes.

    • Quercetina (cebola, maçã, uvas, chá-preto) → Um dos mais potentes quelantes naturais de ferro, reduzindo sua biodisponibilidade e prevenindo o estresse oxidativo.

    • Kaempferol (brócolis, chá-verde, couve) → Forma complexos estáveis com ferro, ajudando a reduzir sua toxicidade.

    • Epigalocatequina galato (EGCG) (chá-verde) → Sequestra ferro livre, impedindo a formação de radicais livres e inibindo a ferroptose.

    • Catequina (chá-verde, chocolate amargo) → Tem efeito antioxidante e capacidade moderada de quelar ferro.

    • Luteolina (salsinha, aipo, tomilho) → Atua na regulação do metabolismo do ferro e tem propriedades anti-inflamatórias.

    • Apigenina (camomila, salsa, aipo) → Reduz o estresse oxidativo e forma complexos com ferro.

    • Genisteína e Daidzeína (soja e derivados) → Moduladores do metabolismo do ferro, reduzindo sua absorção excessiva.

    • Cianidina e delfinidina (frutas vermelhas, como mirtilo, amora e uva-roxa) → Quelam ferro e protegem contra danos oxidativos.

PRECISA DE AJUDA? MARQUE AQUI SUA CONSULTA DE NUTRIÇÃO ONLINE

APRENDA MAIS NA PLATAFORMA T21.VIDEO

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/