Principais fatores de risco para NAFLD
Obesidade: aumenta o risco em 60%
Resistência insulínica: aumenta o risco em 60%
Diabetes tipo 2: aumenta o risco em 70%
Dislipidemia: aumenta o risco em 50%
Hipertensão: aumenta o risco em 50%
Genética - PNPLA3: aumenta o risco em 3 a 4 vezes
Apneia do sono: aumenta o risco em 2 a 3 vezes
SOP: aumenta o risco em 2 a 3 vezes
Hipotireoidismo: aumenta o risco em 1,5 a 2 vezes
Hipoptuitarismo: aumenta o risco em 1,5 a 2 vezes
Avaliação da progressão da NAFLD
A progressão da NAFLD pode ser avaliada por meio de exames de imagem como o ultrassom, e as taxas de progressão para estágios mais graves, como esteatohepatite não alcoólica (NASH) e cirrose, variam de acordo com a gravidade e o tempo de evolução da doença.
O primeiro estágio da NAFLD é o acúmulo de gordura no fígado, também conhecido como esteatose hepática. Esse estágio pode ser identificado no ultrassom quando o acúmulo de gordura no fígado atinge cerca de 5% ou mais do peso hepático.
Em estágios iniciais, a esteatose hepática geralmente não apresenta sintomas e pode ser detectada incidentalmente por exames de imagem, como o ultrassom. Neste estágio, a função hepática pode ser ainda normal, mas o risco de progressão para estágios mais graves aumenta com o tempo e com a presença de fatores de risco, como obesidade, diabetes tipo 2 e resistência à insulina.
Se a esteatose hepática persiste e não é tratada, ela pode evoluir para esteatohepatite não alcoólica (NASH), que é caracterizada não apenas pelo acúmulo de gordura no fígado, mas também por inflamação e danos às células hepáticas.
Cerca de 20 a 30% dos pacientes com NAFLD desenvolvem NASH, especialmente se tiverem fatores de risco adicionais como obesidade, resistência à insulina, ou distúrbios metabólicos. NASH pode levar a cicatrização hepática (fibrose), que é uma condição mais grave e pode evoluir para cirrose se não for controlada.
A cirrose é o estágio mais avançado da NAFLD/NASH e ocorre quando o fígado apresenta danos severos e cicatrização (fibrose) progressiva, resultando na perda da função hepática.
Cerca de 20% dos pacientes com NASH desenvolvem cirrose hepática ao longo do tempo. A progressão de NASH para cirrose pode ser acelerada em indivíduos com comorbidades, como hipertensão, diabetes e dislipidemia, ou em presença de fatores como consumo excessivo de álcool e obesidade severa.
A cirrose pode levar a complicações graves, como insuficiência hepática, hipertensão portal, varizes esofágicas e risco aumentado de câncer hepático (carcinoma hepatocelular).
Estratificação da NAFLD
Calcular FIB-4: hepatograma (TGO, TGP) e hemograma com valor de plaqueta. Jogar no aplicativo:
FIB-4 < 1,3: ausência de fibrose hepática. Tratar sobrepeso
FIB-4 maior ou igual 1,3. É obrigado a pedir elastografia (FibroScan) para calcular dureza do fígado. LEF maior que 8kpa tem que ir para biópsia. Criança tambémpode fazer elastografia. Pode ser feita por ultrassom ou ressonância magnética (padrão ouro).
Outras causas para esteatose:
consumo de álcool
doenças hepáticas crônicas
infecção viral
uso de corticosteroides, amiodarona, metotrexato
Fígado gorduroso associado à doença metabólica (MAFLD)
Esteatose na imagem do ultrassom ou histológica associada a 1 dos 3 critérios: excesso de peso /obesidade, diabetes tipo 2, desregulação metabólica com 2 dos 7 critérios:
Outros exames importantes incluem: TGO, TGO, glicose, Hba1c, sorologia para hepatite, hormônios tireoidianos, testosterona, perfil lipídico, ferro, ferritina (risco aumento muito quando > 300 em homens e >200 em mulheres).
Estratégias nutricionais no tratamento da esteatose
Perda de peso - qualquer quantidade vale a pena para tratar a esteatose. Substituir parte do carboidrato por porteína. Se for obeso há a possibilidade de associação da dieta a análogos de GLP-1 inibidor de SGLT2 para diabetes, pioglitazona (30 a 45 mg/dia) ou cirurgia bariátrica (IMC>35 e esteatose).
Análogos de GLP1 reduzem a inflamação, reduzem esteatopatite, protegem coração, ajudam na perda de peso. Melhor opção de tratamento no caso de excesso de peso. Se o paciente diabético não puder comprar medicamentos mais caros, a metformina é indicada.
Reduzir frutose
Reduzir carboidrato refinado
3 ou mais xícaras de café e/ou chá ao dia
Reduzir álcool
Reduzir gordura saturada
Dieta mediterrânea ou cetogênica antiinflamatória
A dieta cetogênica (KD), caracterizada por um alto consumo de gorduras, proteína moderada e ingestão muito baixa de carboidratos, tem atraído atenção pelos seus potenciais benefícios no tratamento da Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (NAFLD), também conhecida como Doença Hepática Gordurosa Associada ao Metabolismo (MAFLD). A prevalência de NAFLD/MAFLD está aumentando globalmente devido à sua associação com obesidade, resistência à insulina e síndrome metabólica. Embora a dieta cetogênica seja frequentemente associada à perda de peso, seu impacto na saúde do fígado também tem sido objeto de crescente interesse.