Colágeno e esclerose lateral amiotrófica

O estudo intitulado "Collagen XIX Alpha 1 Improves Prognosis in Amyotrophic Lateral Sclerosis" explora o papel do Colágeno XIX Alfa 1 (COL19A1) na Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma doença neurodegenerativa que afeta principalmente os neurônios motores. A pesquisa identifica uma nova conexão entre a matriz extracelular (ECM) e a progressão da ELA, sugerindo que COL19A1 tem um potencial neuroprotetor.

Estes são os principais pontos do artigo:

1. COL19A1 como Fator Neuroprotetor

O COL19A1 é uma proteína da matriz extracelular que desempenha um papel estrutural e bioquímico essencial para as células. Este estudo sugere que o COL19A1 pode promover a sobrevivência dos neurônios motores e reduzir a degeneração neuronal, proporcionando uma proteção contra os danos causados pela ELA.

2. Mecanismos de Ação na ELA

COL19A1 parece influenciar a interação entre os neurônios motores e a matriz extracelular, crucial para a patologia da ELA. A proteína ajuda na manutenção das sinapses e das junções neuromusculares, locais frequentemente comprometidos na doença. Além disso, COL19A1 reduz a neuroinflamação e o estresse oxidativo, ambos fatores associados à progressão da ELA.

3. Modelos Animais e Dados Humanos

O estudo utilizou camundongos com ELA e observou que os animais com níveis elevados de COL19A1 apresentaram uma progressão mais lenta da doença, melhor função motora e maior sobrevida. Além disso, dados de pacientes humanos mostraram que aqueles com níveis mais altos de COL19A1 exibiram melhores resultados clínicos, sugerindo um prognóstico mais favorável.

4. Potenciais Implicações Terapêuticas

As descobertas indicam que terapias que aumentem a expressão de COL19A1 podem representar uma nova abordagem no tratamento da ELA. Manipular a ECM, em vez de focar apenas na saúde neuronal, pode oferecer novos caminhos terapêuticos.

Os níveis de COL19A1 podem servir como um biomarcador para o prognóstico da ELA. Pacientes com níveis mais elevados de COL19A1 poderiam ter uma progressão mais lenta da doença, tornando essa proteína um indicador útil para o acompanhamento clínico.

UC-II e a ELA

UC-II® é uma forma patenteada de colágeno tipo II não desnaturado, utilizado principalmente para a saúde das articulações, como no tratamento de osteoartrite. Embora não haja evidências clínicas que conectem diretamente o UC-II ao tratamento da ELA, podemos explorar algumas conexões teóricas:

1. Modulação Imunológica

A ELA está associada à neuroinflamação. O UC-II modula o sistema imunológico em doenças articulares e poderia teoricamente ter um efeito indireto na neuroinflamação da ELA. No entanto, isso ainda é especulativo.

2. Saúde Articular

Pacientes com ELA podem ter dificuldades articulares secundárias devido à fraqueza muscular. Nesse contexto, o UC-II pode ser útil para manter a saúde das articulações, mas não afeta diretamente a ELA.

Dosagem Padrão de UC-II

Para a saúde articular, a dosagem recomendada de UC-II é de 40 mg por dia. No entanto, como não há dados sobre o uso específico em ELA, é essencial consultar um profissional de saúde antes de considerar o UC-II para esta condição.

Estratégias Potenciais para Aumentar os Níveis de COL19A1

Embora não haja métodos clinicamente comprovados para aumentar os níveis de COL19A1, algumas abordagens teóricas podem ser exploradas:

  1. Terapia Gênica A terapia gênica pode ser usada para aumentar a expressão do COL19A1, através da introdução de cópias do gene nas células-alvo.

  2. Terapias com mRNA A entrega de mRNA sintético que codifica o COL19A1 pode aumentar temporariamente seus níveis, proporcionando neuroproteção.

  3. Pequenas Moléculas Medicamentos que aumentem a expressão do COL19A1 podem ser desenvolvidos, focando em vias que controlam a síntese de colágeno.

  4. Modulação Epigenética Terapias epigenéticas podem ser usadas para ativar a expressão do COL19A1 ao modificar a estrutura da cromatina.

  5. Exercício Físico e Suporte Nutricional Manter a saúde geral do colágeno com nutrientes como vitamina C e antioxidantes pode ser benéfico, embora sua relação direta com o COL19A1 ainda seja especulativa.

PRECISA DE AJUDA? MARQUE AQUI SUA CONSULTA DE NUTRIÇÃO ONLINE

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Monitoramento de Cetonas no Sangue durante a Dieta Cetogênica

Medir os níveis de cetonas no sangue é essencial para garantir que você está atingindo e mantendo a cetose nutricional em uma dieta cetogênica. O uso de um medidor de cetonas no sangue oferece dados precisos para ajudar você a ajustar sua abordagem e maximizar os benefícios da cetose.

Por que Testar Cetonas no Sangue?

  • Precisão Superior: Testes de sangue medem diretamente os níveis de beta-hidroxibutirato (BHB), um dos principais corpos cetônicos no sangue. Esse método é mais confiável do que testes de urina ou respiração.

  • Acompanhamento Consistente: Testar periodicamente ao longo do dia é crucial, especialmente no início da dieta cetogênica, para entender como o corpo reage à ingestão de gorduras e carboidratos.

  • Faixa Ideal de Cetose:

    • 1 a 3 mmol: Considerada a faixa ideal para cetose nutricional.

    • 1 a 1,5 mmol: Ponto ótimo para produzir cetonas suficientes sem excesso, promovendo a queima de gordura corporal armazenada.

Entendendo os Níveis de Cetona

  1. Níveis Baixos (< 0,5 mmol):

    • Indicam que o corpo ainda não está adaptado à queima de gordura.

    • Solução: Aumentar a ingestão de gorduras dietéticas.

  2. Faixa Ideal (1 a 1,5 mmol):

    • Mostra que o corpo está em cetose eficiente, utilizando gordura como principal fonte de energia.

  3. Níveis Elevados (> 3 mmol):

    • Podem ocorrer com alta ingestão de gordura ou em casos extremos, como jejum prolongado.

    • Não são prejudiciais, mas indicam que o corpo pode não estar utilizando as cetonas de forma otimizada.

Dicas para Ajustar seus Níveis de Cetona

  • Aumente as Gorduras:

    • Se os níveis estiverem baixos, concentre-se em adicionar gorduras saudáveis, como abacate, azeite e manteiga ghee.

  • Modere Exercícios de Alta Intensidade:

    • Treinamentos intensos podem forçar o corpo a produzir glicose em vez de cetonas, dificultando a manutenção da cetose.

  • Controle os Carboidratos:

    • Verifique se está consumindo menos de 20-50g de carboidratos líquidos por dia, conforme necessário para entrar em cetose.

Cetonas e Exercício: Como a Atividade Física Impacta a Cetose

O exercício desempenha um papel importante nos níveis de cetona no sangue, mas o impacto pode variar de pessoa para pessoa. Entender como diferentes tipos de atividade física afetam a cetose é essencial para ajustar sua dieta e treino durante a dieta cetogênica.

Exercício e os Níveis de Cetona

  1. Exercícios Anaeróbicos (Alta Intensidade):

    • Exemplos: levantamento de peso, corrida de alta intensidade, saltos.

    • Efeito:

      • Queda temporária das cetonas.

      • Aumento da glicose no sangue, pois o corpo busca energia rápida.

      • Redução temporária das cetonas circulantes.

    • Conclusão: Apesar da queda momentânea nos níveis de cetona, esse tipo de exercício não deve ser evitado, pois traz benefícios para força e metabolismo.

  2. Exercícios Aeróbicos (Baixa e Moderada Intensidade):

    • Exemplos: caminhada, natação, ciclismo, corrida leve.

    • Efeito:

      • Aumento das cetonas circulantes.

      • Estímulo ao uso de gordura como principal fonte de energia.

    • Conclusão: Ideal para promover cetose e queima de gordura durante a dieta.

Como Níveis Altos de Cetona Afetam a Queima de Gordura

Quando os níveis de cetona estão muito altos:

  • Seu corpo pode estar consumindo mais gordura dietética do que gordura corporal armazenada.

  • Para maximizar a queima de gordura corporal, reduza temporariamente a ingestão de gorduras dietéticas, permitindo que o corpo busque energia nas reservas de gordura.

Aprenda mais no curso dieta cetogênica passo a passo

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

A Nutrição e Sua Influência na Fertilidade Masculina

A relação entre alimentação e fertilidade masculina está sendo cada vez mais investigada por estudos em humanos e animais. Esses estudos apontam para uma conexão significativa entre a nutrição e aspectos como a saúde hormonal e a espermatogênese. Neste artigo, abordaremos o impacto de diferentes grupos alimentares nos hormônios reprodutivos e na qualidade do sêmen, bem como os efeitos de padrões alimentares clássicos e emergentes, como a dieta mediterrânea, a dieta ocidental, o jejum intermitente, a dieta cetogênica e a dieta vegana/vegetariana.

Descobertas Recentes

Nutrientes desempenham papéis cruciais como precursores de moléculas que regulam diversos sistemas do corpo humano, incluindo o sistema endócrino. O equilíbrio nutricional é vital para a produção hormonal, que, quando alterada, pode resultar em disfunções como a infertilidade.

Além disso, nutrientes impactam diretamente a produção de espermatozoides e a espermatogênese. Eles influenciam o desenvolvimento sexual, sustentam características sexuais secundárias e regulam comportamentos relacionados à reprodução.

O Papel de Grupos Alimentares na Fertilidade Masculina

  • Frutas e vegetais: Ricos em antioxidantes e vitaminas, contribuem para a proteção das células reprodutivas contra o estresse oxidativo.

  • Peixes e carnes processadas: Peixes promovem uma melhor qualidade do sêmen devido aos ácidos graxos ômega-3, enquanto carnes processadas podem estar associadas a resultados adversos na fertilidade.

  • Laticínios: Podem ter efeitos variáveis, dependendo do tipo e da quantidade consumida.

  • Açúcares e álcool: O consumo excessivo está relacionado a alterações hormonais e redução na qualidade espermática.

  • Cafeína: Tem um impacto controverso, com estudos apontando tanto benefícios quanto riscos dependendo das doses consumidas.

Padrões Alimentares e a Fertilidade Masculina

  1. Dieta Mediterrânea
    Rica em frutas, vegetais, nozes, peixes e azeite de oliva, é associada a melhorias significativas na qualidade do sêmen e na saúde hormonal.

  2. Dieta Ocidental
    Com alto teor de alimentos processados, açúcares e gorduras saturadas, pode estar relacionada a um impacto negativo na fertilidade masculina.

  3. Jejum Intermitente
    Apesar de promissor em termos de controle metabólico, os efeitos específicos no sistema reprodutivo masculino ainda estão sendo investigados.

  4. Dieta Cetogênica
    Popular para perda de peso, seus impactos na fertilidade estão sendo estudados, mas resultados nos níveis hormonais podem variar, dependendo da genética e fatores individuais.

  5. Dieta Vegana/Vegetariana
    Se bem equilibrada, pode oferecer benefícios antioxidantes significativos, mas requer atenção para evitar deficiências de nutrientes cruciais, como vitamina B12 e zinco, essenciais para a espermatogênese.

Como Funciona o Eixo Hormonal Reprodutivo?

  1. Produção e Regulação Hormonal

    • O Hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) é produzido no hipotálamo e estimula a glândula pituitária anterior a liberar hormônio luteinizante (LH) e hormônio foliculoestimulante (FSH).

    • Esses hormônios atuam nos testículos:

      • LH: estimula as células de Leydig a produzir testosterona (Te).

      • FSH: regula a atividade das células de Sertoli, responsáveis pela espermatogênese.

    • O aumento de estrogênios (E2), originados nas gônadas, inibe a liberação de GnRH e gonadotrofinas através de um mecanismo de feedback negativo.

  2. Impacto Alimentar no Eixo Hormonal

    • Alimentos como carne vermelha, laticínios, álcool, bebidas açucaradas (SSB), açúcar e soja estão associados ao aumento de estrogênios, o que pode afetar negativamente o equilíbrio hormonal.

A Dieta Cetogênica e a Fertilidade Masculina

  1. O Que É a Dieta Cetogênica?

    • Baseia-se na substituição de carboidratos por gordura como principal fonte de energia, promovendo um estado metabólico chamado cetose.

    • Inicialmente usada no tratamento de epilepsia refratária em crianças, hoje também é recomendada para obesidade severa e outras condições, como cefaleias e até COVID-19.

  2. Evidências Sobre a Fertilidade Masculina

    • Apesar de poucas pesquisas, estudos sugerem benefícios da dieta cetogênica para a saúde reprodutiva masculina:

      • Movimento dos espermatozoides: corpos cetônicos podem ser utilizados como fonte de energia para espermatozoides, melhorando sua motilidade.

      • Melhoria de parâmetros espermáticos: em camundongos, a dieta cetogênica restaurou a motilidade, a morfologia e a maturação celular espermatogênica, mesmo sem aumento significativo nos níveis de testosterona.

      • Efeitos em casos de toxicidade testicular: estudos com ratos tratados com glutamato monossódico (MSG) mostraram que a dieta cetogênica reverteu danos bioquímicos e funcionais nos testículos, melhorando índices como colesterol, glicogênio e proteínas.

  3. Efeitos Potenciais da Dieta Cetogênica Combinada

    • A combinação com curcumina demonstrou benefícios adicionais, como:

      • Melhoria na espermatogênese e parâmetros espermáticos (motilidade e morfologia).

      • Redução do estresse oxidativo e da inflamação.

      • Inibição da apoptose (morte celular programada) nos testículos.

Hábitos associados à infertilidade masculina (Pecora et al., 2023)

Impacto Combinado: Dieta Cetogênica e Jejum Intermitente

Um estudo recente avaliou a interação entre KD e JI, dividindo ratos machos em quatro grupos: dieta controle, KD, JI e KD combinada com JI (Üstündağ et al., 2023). Os resultados mostraram:

  • Peso Corporal e Testicular:

    • KD aumentou o peso corporal e testicular, enquanto a adição de JI mitigou o ganho de peso, equilibrando os efeitos.

  • Marcadores de Estresse Oxidativo:

    • KD reduziu o estresse oxidativo, e o JI reforçou essa proteção antioxidante.

  • Hormônios Reprodutivos:

    • KD e JI diminuíram os níveis de estradiol, enquanto seus efeitos sobre a testosterona variaram com a combinação.

  • Histopatologia:

    • A combinação de KD e JI promoveu melhorias na espermatogênese, destacando um efeito sinérgico na saúde testicular.

Mecanismos Subjacentes

O sucesso dessas dietas pode ser atribuído à:

  • Redução do estresse oxidativo: evita danos ao DNA espermático e promove um ambiente testicular saudável.

  • Regulação hormonal: melhora o equilíbrio entre estradiol e testosterona, favorecendo a fertilidade.

  • Efeitos metabólicos: KD e JI contribuem para um metabolismo energético eficiente, melhorando a saúde geral e reprodutiva.

Precisa de ajuda? Marque aqui a sua consulta de nutrição online.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/