Suplementar ou não?

Prescrevo suplementos pois, infelizmente, muitos dos meus pacientes estão subnutridos, apresentando diversas carências nutricionais, sintomas físicos e mentais relacionados à estas deficiências. Contudo, suplemento sozinho não resolve problemas maiores.

Para nos sentirmos bem com a vida e conosco precisamos de amor (relacionamentos positivos), sentirmos que fazermos diferença no mundo (seja com nossa profissão, trabalho voluntário, dedicação à alguma causa...). Nossa alma precisa estar preenchida.

Não podem faltar os cuidados básicos fisiológicos: dormir, comer, movimentar o corpo. A definição do dicionário de suplemento é algo que se dá à mais, que serve para complementar, aprimorar, acompanhar. Ou seja, não é a base da pirâmide, é a cereja do bolo. Sim, são capazes de resolver inadequações, deficiências ou lacunas em matéria de saúde. E de forma mais rápida e cômoda.

Assim, um 💊 Suplemento Dietético é um produto tomado por via oral que contêm um ingrediente dietético. Os ingredientes dietéticos incluem vitaminas, minerais, aminoácidos e ervas ou vegetais, bem como outras substâncias que podem ser usadas para SUPLEMENTAR a dieta. Não são algo sem importância mas vejo que muita gente acaba jogando dinheiro fora, comprando o que não precisa por não ter uma avaliação de um profissional competente ou não ter indicação. Ou por ter uma digestão péssima e um intestino que ainda não está pronto para absorver (ou tolerar) determinadas substâncias. Comece pelo básico.

Para agendamento de consulta de nutrição: AndreiaTorres.com/consultoria

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Por que nossa energia diminui conforme envelhecemos?

Mitocôndrias são fundamentais para produção de energia e hormônios, assim para a regulação da imunidade, homeostasia de cálcio, além de processos como autofagia.

Sedentarismo, dieta inadequada, distúrbios do sono, uso de medicamentos, depressão, isolamento social, disfunções hormonais e o envelhecimento interferem no funcionamento mitocondrial. 

Uma mitocôndria disfuncional gera mais radicais livres, danos ao DNA, deficiências energéticas, liberação de substâncias inflamatórias, contribuindo para a aceleração do envelhecimento.

Clinicamente, os defeitos mitocondriais afetam os sistemas cerebral, endócrino e imunológico que desempenham um papel nos processos psicossomáticos. A queda na produção de ATP nos músculos e também no cérebro são condições associadas ao envelhecimento celular e à disfunção mitocondrial.

Para restaurar a função mitocondrial devemos reduzir o estresse. Muitas vezes, isto exige grandes mudanças no estilo de vida e até na sociedade. Dormir cedo, fazer atividade física, comer bem, fazer terapia, cuidar dos relacionamentos, observar a carga de trabalho, se alimentar melhor e usar suplementos como a coenzima Q10. na forma de ubiquinona ou ubiquinol.

O que acontece com uma célula à medida que envelhece?

As células possuem muitas funções, incluindo:

  1. renovação: Cerca de 50 milhões de células por segundo são trocadas no nosso corpo. Dentro de 7 anos, quase todos os 30 trilhões de células do corpo são substituídos. Contudo, o número de divisões que uma célula do corpo pode sofrer é limitado. Portanto, a maioria das nossas células precisa ser substituída após um determinado período de tempo. As células-tronco são as principais responsáveis ​​por essa renovação celular. As células-tronco são o reservatório de várias células do corpo nas quais as células-tronco podem se diferenciar. O problema é que estas células também “envelhecem” à medida que os danos no DNA se acumulam e os sistemas de reparo não conseguem acompanhar.

  2. Produção de energia: vimos que a energia é produzida nas mitocôndrias, as usinas de energia dentro de nossas células. Quanto mais energia uma célula precisa ou usa, mais mitocôndrias ela geralmente possui. Uma célula do músculo cardíaco, por exemplo, possui 5.000 mitocôndrias. A partir dos 25 anos, as mitocôndrias começam a perder desempenho e a produção de ATP diminui. À medida que envelhecemos, o desempenho das mitocôndrias diminui cerca de 50% - o que se deve em parte ao fato de que elementos importantes da cadeia respiratória como a coenzima Q10, NAD+ e NADH (forma reduzida de NAD+) estarem menos disponíveis.

Os radicais livres também se formam cada vez mais nas mitocôndrias como produtos residuais, que danificam material genético, órgãos, tecido conjuntivo, etc. As doenças do sistema nervoso, como a doença de Parkinson, Azheimer e transtorno bipolar, são frequentemente causadas pela produção insuficiente de energia em certas células nervosas.

As abordagens de longevidade e melhoria da bioenergética física e mental devem concentrar-se principalmente nos fatores relevantes do ciclo do citrato (a montante da cadeia respiratória) e da cadeia respiratória ou cadeia de transporte de electrões e tentar colmatar as deficiências, por exemplo através de suplementos nutricionais:

3. DESINTOXICAÇÃO - Como parte do metabolismo celular, resíduos celulares são constantemente produzidos. Esses resíduos são normalmente decompostos por processos de limpeza celular, especialmente pela chamada autofagia, o “sistema de reciclagem” celular. Os lisossomos então se acoplam a esses resíduos e suas enzimas os decompõem em seus componentes individuais, tornando-os assim recicláveis.

Infelizmente, à medida que envelhecemos, este processo de limpeza ou autofagia já não funciona tão bem, de modo que os resíduos moleculares se acumulam nas células e, em última análise, prejudicam as funções celulares normais. Ao longo dos anos, estes resíduos celulares podem contribuir para doenças relevantes da velhice, como a diabetes, a doença de Alzheimer ou a doença de Parkinson.

Uma forma de ativar a autofagia é a restrição calórica (jejum). Quando falta comida, o corpo ativa a autofagia para liberar nutrientes dos “resíduos proteicos”. E como efeito colateral dessa produção de nutrientes, proteínas mal dobradas e organelas defeituosas são quebradas. Isto também se enquadra bem com a observação em numerosos estudos de que a restrição calórica em animais de laboratório prolongou a vida e contrabalançou os processos de envelhecimento.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Deficiência de magnésio e doença cardiovascular

A falta de magnésio está intimamente correlacionada com a aterosclerose geral. A correlação entre a perda renal de magnésio e extensas calcificações coronárias e vasculares foi firmemente estabelecida devido à mutação genética 17q12.

Existem muitas correlações entre hipomagnesemia e mortalidade cardiovascular. A hipomagnesemia causa disfunção mitocondrial, estresse oxidativo e inflamação.

Vários estudos confirmaram que a hipomagnesemia é um fator de risco independente para mortalidade cardiovascular, incluindo morte cardíaca súbita. Evidências recentes sugerem que o magnésio desempenha um papel clinicamente significativo na calcificação vascular e na mortalidade em indivíduos com doença renal crônica (DRC).

Notavelmente, um ensaio clínico randomizado demonstrou a eficácia do óxido de magnésio oral em retardar a progressão da calcificação da artéria coronária entre pacientes com DRC não dialisados. Esta descoberta implica que o magnésio pode oferecer um melhor prognóstico cardiovascular e, portanto, pode revelar-se uma via terapêutica valiosa para esta população de pacientes.

Além disso, pacientes em hemodiálise com hipermagnesemia leve apresentaram a menor taxa de mortalidade. Essas descobertas sugerem que o magnésio pode representar um caminho promissor para melhorar o prognóstico de pacientes com DRC e doenças cardiovasculares.

Se a aterosclerose for causada por diabetes, hiperlipidemia ou doença renal crônica, a hipomagnesemia agrava ainda mais as complicações vasculares. No entanto, o inverso também é verdadeiro: o fornecimento e a suplementação adequados de magnésio podem retardar a progressão da aterosclerose. Estes resultados confirmam que o magnésio desempenha um papel central no desenvolvimento e prevenção da calcificação vascular. Tenho mais de 20 vídeos sobre o magnésio em meu canal no YouTube:

Pethő, Á.G.; Fülöp, T.; Orosz, P.; Tapolyai, M. Magnesium Is a Vital Ion in the Body—It Is Time to Consider Its Supplementation on a Routine Basis. Clin. Pract. 2024, 14, 521-535. https://doi.org/10.3390/clinpract14020040

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/